Notícia
China anima Europa. Petróleo avança e rublo toca máximos de sete anos face ao dólar
Acompanhe aqui minuto a minuto o desempenho dos mercados.
Rublo em máximos de 2015 face ao dólar
A divisa russa registou os valores mais altos em relação à nota verde desde maio de 2015. Um dólar chegou a valer 52 rublos esta terça-feira, numa altura em que os controlos de capital impostos na Rússia compensam o impacto negativo das declarações ocidentais de que o Kremlin tem faltado às suas obrigações internacionais.
O rublo tornou-se a divisa com a melhor performance, impulsionado por políticas de emergência na Rússia, com o objetivo de proteger o sistema financeiro de sanções do ocidente depois da invasão da Ucrânia. Antes da guerra 80 rublos valiam um dólar e 90 rublos valiam cerca de um euro.
A meio da tarde desta terça-feira, o rublo chegou a valorizar perto de 3% face ao dólar e 2,5% em relação ao euro.
A Rússia entrou oficialmente em "default" este domingo, terminado o período de carência de 30 dias para pagar cerca de 100 milhões de dólares em juros aos detentores de dívida russa, segundo avançou a Bloomberg. É o primeiro incumprimento do país em mais de 100 anos.
Europa no verde pela terceira sessão consecutiva
A Europa fechou o seu terceiro dia consecutivo de ganhos com a maioria das praças ocidentais a registar ganhos. O alemão Dax somou 0,35%%, o francês CAC-40 valorizou 0,64%, o italiano FTSEMIB avançou 0,79%, o britânico FTSE 100 subiu 0,90% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,91%. Em Amesterdão, o AEX encerrou a sessão em contraciclo, a deslizar 0,23%.
Já o PSI liderou as subidas, a avançar 1,94%, à boleia das energéticas. O setor da energia tem um desempenho particularmente positivo em toda a Europa, no seguimento dos avanços do petróleo. No Stoxx 600, esta terça-feira, as empresas petrolíferas e de gás subiram 2%. Jás as "utilities" valorizaram 1,49%.
Em sentido inverso o setor do turismo liderou as perdas, caindo 1,36%, mesmo apesar da China ter aliviado as regras de quarentena para visitantes, fator que animou o mercado. Tudo somado e o índice de referência europeu avançou 0,26%.
Em relação ao sentimento dos investidores, os analistas acreditam que o bom momento atual dos índices se deve aos chamados "caçadores de pechinchas", que aproveitam a baixa das ações para comprar títulos.
"Dados os obstáculos que a Europa enfrenta, é difícil acreditar numa recuperação sustentada e ininterrupta nesta altura", acredita Esty Dwek do Flowbank, citada pela Bloomberg. "Mas aliviar as expectativas cada vez mais apertadas globalmente, uma boa temporada de lucros e boas avaliações apontam para um segundo semestre melhor do que o previsto. Ainda assim, favorecemos as ações dos EUA em relação às da Europa, pois o cenário de crescimento e lucros deve ser melhor por lá."
Juros agravam com comentários de membro do BCE que estima subida das taxas em 200 pontos base
Os juros estão a agravar na Zona Euro, na sequência de comentários do membro do conselho do BCE, Pierre Wunsch, que explicou numa entrevista à Reuters que dá por adquirido uma subida das taxas de juro em 200 pontos base. O governador do banco central da Bélgica considera ainda que este incremento não vai "matar" a economia, devido a estas taxas ainda se encontrarem negativas.
A Blackrock, a maior empresa de gestão de ativos a nível mundial, está a apostar no sucesso da ferramenta anti-fragmentação do BCE. A estratega da empresa, Marilyn Watson, adianta que "se o BCE está mesmo a reforçar a barreira do ‘spread’ das obrigações dos juros das dívidas periféricas, isso impacta a forma como todos os investidores olham para os ativos europeus".
Os juros das Bunds alemãs a dez anos – referência para a Zona Euro – agravam 8,7 pontos base para 1,628%, acima de 1,5%, valor que foi registado pela primeira vez a 10 de junho e que não era visto desde 2014.
Na Península Ibérica, os juros das obrigações portuguesas a dez anos voltam a negociar acima da fasquia dos 2,5%, mais concretamente 2,689% com uma subida de 7,6 pontos base. Em Espanha a yield das obrigações a dez anos agravam 7,8 pontos base para 2,721%.
