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Apetite por obrigações deixa praças europeias sem rumo
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.
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Apetite por obrigações deixa praças europeias sem rumo
Os principais índices europeus encerraram a sessão inaugural da semana mistos, num dia em que as preocupações em torno de taxas de juro elevadas durante mais tempo estiveram a pressionar.
A penalizar esteve também uma maior preferência pelas obrigações, num dia em que os juros da dívida norte-americana a 10 anos atingiram máximos de 2007 ao tocarem os 5%.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, recuou 0,13% para 433,18 pontos. A registar as maiores quedas estiveram o setor mineiro, pressionado por uma descida dos preços do cobre a mínimos do ano, e as telecomunicações, que perderam perto de 1%. Em sentido oposto, os setores do retalho, dos media e das viagens valorizaram mais de 1%.
O "benchmark" cai, assim, há cinco sessões consecutivas e sobe apenas 2% desde o início do ano.
Entre os movimentos de mercado, a Roche avançou 0,16%, depois de ter anunciado que ia pagar 7,1 mil milhões de dólares para adquirir a Telavant, com o objetivo de expandir o seu espectro de medicina experimental. Já a Volkswagen caiu 1,38%, após ter reduzido as estimativas de lucros para o total do ano.
"Eu continuaria extremamente cautelosa em adicionar risco ao portefólio", disse à Bloomberg a analista Marija Veitmane, da State Street Global Markets.
"A nossa maior preocupação continua a ser o facto de a economia norte-americana continuar demasiado forte para a Fed pensar sequer em cortar as taxas de juro diretoras", completou.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,02%, o francês CAC-40 valorizou 0,5% e o italiano FTSEMIB ganhou 0,74%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,41%.
Já o britânico FTSE 100 e o espanhol IBEX 35 perderam ambos 0,37%.
Juros aliviam na Zona Euro. "Yield" da dívida dos EUA a 10 anos afasta-se dos 5%
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro aliviaram esta segunda-feira. Isto num dia em que os investidores se focaram nos juros da dívida norte-americana a 10 anos, que superaram pela primeira vez desde 2007, a fasquia dos 5%, mas recuaram em seguida e negoceiam agora próximos dos 4,9%.
A "yield" da dívida soberana portuguesa com maturidade a dez anos aliviou 8,8 pontos base para 3,504% - sendo a que mais desceu entre os países da moeda única. Já os juros das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, recuaram 1,9 pontos base para 2,868%.
A rendibilidade da dívida italiana diminuiu 8,6 pontos base para 4,832%, os juros da dívida espanhola desceram 3,4 pontos base para 3,961% e os juros da dívida francesa caíram 3,3 pontos base para 3,478%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica a dez anos aliviaram 5,6 pontos base para 4,593%.
Petróleo perde com guerra no Médio Oriente a gerar nervosismo
Os preços do petróleo estão a descer, num dia em que os investidores mostram nervosismo quanto aos desenvolvimentos do conflito entre Israel e o grupo radical Hamas. O mercado acredita agora que a negociação para a libertação de reféns israelitas poderá levar a um adiamento da invasão terrestre a Gaza.
O West Texas Intermediate (WTI na sigla em inglês), referência para Nova Iorque, desvaloriza 0,83% para 87,35 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, cai 0,47% para 91,73 dólares por barril.
"Apesar de a tensão ter aliviado ligeiramente, os investidores em crude continuam muito nervosos", afirmou Dennis Kissler, vice-presidente para área de negociação na BOK Fiancial Securities, à Bloomberg.
O Médio Oriente é responsável por cerca de um terço do fornecimento de petróleo a nível mundial, estando, por isso, os riscos de um alastramento do conflito ao resto da região a centrar as atenções.
Interesse por obrigações pesa no ouro e dólar
O dólar e o ouro cederam, num dia em que a "yield" do Tesouro norte-americano ultrapassou o patamar dos 5%, abrindo o apetite dos investidores pelas "treasuries".
