Notícia
Europa cai pressionada por Banco de Japão. Juros da divida portuguesa em máximos de outubro
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.
Europa volta ao vermelho, com pressão do oriente
As ações europeias estiveram esta terça-feira a negociar mistas, com os mercados ainda em surpresa com a decisão do Banco do Japão, que não subiu as taxas de juro, mas duplicou os limites da "yield" da dívida a dez anos, de 0,25% para 0,5% - um passo para a normalização da política monetária.
O índice de referência da Europa ocidental, o Stoxx 600, recuou 0,4% para 424,18 pontos, depois de ter estado a cair mais de 1%. Entre os setores mais penalizados esteve o imobiliário que perdeu mais de 2%, bem como o setor automóvel, a tecnologia e os serviços financeiros que cederam mais de 1%.
A valorizar esteve o setor da banca, que subiu mais de 1%, bem como o setor do petróleo e gás e o setor mineiro.
"A questão é que os bancos centrais permanecem muito, muito 'hawkish' e certamente as decisões que estão a tomar estão a causar surpresa nos investidores", aponta o analista Mehvish Ayub, da State Street Global Advisors, à Bloomberg.
"É um ambiente incerto, com muita volatilidade para navegar e as ações permanecem pressionadas", completa.
Nas praças europeias, o AEX, em Amesterdão, perdeu 0,49%, o alemão DAX recuou 0,42%, o francês CAC-40 cedeu 0,35%. Do lado dos ganhos, o espanhol IBEX 35 subiu 0,59%, o italiano FTSE MIB somou 0,15% e o britânico FTSE 100 avançou 0,13%.
"Yield" da divida portuguesa em máximos de outubro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro seguem a agravar-se, seguindo a tendência da semana passada. Esta terça-feira, o presidente do banco central da Estónia, Madis Muller, reiterou que as taxas de juro vão continuar a subir, "o que significa que não deve ser reduzida a velocidade dos aumentos das taxas de juro".
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos - referência para a região - agravou-se 9,7 pontos base para 2,293%, enquanto os juros da dívida pública italiana somaram igualmente 9,7 pontos base para 4,455%.
Os juros da dívida francesa aumentaram 11,5 pontos base para 2,828%, enquanto os juros da dívida espanhola cresceram 11,2 pontos base para 3,39%. Já os juros da dívida portuguesa avançaram 12,3 pontos base para 3,33%, para máximos desde outubro.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aumentaram 9,2 pontos base para 3,58%.
Retoma parcial de oleoduto atira petróleo ao chão
Os preços do petróleo estavam a subir nos principais mercados internacionais, muito à conta da fraqueza do dólar (moeda em que a matéria-prima é denominada), mas já inverteram para terreno positivo. Isto devido à retoma parcial de um importante oleoduto entre o Canadá e os EUA.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a ceder 0,23% para 72,02 dólares.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, recua 0,71% para 79,23 dólares por barril.
A pressionar o "ouro negro" está o anúncio da retoma parcial do funcionamento do oleoduto Keystone, que tem capacidade para escoar mais de 600.000 barris por dia do Canadá para os EUA e que cujo fluxo estava temporariamente interrompido devido a uma fuga.
Iene sobe e empurra dólar para mínimos de agosto
O iene está a ser a estrela do dia e a valorizar significativamente face ao euro e dólar. A sustentar a alta da moeda japonesa está uma decisão do Banco do Japão, a caminho da normalização da política monetária, de aumentar os limites da "yield" da dívida a dez anos.
O dólar perde 3,73% para 131,875 ienes, estando em mínimos de agosto. Já o euro desvaloriza 3,42% para 140,3978 ienes.
Em relação à moeda britânica, a divisa japonesa sobe 3,9% para 0.0062 libras, colocando a libra a caminho da maior queda diária desde junho de 2016.
Ouro soma e segue impulsionado por decisão do Banco do Japão
O ouro segue a valorizar, numa altura em que os mercados reagem à decisão do Banco do Japão em alargar os limites da "yield" da dívida a dez anos, de 0,25% para 0,5%.
A decisão da autoridade monetária japonesa surpreendeu os investidores, que a viram como mais um sinal de que a política monetária mais "hawkish", ou seja, mais dura, está para continuar.
O metal amarelo segue a valorizar 1,47% para os 1.813,91 dólares por onça, ao passo que a platina soma 2,70% para os 1.010,90 dólares e o paládio cresce 0,89% para 1.689,83 dólares. Já a prata avança 4,49% para 24,02 dólares.
Wall Street abre no vermelho pressionada pelo Banco de Japão
Wall Street está a negociar em terreno negativo, pelo quarto dia consecutivo, numa altura em que os investidores continuam a avaliar o impacto da política monetária na economia norte-americana.
O industrial Dow Jones avança uns ligeiros 0,03% para 32.767,09 pontos, enquanto o S&P 500 desvaloriza 0,26% para 3.807,61 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,55% para 10.487,84 pontos.
Ainda a pressionar os índices norte-americanos está uma decisão do Banco de Japão, que não subiu as taxas de juro, mas optou por duplicar os limites da "yield" da dívida a dez anos, de 0,25% para 0,5%.
