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Fecho dos mercados: Bolsas europeias sobem pela quinta sessão e já ganham 13% em 2019
Numa altura em que as atenções dos investidores estão centradas na reunião da Reserva Federal, as ações europeias continuam em alta, tendo fixado novos máximos de seis meses.
Os mercados em números
PSI-20 sobe 0,32% para os 5.300,51 pontos
Stoxx 600 ganha 0,57% para 384,89 pontos
S&P500 valoriza 0,52% para 2.847,61 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 3,9 pontos base para 1,301%
Euro soma 0,09% para 1,1348 dólares
Petróleo em Londres desce 0,15% para 67,44 dólares por barril
Bolsas europeias renovam máximos de seis meses
As bolsas europeias mantêm a tendência positiva das últimas sessões, tendo atingido novos máximos de seis meses e alcançado a série de ganhos mais prolongada do último mês e meio (cinco sessões sempre em alta).
O Stoxx600 subiu 0,57% para 384,89 pontos, cada vez mais perto de superar o anterior máximo de setembro de 2018, que foi atingido nos 386,62 pontos. Foi a quinta sessão seguida de ganhos e desde o início do ano o índice que agrega 600 cotadas europeias já sobe mais de 13%, continuando assim a anular parte das perdas sofridas durante o "sell off" de 2018.
As ações continuam a beneficiar dos resultados trimestrais das empresas e dos estímulos anunciados pelo governo chinês, a que se somam as expectativas em torno da reunião da Fed que termina esta quarta-feira, e em que deverá ser reiterada a postura "paciente" da autoridade monetária em relação a mais subidas dos juros.
A praça lisboeta avança em sintonia com as pares europeias. O PSI-20 fechou a somar 0,32% para os 5.300,51 pontos e tocou um máximo de cinco meses – 3 de outubro – durante a sessão.
Dólar desce pela terceira sessão
A moeda norte-americana está a perder terreno pela terceira sessão consecutiva, com os investidores expectantes em relação à conclusão da reunião de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos que termina esta quarta-feira.
Com a economia global e norte-americana a dar sinais de desaceleração, a expectativa do mercado é que a Fed mantenha a sua postura "paciente" em relação à subida dos juros, e anuncie no máximo um aumento da taxa diretora este ano. O índice do dólar (que mede a evolução da moeda norte-americana contra as principais divisas mundiais) está a recuar 0,1%, tendo fixado um mínimo de quase três semanas. O euro avança 0,09% para 1,1348 dólares, beneficiando também com as perspetivas mais animadoras para a economia da Zona Euro.
Juros da dívida portuguesa corrigem de mínimos
Depois de três sessões seguidas em queda e a fixar novos mínimos históricos, os juros da dívida portuguesa estão esta terça-feira a corrigir ligeiramente esta tendência, em linha com o desempenho das restantes obrigações soberanas europeias.
A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos está a subir 3,9 pontos base para 1,301%, depois de ontem ter tocado em mínimos históricos abaixo de 1,26%, reagindo à subida do rating da S&P para Portugal. O "spread" face à Alemanha está a subir de forma mais ligeira (continua abaixo dos 120 pontos base) uma vez que o juro das bunds sobe 2,2 pontos base para 0,105%.
Petróleo cede terreno com valorização do dólar
As cotações do "ouro negro" seguem em baixa nos principais mercados internacionais, com o mercado a considerar que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus principais aliados na produção de crude – o chamado grupo OPEP + – têm de cortar ainda mais a oferta para sustentarem os preços do crude. Ontem a OPEP + reafirmou o compromisso de manter o corte de oferta nos mercados. Este compromisso teve uma vez mais um especial impulso da Arábia Saudita, que continua a chamar a atenção para o facto de o mercado petrolífero ainda estar saturado. "Há um excesso de oferta", declarou o ministro saudita da Energia, Khalid Al-Falih.
No entanto, a coligação OPEP+ (que agrupa 24 nações) considerou ser melhor (por especial pressão da Rússia nesse sentido) adiar para junho a decisão sobre se manterá os cortes de produção na segunda metade do ano, o que deixou o mercado mais prudente. O contrato de abril do West Texas Intermediate (WTI), transacionado no mercado nova-iorquino, segue a ceder 0,30% para 58,91 dólares por barril. Já as cotações do contrato de futuros do Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – para entrega em maio seguem a recuar 0,15% para 67,44 dólares por barril.
Paládio é o metal precioso mais valioso
O paládio segue a sustentar os seus ganhos, tendo superado pela primeira vez na sua história o patamar dos 1.600 dólares. É neste momento o mais valioso dos quatro principais metais preciosos (ouro, prata e platina). Esta escalada tem sido sobretudo alimentada por uma forte escassez de oferta imediata numa altura em que as fabricantes automóveis tentam obter mais paládio de modo a cumprirem os controlos mais rígidos em matéria de emissões poluentes. É que o paládio é um componente-chave nos aparelhos de controlo da poluição para automóveis e camiões e cerca de 80% do paládio acaba nos exaustores dos carros. É também utilizado na eletrónica, joalharia e odontologia.
Desde meados de agosto do ano passado, este metal branco já praticamente duplicou de valor, estando agora mais caro do que o ouro (que segue hoje a somar 0,40% para 1.308,46 dólares por onça), e seguindo hoje a subir 1,4% para transacionar nos 1.601,52 dólares por onça. Uma das razões prende-se com o facto de o ouro já não estar a conseguir capitalizar como antes o seu estatuto de valor-refúgio, com os investidores a desviarem mais as suas aplicações para a dívida norte-americana e para moedas consideradas mais seguras (como o dólar, o iene e o franco suíço) em tempos de incerteza nos mercados.