A influenciar a negociação esteve, então, o aumento dos juros da dívida norte-americana a 10 anos – que superaram a fasquia dos 5% pela primeira vez desde 2007 –, impulsionados pelas expectativas de que a Reserva Federal norte-americana mantenha a taxa de fundos federais elevada durante algum tempo.
O aumento dos juros da dívida soberana dos EUA abriu o apetite dos investidores para as obrigações, deixando outros ativos seguros, como o dólar e o ouro, para segundo plano.
A nota verde recua 0,29% para 0,9413 euros, enquanto o ouro desce 0,21% para 1.977,25 dólares por onça.
"Os juros mais altos continuam a ser um entrave aos preços do ouro, mas acreditamos que as tensões geopolíticas e a incerteza no Médio Oriente continuarão a fazer subir os preços", disse David Meger, diretor de mercado de metais precisosos na High Ridge Futures, à Reuters.
"Yields" elevadas pressionam Wall Street no arranque da semana
As bolsas norte-americanas abriram em terreno negativo, num dia em que as "yields" das dívidas soberanas continuam a agravar-se, tornando as obrigações mais atrativas. Além disso, a incerteza geopolítica, devido à guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas, está também a penalizar as ações.
O S&P 500, referência para a região, cai 0,69% para 4.195,05 pontos, o industrial Dow Jones cede 0,57% para 32.937,12 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite recua 0,91% para 12.866,23 pontos.
Sam Stovall, responsável pela estratégia de investimento na CFRA, acredita que o mercado acionista dos Estados Unidos deverá manter-se sob pressão, uma vez que os dados económicos ainda não atingiram "picos". "Como tal, uma coisa é certa: Outubro irá ver fortalecida a sua reputação de mês mais volátil do ano", afirmou, em declarações à Bloomberg.
Também Michael Wilson, analista na Morgan Stanley, disse que não ficaria "surpreendido" de ver mais perdas no S&P 500, "com a expectativa quanto à 'earnings season' provavelmente demasiado altas para o quarto trimestre e 2024, e o aperto monetário a ter efeitos tanto a nível monetário como orçamental".
Esta semana será marcada pela apresentação de contas de empresas como a Meta, a Alphabet e a Microsoft.
Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses face a sexta-feira.
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje para 4,145%, menos 0,040 pontos do que na sexta-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados do Banco de Portugal referentes a agosto de 2023, a Euribor a 12 meses representava 38,7% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,4% e 23,2%, respetivamente.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, caiu hoje, para 4,096%, menos 0,011 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
No caso da Euribor a três meses, esta também desceu hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,956%, menos 0,013 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de setembro, o BCE voltou a subir, pela décima sessão consecutiva, as suas taxas diretoras, desta vez em 25 pontos base - tal como em 27 de julho, em 15 de junho e 04 de maio --, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.
Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 26 de outubro, em Atenas.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa perto de mínimos de janeiro. Volskwagen derrapa 3%
O Stoxx 600 – índice de referência para o mercado europeu - negoceia perto de mínimos de janeiro, numa altura em que a "yield" das obrigações norte-americanas a 10 anos retomam a marcha a caminho da fasquia dos 5%.
O "benchmark" do bloco recua 0,23% para 432,73 pontos. Entre os 20 setores que compõem o índice, recursos primários e imobiliário lideram as perdas.
Madrid recua 0,52%, Frankfurt desvaloriza 0,28%, Paris cai 0,41% e Londres cede 0,29%.
Amesterdão desliza 0,42% e Milão negoceia na linha de água (0,05%). Por cá, a bolsa de Lisboa segue a tendência do resto da Europa e cai 0,87%.
"Eu ainda seria extremamente cautelosa ao adicionar [ativos] de risco em carteira", defende Marija Veitmane, estratega sénior para a área de múltiplos ativos da State Street Global Markets, citada pela Bloomberg.
Isto porque "a nossa principal preocupação continua a ser o facto de a economia norte-americana ainda estar demasiado robusta para que a Fed [Reserva Federal norte-americana] comece a pensar em cortes nos juros" diretores, acrescenta a especialista.
O mercado está atento ao desempenho das ações da Roche, as quais crescem 0,25%, depois de a empresa informar que vai pagar 7,2 mil milhões de dólares para comprar a Telavant Holdings.
