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Draghi: Crescimento da economia europeia está a moderar mas expansão continua sólida

O presidente do BCE mantém a confiança na evolução da inflação para os objectivos do banco central e assinala que o abrandamento da economia europeia surge depois de um período de forte crescimento.

A conferência de imprensa de hoje foi a última que contou com a participação de Vítor Constâncio Reuters
26 de Abril de 2018 às 14:37
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O presidente do Banco Central Europeu confirmou esta quinta-feira, 26 de Abril, que a economia europeia está a passar por um período de crescimento mais moderado, embora permaneça consistente com a expansão da economia a um ritmo sólido.

 

Na conferência de imprensa após a reunião onde manteve os juros e a política de estímulos, o presidente do BCE desvalorizou contudo este período de abrandamento na economia europeia, afirmando que o crescimento continua sólido e o conselho de governadores do BCE permanece confiante que a inflação vai convergir para a meta da autoridade monetária (inflação próxima mas abaixo dos 2%).

 

O presidente do BCE dá assim sinais que não prevê para já alterações drásticas na sua política de estímulos. Na reunião de hoje foi reiterado o programa de compra de 30 mil milhões de euros em activos por mês até Setembro e o banco central mantém a promessa de que "as taxas de juro directoras do BCE permaneçam nos níveis actuais durante um período alargado e muito para além do horizonte das compras líquidas de activos".

 


Apesar desta moderação no crescimento não ter (ainda) feito soar os alarmes em Frankfurt, Draghi também afirmou que esta tendência é abrangente em termos geográficos (reportada por diversos países) e sectores. E que alguns indicadores registaram quedas "acentuadas" e de alguma forma inesperadas, embora também existam factores temporários (como greves e a meteorologia) para explicar o abrandamento da economia.

 

O presidente do BCE afirmou depois que "é preciso ter em conta que os actuais indicadores, que estabilizaram, permanecem acima dos níveis históricos. E surgem depois de um período de forte crescimento".

 

O banco central quer assim mais tempo para analisar se esta é apenas uma "normalização face a um período de forte crescimento" (em 2017 o PIB da Zona Euro cresceu ao ritmo mais forte em 10 anos), ou uma tendência de abrandamento que poderá perdurar mais tempo.

 

Questionado sobre se seria em Junho que o BCE iria anunciar as alterações à política de estímulos, tal como esperam os economistas, Draghi respondeu que é "prematuro" falar num "timimg" e que na reunião de hoje os membros do BCE não deliberaram sobre o futuro das medidas de política monetária. E reiterou que o actual programa de compra de activos é "essencial" para garantir a convergência da inflação para os valores pretendidos e que BCE também está preparado para "adaptar" este programa.

 

Draghi reforçou que os últimos desenvolvimentos económicos "exigem monitorização por parte do BCE" e "cautela" na análise, embora o BCE permaneça com a "confiança inalterada" na expectativa de que a inflação vai atingir a meta do banco central.

 

Questionado sobre quando vai o BCE começar a elevar as taxas de juro, que estão há vários anos em mínimos históricos, Draghi respondeu que é necessária "prudência, paciência e persistência" para que a política monetária produza os efeitos desejados.

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