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Fecho dos mercados: Juros aliviam, efeito Trump desaparece nas bolsas e pressiona dólar

Se a eleição de Trump resultou numa subida das bolsas e do dólar, as primeiras medidas do presidente levaram a uma abordagem mais cautelosa dos investidores que penalizou as acções. O dólar perde força após as críticas dos EUA ao valor do euro. Os juros aliviaram das fortes subidas deste mês.

No dia 9 de Fevereiro, a Europa acordou em sobressalto. Os mercados bolsistas estavam a 'derreter' e a fuga de capitais para os refúgios - ouro e dívida alemã - dava sinais de que o caso era sério. No final do dia, os piores cenários confirmaram. O índice bolsista de banca perdeu quase 30%, as quedas da bolsa oscilavam entre os 18,5% de Frankfurt e os quase 40% de Atenas, com os índices a regressarem à década de 90. O receio em torno da fragilidade financeira da Europa, com o Deutsche Bank à cabeça, assustou muita gente. Dois dias depois, a tempestade desapareceu do mapa.
Bloomberg
31 de Janeiro de 2017 às 17:28
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Os mercados em números

PSI-20 perdeu 0,14% para 4.475,03 pontos

Stoxx 600 desceu 0,67% para 360,12 pontos

S&P 500 cai 0,57% para 2.268,01 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal aliviou 4,9 pontos base para 4,191%

Euro ganha 0,93% para 1,0794 dólares.

Petróleo valoriza 1,09% para 55,83 dólares por barril em Londres

Bolsas caem com cautela sobre proteccionismo de Trump

As empresas até estão, regra geral, a cumprir com a sua parte, já que a maior parte das cotadas na Europa e nos EUA tem mostrado resultados trimestrais acima das previsões. Mas as medidas polémicas de Donald Trump em relação à imigração e ao comércio internacional estão a levar os investidores a adoptar uma abordagem defensiva, o que resultou numa descida das bolsas.

O Stoxx 600 perdeu 0,65%, a segunda sessão consecutiva de descidas. Está no nível mais baixo desde o início do ano e fechou Janeiro com uma quebra de 0,34%. Esta terça-feira, os sectores que mais penalizaram foram os da indústria química, media, automóvel e banca, com os respectivos índices a perderem mais de 1%. No outro lado do Atlântico, o S&P 500 cede 0,57% para 2.268,01 pontos, a quarta queda consecutiva, que constitui a pior sequência desde as eleições de Novembro.

A bolsa nacional também não escapou às descidas. Depois de ter perdido 2,79% esta segunda-feira, cedeu 0,14%. As subidas de 6,98% do BCP e de 1,40% da Sonae foram insuficientes para compensar as quedas de 0,95% da EDP Renováveis e de 0,44% da EDP. O PSI-20 sofre perdas mais pesadas que o Stoxx 600 em Janeiro. Acumulou uma queda mensal de 4,36%, a maior desde o Brexit.

Juros aliviam mas continuam acima de 4%

A taxa portuguesa a dez anos aliviou alguma da pressão das últimas semanas. A "yield" baixou esta terça-feira 4,9 pontos base para 4,191%, uma tendência que também se verificou nas taxas espanhola e italiana. A "yield" a dez anos de Espanha desceu 3,3 pontos base para 1,598%. Já a taxa de Itália aliviou 6,6 pontos base para 2,262%. Os juros alemães também desceram 1,3 pontos base para 0,436%.

Os investidores deram algumas tréguas às obrigações da periferia num mês marcado pelo aumento da pressão. Desde o início do ano, a taxa exigida em mercado secundário para deter obrigações portuguesas a dez anos aumentou 42,7 pontos base. No caso de Itália a subida mensal foi de 44,7 pontos base e em Espanha houve um agravamento de 21,4 pontos base. Isto numa altura em que o mercado começa a questionar quando é que o BCE iniciará a retirada do programa de compras.

Euribor sobem a três e a seis meses

As taxas Euribor subiram a três e a seis meses e desceram no prazo a 12 meses. O indexante a três meses aumentou 0,1 pontos base para -0,327% esta terça-feira, segundo dados da Lusa. A Euribor a seis meses também subiu 0,1 pontos base para -0,243%. Já a taxa a 12 meses contrariou essa tendência, descendo 0,1 pontos base para -0,101%.

Dólar cai com críticas dos EUA aos níveis de divisas rivais

A nota verde perdeu força. O índice que mede o desempenho do dólar face a um cabaz de dez moedas desce 0,72% para 1.233,90 pontos e acumula uma perda de 2,65% em Janeiro, o pior desempenho mensal desde Setembro. A tirar força à nota verde estiveram comentários de Donald Trump e de membros da sua administração sobre os actuais valores do euro, do iene e do yuan. Um dos conselheiros de Trump disse que o euro está "subavaliado" e o próprio presidente acusa o Japão e a China de planearem os seus mercados monetários. O euro ganha 0,93% para 1,0794 dólares.

Petróleo capitaliza quebra do dólar

O petróleo valoriza, beneficiando da quebra do dólar. Esta terça-feira, o Brent avança 1,09% para 55,83 dólares. Já o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, valoriza 1,43% para 53,38 dólares. "O dólar sofreu um grande impacto que não pode ser ignorado. A correlação entre o petróleo e o dólar não tem sido muito elevada ultimamente, mas pelo menos nesta sessão regressou", considerou John Kilduff, da Again Capital, à Bloomberg.

A evolução dos preços nas últimas semanas tem reflectido a percepção dos investidores sobre o jogo de forças entre os cortes de produção da OPEP e o aumento da actividade de exploração nos EUA. Mesmo com a subida desta terça-feira, o Brent encaminha-se para a primeira quebra mensal desde Outubro, ao ceder 1,74% em Janeiro.

Ouro beneficia com receios em torno de Trump

A eleição de Donald Trump até alimentou o apetite pelo risco. Mas as primeiras medidas do milionário na Casa Branca aparentam ter colocado os investidores mais à defesa. E em momentos de maior cautela do mercado, o ouro tende a ser um dos principais beneficiados. E isso voltou a acontecer, com o preço da onça de troy a subir 1,34% para 1.211,70 dólares. O metal amarelo encaminha-se para o primeiro ganho mensal desde Setembro. Valoriza 5,59% em Janeiro.

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