Já a Volskwagen desliza 3,03%, depois de a fabricante automóvel ter cortado no "guidance" para este ano.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros agravam-se na Zona Euro, com os investidores de olhos postos no conflito entre Israel e o Hamas e numa altura em que o mercado aguarda com expectativa as conclusões da reunião de política monetária do BCE, agendada para esta quinta-feira, as quais irão ditar o futuro dos juros diretores na região.
A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – referência para o mercado europeu – agrava-se 3,2 pontos base para 2,919%.
Os juros da dívida portuguesa com vencimento em 2033 soma 1,4 pontos base para 3,606%.
A rendibilidade das obrigações espanholas a 10 anos cresce 2,6 pontos base para 4,020%.
Os juros da dívida italiana com a mesma maturidade soma 0,7 pontos base para 4,925%.
Volatilidade euro e dólar em alta à espera de Lagarde. Dólar toca nos 150 ienes
A moeda japonesa negoceia na linha de água (0,01%) com os investidores a terem de pagar 149,90 ienes por um dólar. O movimento ocorre depois de o par ter tocado nos 150,11 ienes por dólar.
A Bloomberg adianta que este deslize da moeda japonesa se deveu a transações algorítmicas. O iene foi ainda pressionado pelas movimentações no mercado de derivado, em concreto de opções sobre o par.
O euro permanece inalterado (0,009%) em 1,0590 dólares. A volatilidade implícita do par a uma semana sobe pelo quarto dia consecutivo, tendo chegado a aumentar 53 pontos base para 8,32%.
Os investidores aguardam a reunião de política monetária do BCE, agendada para esta quinta-feira, e que ditará o futuro dos juros diretores na Zona Euro.
O índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra outras dividas – avança muito ligeiramente (0,06%) para 106.223 pontos.
Ouro cai de máximos de cinco meses
O ouro cede, recuando assim de máximos de cinco meses, com os investidores atentos ao desenrolar do conflito no Médio Oriente.
O metal amarelo cai 0,27% para 1.976,07 dólares a onça.
O metal precioso já valorizou cerca de 8%, desde o início de outubro, quando ocorreu o ataque-surpresa do Hamas a Israel, tendo na sexta-feira estado muito perto dos dois mil dólares a onça.
Entretanto, o ouro foi perdendo brilho durante esta segunda-feira, pressionado pela subida das "yields" da dívida e pelo apetite reduzido por ativos-refúgio.
WTI perde mais de 1% de olhos postos na Faixa de Gaza
O petróleo desvaloriza tanto em Londres como em Nova Iorque, com os investidores de olhos postos na Faixa de Gaza, onde se espera uma ofensiva iminente por parte de Israel.
O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – perde 1,09% para 87,12 dólares por barril.
O Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – recua 0,9% para 91,33 dólares por barril.
Europa aponta para terreno positivo com maior apetite pelo risco. Ásia fecha no vermelho.
A Europa aponta a sessão para terreno positivo, numa altura em que os investidores ganham maior apetite pelo risco, à medida que acompanham os mais recentes desenvolvimentos sobre o conflito no Médio Oriente.
Assim, os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,2%.
Na Ásia, pela China, Xangai caiu 0,9% e o Hang Seng derrapou 0,72%. Entre os fatores que estiveram a influenciar as ações chinesas, destaca-se a continuação da preocupação em torno do setor imobiliário e o anúncio de Pequim sobre várias investigações que serão feitas à Foxconn, a gigante de semicondutores fornecedora da Apple.
No Japão, o Topix perdeu 0,75% e o Nikkei desvalorizou 0,83%. Na Coreia do Sul, o Kospi subtraiu 0,78%.
Os investidores começam a ganhar mais apetite pelo risco, depois de o Hamas ter libertado dois reféns de nacionalidade norte-americana e após ter começado a chegar a ajuda humanitária através do Egipto.
Ainda assim, Israel intensificou os ataques aéreos à Faixa de Gaza, preparando a próxima fase: a ofensiva por via terrestre.