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Fecho dos mercados: Draghi coloca euro e juros em queda e bolsas em alta  

As palavras do presidente do BCE afectaram vários activos, pois Mario Draghi sinalizou que não está para breve o anúncio de uma mexida nos estímulos, embora tenha assinalado que a economia permanece sólida.

Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 cedeu 0,38% para 5.516,79 pontos

Stoxx 600 ganhou 0,94% para 383,76 pontos

S&P 500 soma 0,67% para 2.657,08 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal cai 2,4 pontos base para 1,688%

Euro desvaloriza 0,45% para 1,2106 dólares

Petróleo valoriza 0,96% para 74,71 dólares por barril em Londres

 

Acções europeias com maior subida em três semanas

As bolsas europeias encerraram em alta esta quinta-feira, 26 de Abril, depois de duas sessões consecutivas de perdas, animadas pelos resultados trimestrais das empresas e pela manutenção dos estímulos do BCE, acompanhada da garantia de que o crescimento económico continua sólido, ainda que moderado.

 

O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, ganhou 0,94% para 383,76 pontos, a maior valorização desde o dia 5 de Abril. Entre as cotadas que formam este índice, as maiores subidas foram protagonizadas pela finlandesa Neste (16,83%) e pela sueca Swedish Orphan Biovitrum (12,17%), depois de terem apresentado resultados acima do esperado.

 

Em sentido contrário, o Barclays e o Deutsche Bank caíram mais de 1%, a reflectir as contas trimestrais decepcionantes.

 

Em Lisboa, o PSI-20 contrariou o optimismo dos congéneres europeus, com uma descida de 0,38% para 5.516,79 pontos, penalizado sobretudo pelo BCP. As acções do banco liderado por Nuno Amado desvalorizaram 3,12% para 27,95 cêntimos.

 

Draghi atira euro para mínimo de três meses 

O euro voltou hoje a perder terreno, com a moeda europeia a ser pressionada pelas declarações do presidente do Banco Central Europeu, já que Mario Draghi não efectuou qualquer alteração na comunicação do banco central e não sinalizou que esteja para breve o anúncio de uma mexida no pacote de estímulos.

 

O presidente do Banco Central Europeu confirmou que a economia europeia está a passar por um período de "crescimento moderado", mas adiantou que o ritmo de expansão permanece "sólido". Os analistas apontavam para que o BCE comunicasse em Junho uma redução no programa de compra de activos que termina em Setembro, mas as palavras de Draghi vieram colocar em dúvida este timing. O Commerzbank já diz que o anúncio pode ser só efectuado em Setembro.  

 

O euro está a descer 0,45% para 1,2106 dólares, tendo atingido um mínimo desde 12 de Janeiro. A moeda norte-americana, que tem beneficiado com a alta dos juros das obrigações dos EUA para máximos de quatro anos, regista hoje a oitava sessão seguida de ganhos face às principais divisas mundiais.

 

Reunião do BCE também mexe nos juros 

Com os investidores a percepcionarem que não será tão cedo que o BCE vai comunicar alterações à sua política monetária, o mercado da dívida soberana também teve esta quinta-feira uma sessão positiva, com as "yields" das obrigações a registarem uma tendência de queda.

 

Os juros das obrigações alemãs a 10 anos caem 4 pontos base para 0,591% e nos títulos de dívida portuguesa com a mesma maturidade os juros caem 2,4 pontos base para 1,688%. O "spread" da dívida portuguesa está assim em alta ligeira para 110 pontos base.  

 

Taxas Euribor descem a 6 e 9 meses

As taxas Euribor mantiveram-se hoje a três e 12 meses e desceram a seis e nove meses em relação a terça-feira. Segundo a Lusa, a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez em 6 de Novembro de 2015, desceu para -0,269%, menos 0,1 pontos base do que na véspera. A nove meses, a Euribor desceu para -0,220%, uma queda de 0,1 pontos base.

 

Petróleo perto de máximos

No mercado petrolífero o foco persiste no Irão, depois de o presidente francês Emmanuel Macron ter perspectivado uma saída dos Estados Unidos do acordo nuclear celebrado com este país que é um dos maiores produtores da OPEP. Neste cenário, adivinham-se sanções económicas contra o Irão, o que poderá resultar numa quebra nas exportações da matéria-prima.

 

É este receio que está a impulsionar as cotações do petróleo, embora o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, tenha assinalado que não foi tomada qualquer decisão sobre este assunto. O WTI em Nova Iorque valoriza 0,32% para 68,27 dólares, perto de máximo de três anos e o Brent em Londres valoriza 0,96% para 74,71 dólares, também perto de máximos de quatro anos.

  

Alumínio dispara

As sanções à Russia continuam a ter influência nas cotações dos metais, com particular destaque para a alumínio. Esta quinta-feira este metal está a subir 3,2% depois de ter sido noticiado que Oleg Deripaska vai manter o controlo da United Rusal, uma das maiores fabricantes de alumínio do mundo.

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