"Este é o primeiro passo para a normalização da política monetária. De facto, estima-se que após a substituição do atual Governador do BoJ, Haruhiko Kuroda, nas duas reuniões seguintes, o banco central poderia optar por aumentar a taxa principal para +0,00% e até modificar a meta de inflação, que se encontra em 2,0%", explicam os analistas da equipa de "research" do Bankinter.
Europa abre pintada de vermelho
As bolsas europeias abriram no vermelho, num dia em que os mercados financeiros foram surpreendidos com a decisão do Banco do Japão de alargar o intervalo de negociação dos rendimentos dos títulos a dez anos em 50 pontos base.
O Stoxx 600, referência para a região, perde 0,40% para 424,17 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, o automóvel e imobiliário são os que mais recuam, 2,69% e 1,32%, respetivamente.
Nas praças europeias, o alemão Dax desvaloriza 0,37%, o francês CAC-40 recua 0,64%, o espanhol Ibex cede 0,02% e o Aex, em Amesterdão, desliza 0,35%. Já o britânico FTSE 100 perde 0,24% e o italiano FTSE Mib recua 0,62%.
A política monetária mais agressiva, aliada à guerra na Ucrânia e a uma elevada inflação são alguns dos principais desafios que o mercado acionista tem enfrentado ao longo deste ano, estando o Stoxx 600 a caminho de registar a maior queda anual desde 2018.
"A questão é que os bancos centrais continuam com um tom muito, muito 'hawkish' e as decisões que estão a tomar têm surpreendido os investidores", disse Mehvish Ayub, da State Street Global Advisors, em declarações à Bloomberg.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro seguem a agravar-se, seguindo a tendência da semana passada, após um novo aumento das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos - referência para a região - agrava-se 5,6 pontos base para 2,252%, enquanto os juros da dívida pública italiana somam 5,5 pontos base para 4,413%.
Os juros da dívida francesa aumentam 7,5 pontos base para 2,789%, enquanto os juros da dívida espanhola crescem 7,4 pontos base para 3,351%. Já os juros da dívida portuguesa avançam 7 pontos base para 3,277%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aumentam 8,5 pontos base para 3,574%.
Ouro avança e dólar cede após decisão do Banco do Japão
O ouro segue a valorizar, beneficiando de um dólar mais fraco após a decisão do Banco do Japão de alargar o intervalo de negociação dos rendimentos dos títulos a dez anos.
O metal amarelo soma 0,94% para os 1.804,47 dólares por onça, ao passo que a platina sobe 1,42% para 998,34 dólares e o paládio avança 1,82% para 1.705,50 dólares. Já a prata cresce 2,87% para 23,65 dólares.
No mercado cambial, o euro segue a valorizar face ao dólar. A moeda única soma 0,21% para 1,0620 dólares.
Já o índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da nota verde contra dez divisas rivais - cede 0,71% para os 104.788 pontos. O iene viu força renovada na decisão da autoridade monetária do Japão, tendo valorizado face a todas as dez moedas rivais.
Ao alargar o intervalo de negociação, o Banco do Japão visa, segundo um documento citado pela Bloomberg, melhorar o funcionamento do mercado e "estimular a formação de uma curva de rendimentos mais ágil, mantendo condições financeiras adaptáveis".
Petróleo e gás natural seguem a perder
O petróleo segue a desvalorizar ligeiramente, mantendo-se a negociar na linha dos 70 dólares por barril. Isto numa altura em que os investidores equacionam um possível pico na procura devido ao fim das restrições para combater a covid-19 na China, ao mesmo tempo que digerem as preocupações quanto a um abrandamento da economia a nível global.
O West Texas Intermediate (WTI) - negociado em Nova Iorque - perde 0,47% para 74,84 dólares enquanto o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – perde 0,91% para 79,07 euros.
Já no mercado do gás natural, os preços seguem a cair, pressionados pelo aumento de temperatura em algumas regiões, o que levou a uma redução da procura. Os contratos do gás a um mês negociados em Amesterdão, o TTF, descem 6,4% para os 101,560 euros por megawatt-hora.
Europa aponta para o vermelho. Ásia fecha com perdas
A Europa aponta para um arranque de sessão em terreno negativo, com os futuros do Euro Stoxx 50 a cederem 0,9%.
Na Ásia, a sessão fechou no vemelho, um dia após os investidores terem recuperado o otimismo perante o compromisso da China de impulsionar a economia do país em 2023. A pressionar os índices asiáticos esta terça-feira está a decisão do Banco do Japão que, apesar de ter mantido as taxas de juro de referência inalteradas, alargou o intervalo de negociação dos rendimentos dos títulos a dez anos.
Pela China, Xangai deslizou 1,07% e em Hong Kong o Hang Seng caiu 1,68%. No Japão, o Topix perdeu 1,54% enquanto o "benchmark" do país, Nikkei, caiu 2,46%.Pela Coreia do Sul, o Kospi derrapou 0,80%.
A decisão da autoridade monetária do Japão junta-se ao tom "hawkish", ou seja, mais duro, de outros bancos centrais. Tanto a Reserva Federal norte-americana como o Banco Central Europeu anunciaram na passada semana uma nova subida das taxas de juro e sinalizaram que este aumento não ficará por aqui.