Por sua vez, a yield da dívida italiana com a mesma maturidade soma 4,3 pontos base para 3,545%.
Dólar regista ganhos, com empurro de presidente da Fed em Nova Iorque
O dólar está a registar ganhos face às principais divisas internacionais. A nota verde ganha 0,59% face ao euro, na expectativa de novas notícias por parte da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que ainda não deu qualquer novidade sobre a política monetária do banco central no Fórum do BCE, que se realiza em Sintra.
Já em relação à libra esterlina o dólar soma 0,55%. O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da moeda norte-americana com 10 divisas rivais – ganha 0,51% para 104,4680 pontos.
Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, o presidente da Reserva Federal de Nova Iorque, John Williams, adiantou esta terça-feira que as taxas de juro precisam de estar "definitivamente" entre 3% e 3,5% até ao final do ano, mas não antecipou uma recessão económica no país.
Ouro negoceia no vermelho, à espera de mais indicações de política monetária
O ouro está a registar perdas, numa altura em que o dólar está a subir - o que torna o metal preciso menos atrativo para quem negoceia com outras moedas - e enquanto os investidores procuram novos sinais sobre a política monetária dos bancos centrais e perspetivas para a economia.
O ouro segue a ceder 0,15% para 1.819.97 dólares por onça. Já o paládio soma 0,07%, ao passo que a platina pula 0,10%.
O metal amarelo está a ser atingido pelo aumento das taxas de juro por parte de bancos centrais em todo o mundo, que têm, juntamente com riscos de uma recessão económica, levado à diminuição da atratividade desta matéria-prima. O ouro está assim a caminho de um declínio do preço pelo terceiro mês consecutivo.
Os investidores estão também a analisar uma proposta dos Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Canadá, que planeiam anunciar uma proibição nas importações de ouro proveniente da Rússia.
Ainda assim, "o ouro russo pode e vai encontrar um destino noutras regiões, retornando aos mercados internacionais", explica Nicky Shields, analista da MKS PAMP, numa nota citada pela Bloomberg.
Petróleo sobe com aperto da oferta
Os preços do "ouro negro" seguem em terreno positivo, numa altura em que o mercado receia um possível agravamento do aperto da oferta global. Isto a dois dias da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) para definir as quotas de produção.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 0,95% para 116,18 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 0,23% para 109,82 dólares por barril.
No início deste mês, os membros da OPEP+ surpreenderam os mercados ao abrirem ainda mais as torneiras – quando se esperava um status quo da quota que vigorava desde agosto do ano passado e que passaria por um aumento de 432.000 barris por dia em julho.
Mas não foi assim. A OPEP+ decidiu aumentar a oferta de crude em cerca de 50% nos meses de julho e agosto. O acordo alcançado constituiu uma cedência à pressão dos grandes consumidores de petróleo, nomeadamente os EUA, para aliviar a escalada dos preços energéticos e, consequentemente, a inflação.
Os ministros dos membros do cartel e seus aliados concordaram em reforçar em 648.000 barris de petróleo por dia a oferta em julho e agosto.
No entanto, com muitos membros da OPEP+ a terem já atingido a sua capacidade de produção, estes aumentos de produção serão, na realidade, menores – e a capacidade adicional do grupo deverá continuar reduzida.
Nos destaques do dia de hoje, sublinhe-se também o facto de o G7 ter aprovado a criação de um mecanismo para proibir o transporte de petróleo russo, uma das principais fontes de receita de Moscovo, se a sua venda não respeitar um preço máximo acordado com parceiros internacionais.
China impulsiona Wall Street. Companhias aéreas registam ganhos
Wall Street iniciou as negociações desta terça-feira em terreno positivo, numa altura em que os investidores estão a ganhar apetite, depois de notícias vindas da China, que anunciou uma diminuição para metade do período de quarentena para visitantes que entrem no país. Esta é a maior mudança nas políticas adotadas devido à pandemia da Covid-19 na China.
O industrial Dow Jones soma 1,17% para 31.805,48 pontos, enquanto o S&P 500 ganha 0,48% para 3.918,96 pontos. Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite cresce 0,70% para 11.605,30 pontos.
O reduzido período de quarentena na China é "muito positivo para os mercados internacionais e para empresas, nomeadamente de luxo e automóvel, que dependem fortemente da procura de consumidores chineses", adianta Joachim Klement, analista da Liberum Capital, à Bloomberg. Como consequência desta decisão várias companhias aéreas, como a American Airlines (5,83%) e a United Airlines (6,96%), registam ganhos substanciais.
