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Fecho dos mercados: Draghi baralha "certezas" dos investidores e deixa bolsas em queda e juros em alta
O discurso de Mario Draghi baralhou os investidores após a reunião do BCE, e levou as bolsas, os juros e o euro a inverterem totalmente o rumo.
Os mercados em números
PSI-20 caiu 0,43% para os 5.180,80 pontos
Stoxx 600 desceu 0,56% para os 389,52 pontos
S&P 500 desvaloriza 0,40% para 3.007,51 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 0,9 pontos base para os 0,415%
Euro soma 0,14% para 1,1156 dólares
Petróleo em Londres sobe 1,14% para 63,90 dólares
Bolsas europeias interrompem série de quatro sessões de ganhos
As bolsas europeias encerraram em queda esta quinta-feira, 25 de julho, com exceção de Atenas, que valorizou 1,59%, depois de o BCE ter concluído a aguardada a reunião de política monetária.
Depois de ter sido divulgado o comunicado com as conclusões do encontro, em que a autoridade monetária decidiu manter os juros, as ações reforçaram os ganhos, os juros da dívida alemã atingiram mínimos e o euro caiu para o valor mais baixo desde maio de 2017. No entanto, com a conferência de Mario Draghi o sentimento mudou, já que o presidente do BCE disse que não foi discutida uma descida dos juros nesta reunião e que o risco de recessão neste momento é baixo.
Estas duas ideias foram suficientes para colocar em dúvida se o BCE vai mesmo avançar com uma descida dos juros em setembro, como é antecipado, o que acabou por inverter o sentimento do mercado.
O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, deslizou 0,56% para os 389,52 pontos, pondo fim a uma série de quatro sessões consecutivas de ganhos.
Por cá, o PSI-20 caiu 0,43% para os 5.180,80 pontos, penalizado sobretudo pela Jerónimo Martins e pela EDP Renováveis. A retalhista caiu 0,61% para 14,745 euros e a EDP Renováveis perdeu 0,54% para 9,25 euros, depois de ter tocado num novo máximo histórico durante a sessão, nos 9,39 euros.
Juros sobem na Zona Euro
Logo após a divulgação do comunicado da reunião do BCE, os juros da dívida dos países do euro reforçaram as descidas, tendo as yields da Alemanha atingido mesmo novos mínimos. No entanto, as palavras de Draghi acabaram por inverter o sentimento do mercado, deixando dúvidas sobre se o BCE avançará ou não com mais estímulos à economia, nomeadamente uma descida dos juros em setembro como era esperado.
Essas palavras levaram os juros a inverter a marcha. Por cá, a yield associada às obrigações a dez anos subiu 0,9 pontos base para os 0,415%, enquanto na Alemanha aumentou 1,7 pontos para -0,365% e em Itália avançou 2,4 pontos para 1,513%.
Euro sobe após tocar mínimos de mais de dois anos
A inversão ocorrida nos mercados acionistas e de obrigações também se fez sentir com o euro que, depois de ter tocado no valar mais baixo desde maio de 2017 – devido à perspetiva de mais estímulos – acabou por subir.
Nesta altura, a moeda única europeia soma 0,14% para 1,1156 dólares.
Petróleo ganha terreno com queda de reservas
Os preços do petróleo seguem em alta nos principais mercados internacionais, impulsionados pela queda das reservas norte-americanas de petróleo na semana passada. As ameaças às exportações no Golfo Pérsico também contribuem para a tendência, bem como os receios de que uma desaceleração do crescimento económico penalize a procura desta matéria-prima.
O West Texas Intermediate (WTI), crude de referência para os EUA que é negociado em Nova Iorque, segue a somar 1,29% para 56,60 dólares por barril. No mercado de Londres, o Brent do Mar do Norte sobe 1,14% para 63,90 dólares.
Algodão a caminho do maior ciclo de subidas do último ano
Os futuros do algodão estão a ganhar terreno, pelo quinto dia consecutivo, a caminho da mais longa série de subidas em cerca de um ano (desde 31 de julho do ano passado). A contribuir para este bom desempenho está a expectativa de que a China compre mais fibra americana.
O algodão para entrega em dezembro segue a somar 0,60% para 64,68 cêntimos de dólar por libra-peso no mercado nova-iorquino, o valor mais alto desde 9 de julho.