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Apple vive pior sessão em seis anos e arrasta Wall Street para quedas de quase 3%

As ações da Apple afundaram praticamente 10% e levaram os principais índices norte-americanos a registar perdas de quase 3%.

Reuters
03 de Janeiro de 2019 às 21:21
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A Apple viveu esta quinta-feira, 3 de janeiro, a sua pior sessão em seis anos, depois de o CEO da empresa, Tim Cook, ter enviado uma nota aos acionistas em que reviu em baixa as estimativas para as receitas no primeiro trimestre fiscal de 2019, para 84 mil milhões de dólares. A anterior previsão apontava para receitas entre 89 e 93 mil milhões de dólares.

 

A dimensão desta revisão levou as ações da Apple a afundarem na bolsa de Nova Iorque, enviando ondas de choque por todo o setor tecnológico, e arrastando os três principais índices dos Estados Unidos.

 

A Apple desvalorizou 9,96% para 142,19 dólares, a maior queda desde 24 de janeiro de 2013 - sessão em que os títulos recuaram 12,35% - e a cotação mais baixa desde Abril de 2017.

 

Este desempenho da tecnológica, juntamente com os dados sobre a evolução da atividade da indústria nos Estados Unidos, trouxeram de volta o fantasma da desaceleração económica global e pressionaram fortemente as bolsas.

 

O índice tecnológico Nasdaq, o mais penalizado, desceu 3,04% para 6.463,50 pontos, enquanto o industrial Dow Jones caiu 2,83% para 22.686,22 pontos. Já o S&P500 desceu 2,48% para 2.447,87 pontos.

 

Numa carta aos investidores, na quarta-feira, o CEO da Apple, Tim Cook, disse que a empresa não previu a escala da desaceleração económica da China, que foi exacerbada pelas tensões comerciais entre Washington e Pequim.

 

"Embora tenhamos antecipado alguns desafios nos principais mercados emergentes, não previmos a magnitude da desaceleração económica, particularmente na China", escreveu Cook. "Na verdade, a maior parte da diferença, ao nível das receitas, face ao nosso guidance, ocorreu na China, no iPhone, Mac e iPad".

 

A contribuir para o pessimismo do mercado estiveram ainda os dados sobre a evolução da atividade da indústria, que cresceu ao pior ritmo em mais de dois anos. O Institute for Supply Management (ISM) revelou que o seu índice que mede a atividade industrial caiu 5,2 pontos, para 54,1 no mês passado, o nível mais baixo desde novembro de 2016.

"Há dados suficientes a apontar para o facto de que a economia global sofreu uma queda acentuada no final do ano", disse Peter Tuz, presidente da Chase Investment Counsel em Charlottesville, Virgínia, citado pela Reuters. "O comércio e outras questões geopolíticas são os principais fatores".

Além das tecnológicas, também o setor automóvel contribui para o pessimismo, depois de as grandes fabricantes terem reportado vendas mais fracas de automóveis nos EUA em dezembro. A Ford anunciou uma quebra de 8,8% e a General Motors de 2,7%.

(Notícia atualizada às 21:33)

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