Nos principais movimentos de mercado está a Nike, que revelou ontem resultados melhores do que eram esperados, mas mesmo assim vai perdendo cerca de 2%. O diretor financeiro da marca desportiva, Matthew Friend, esclarece que vai continuar a "acompanhar de perto o comportamento dos consumidores e não há sinais de retração neste momento".
Já o setor da banca norte-americana também regista ganhos acima de 2%, numa altura em que o Bank of America, Morgan Stanley e o Goldman Sachs anunciaram um aumento nos dividendos, depois de terem passado os testes de stress da Reserva Federal norte-americana. Os testes deste ano mediram a capacidade dos 34 maiores bancos do país de manterem níveis de capital robustos no cenário de uma recessão marcada por um elevado desemprego e forte queda do preço das ações.
Ainda esta terça-feira os investidores vão estar a avaliar o resultado dos preços da habitação nos Estados Unidos, que registaram uma desaceleração em abril. As taxas hipotecárias têm vindo a aumentar, o que se reflete numa desaceleração do mercado imobiliário e menos potenciais compradores no país.
Europa pintada de verde com impulso chinês. Lisboa comanda ganhos entre as pares
A Europa arrancou a sessão pintada de verde, impulsionada pelos "dip buyers" – investidores que aproveitam avaliações baratas de ações – e animada pela notícia de que a China vai reduzir para metade o período de quarentena para visitantes estrangeiros, dando sinais de que a economia do país pode, em breve, "voltar a correr a todo o gás".
O Stoxx 600 valoriza 0,53% para 417,31 pontos. Dos 20 setores que compõe o "benchmark" europeu, mineração e energia comandam os ganhos, enquanto saúde lidera as perdas. O índice de referência já caiu 15% face ao pico de janeiro.
Nas restantes praças europeias, o espanhol IBEX soma 0,77%, o alemão DAX sobe 0,70% e o francês CAC 40 acumula 0,68%. Londres soma 0,87% e Milão arrecada 0,83%. Lisboa comanda os ganhos no bloco, a somar 1,24%. Por outro lado, Amesterdão é a única praça a negociar no vermelho, a ceder 0,11%.
Além dos investidores que aproveitam as avaliações mais baratas das ações, e que têm contribuído para um sentimento positivo nos últimos dias, a sessão desta terça-feira está a ser impulsionada pelo anúncio de Pequim que determina a redução do período de quarentena para visitantes do estrangeiro. Passa a ser obrigatório ficar sete dias em instalações designadas, metade do que era exigido até agora.
Depois destes sete dias é ainda preciso cumprir outros três de isolamento em casa, avançam os media estatais chineses, citados pelas agências Bloomberg e Reuters. Também aqui se verifica uma redução, já que até agora o período de isolamento domiciliário era de sete dias.
Juros agravam na Zona Euro. Yield da dívida portuguesa acima de 2,5%
Os juros agravam na Zona Euro, dando continuidade à tendência de encerramento da última sessão.
Os juros das Bunds alemãs a dez anos – referência para a Zona Euro – agravam 5,6 pontos base para 1,597%, mantendo-se assim acima da fasquia de 1,5%, alcançada pela primeira vez este ano a 10 de junho, algo não era visto desde 2014.
Por sua vez, a yield da dívida italiana com a mesma maturidade soma 4,2 pontos base para 3,544%. O "spread" face ao "benchmark" fixa-se em 194,2 pontos base.
Na Península Ibérica, os juros das obrigações portuguesas a dez anos voltam a negociar acima da fasquia dos 2,5%, mais concretamente 2,659% com uma subida de 4,6 pontos base.
A yield da dívida nacional superou esta linha pela primeira vez em cinco anos no passado dia 6 de junho. O fosso face aos juros da dívida alemã com a mesma maturidade está em 105,5 pontos base.
Por fim, em Espanha a yield das obrigações a dez anos agrava 5,1 pontos base para 2,694%.
Ouro e euro somam ganhos
Depois de registar uma queda ligeira, o ouro valoriza numa altura em que os investidores medem o impacto das políticas monetárias "falcão" na economia, temendo a entrada em recessão.
O metal amarelo ganha 0,35% para 1.829,16 dólares por onça.
O aumento do apetite dos investidores pelo mercado da dívida soberana, diminui a procura destes "players" pelo ouro já que este não remunera em juros. Entretanto, depois da yield das obrigações norte-americanas a dez anos ter aliviado - após ter alcançado os 3,2% - o ouro conseguiu subir, amortecendo as perdas registadas este mês.
Na semana passada, Jerome Powell reiterou o compromisso "incondicional" de combater a inflação, alimentando a preocupação de que uma política monetária demasiado restritiva possa causar uma recessão.
Além disso, os investidores estão avaliar o encontro da NATO que decorre esta terça-feira, dado que tudo indica que os aliados estão prontos para classificar a China como um "risco sistémico", de acordo com pessoas próximas do assunto citadas pela Bloomberg.
O mercado está ainda atento ao fim da reunião do G7, depois de alguns países do grupo terem anunciado que as sete nações mais ricas do mundo pretendem proibir as importações de ouro russo.
Para os analistas, no entanto, esta é uma medida que terá pouco impacto, em primeiro lugar porque já parece ter sido incorporada no preço do ouro, depois de em março a London Bullion Market Association ter banido as refinarias de ouro russo da sua lista de oferta em março. E em segundo lugar porque o metal russo pode ser vendido em outros mercados e, "in limine", comprado pelo Banco da Rússia.
"O ouro ainda pode encontrar um lar noutras regiões [do globo]", alertou Nicy Shiels, responsável pelo departamento de estratégia para o mercado dos metais da MKS PAMP, citado pela Bloomberg. O especialista explica que a China e a Índia ainda podem comprar o ouro russo com desconto e que em último caso o Banco da Rússia pode também comprar o metal amarelo com origem russa.
No mercado cambial, o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força do "green cash" com 10 divisas rivais – perde 0,10% para 103,83 pontos. Já o euro acumula 0,17% para 1,0602 pontos.
Petróleo soma mais de 1% e regista ganhos pela terceira sessão
O petróleo valoriza pela terceira sessão, numa altura em que o mercado demonstra preocupação sobre um possível agravamento do aperto na oferta global, dias antes da OPEP+ se reunir para debater a produção.
O West Texas Intermediate, referência para os EUA, soma 1,42% para 111,13 dólares por barril, depois de nas últimas sessões ter registado um ganho de 5%.
Por sua vez o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, cresce 1,56% para 116,89 dólares por barril.
A Líbia está a registar mais interrupções nas exportações de petróleo, devido ao agravamento da crise política.
No Equador, as manifestações contra o Governo ameaçam paralisar a produção de ouro negro do ex-membro da OPEP, conforme avança a Bloomberg.
Qualquer interrupção na produção pode agravar o desequilíbrio existente entre oferta e procura neste mercado, amplamente afetado pela guerra na Ucrânia. Desde o início do ano, o petróleo valorizou quase 50% no mercado internacional.
Europa aponta para encarnado. Arranca a cimeira da NATO em Madrid
A Europa aponta para um arranque de sessão no vermelho, numa altura em que os investidores temem cada vez mais o acelerar da inflação e a possibilidade de uma recessão.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 cedem 0,5%.
Na Ásia, a sessão a encerrou de forma mista. Na China, o Shangai Cimposite caiu 0,1% e o Hang Seng desvalorizou 0,9%. Já no Japão o Topix subiu 0,5% e o Nikkei cresceu 0,52%. Por fim, na Coreia do Sul, o Kospi somou 0,1%.
Esta terça-feira termina a reunião do G7. OS líderes das sete nações mais ricas e industrializadas do mundo reiteraram o apoio à Ucrânia, afirmando mesmo que irão que apoiar o país pelo "tempo que for necessário".
Por sua vez, começa dentro de algumas horas em Espanha a cimeira da NATO. Os aliados vão discutir o aumento do número de tropas nas fronteiras dos países membros com a Ucrânia, de um total de 40 mil militares para 300 mil, segundo o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, citado pela CNBC.
Ainda esta terça-feira, o fórum do Banco Central Europeu (BCE) avança para o segundo dia. Entre os temas que serão debatidos destaca-se a febre dos criptoativos, esperando-se que o governador Fabio Panetta, responsável pelo projeto do euro digital, avance mais detalhes sobre o futuro deste projeto. O fórum irá ainda abordar a questão da volatilidades dos preços da energia na Europa.