Notícia
Putin deu mais luzes sobre as suas exigências. Ucranianos dão luta no terreno e tropas russas atrasam passo a defender comida e combustível
Acompanhe aqui o desenrolar do conflito na Ucrânia e o impacto nos mercados.
Rússia assolada por problemas logísticos
A Rússia está a ser obrigada a desviar "grandes números" de tropas para defender as suas linhas de abastecimento, em vez de prosseguir os seus ataques na Ucrânia. É esta a convicção de analistas dos serviços secretos britânicos na área da Defesa, refere o The Guardian.
O Ministério da Defesa do Reino Unido publicou há alguns dias o seu mais recente relatório dos serviços secretos, que dizia que os problemas logísticos continuam a constituir um revés para os intentos ofensivos da Rússia na Ucrânia.
Um responsável da Força Aérea Real do Reino Unido, Mick Smeath, disse que a relutância em atravessar todo o país, a ausência de controlo do espaço aéreo e as limitadas capacidades de ligação estão a impedir a Rússia de reabastecer eficazmente as suas tropas na linha da frente com bens essenciais mais básicos, como alimentos e combustível.
"Os incessantes contra-ataques ucranianos estão a obrigar a Rússia a desviar grandes números de tropas para defenderem as suas linhas de abastecimento. E isto está a limitar fortemente o potencial ofensivo da Rússia", declarou.
Putin disse a Erdogan quais são as suas exigências para um plano de paz
O presidente russo, Vladimir Putin, falou com o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, para discutir as negociações com a Ucrânia, avançou a BBC.
Segundo aquele canal, entre as exigências de Putin inclui-se a aceitação, pela Ucrânia, de ser um país neutral e de não se tornar membro da NATO.
Outras exigências do presidente russo incluem uma "cláusula de desnazificação" e o compromisso de proteger a língua russa, declarou o principal conselheiro de Erdogan, Ibrahim Kalin, citado pela BBC.
Mas, de acordo com o mesmo canal, Putin exige também ficar com algumas regiões do leste ucraniano e que o presidente Zelensky aceite que a Crimeia seja parte permanente da Rússia.
Segundo Putin, isto só pode ser resolvido num frente a frente com o seu homólogo ucraniano.
Recorde-se que o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmitro Kuleba, alertou esta quinta-feira para o facto de o projeto de acordo para impedir a invasão russa de seu país refletir, até agora, apenas as exigências de Moscovo, tendo pedido que a Turquia esteja entre os países que garantem um eventual pacto.
Conflito levou à saída de 132 portugueses da Ucrânia, acompanhados de 145 familiares
Um total de 132 cidadãos portugueses, acompanhados de 145 familiares, deixaram a Ucrânia nas últimas semanas, revelou hoje à agência Lusa o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Destes cidadãos nacionais, 57 são luso-ucranianos, 75 têm apenas a nacionalidade portuguesa e 145 são elementos dos agregados familiares.
A mesma fonte indicou que, da lista de cidadãos nacionais que consta da base de dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros, encontram-se na Ucrânia 222 cidadãos nacionais: 150 luso-ucranianos e 72 cidadãos com nacionalidade portuguesa.
"Neste momento não há nenhum cidadão português na Ucrânia que responda aos contactos da Embaixada e que exprima consistentemente o desejo de sair do país com o apoio das autoridades portuguesas", prossegue a mesma informação solicitada pela Lusa.
Neste país encontram-se ainda 27 jornalistas portugueses a cobrir a ofensiva militar que a Rússia iniciou contra a Ucrânia a 24 de fevereiro.
Em relação à Rússia, a Embaixada de Portugal em Moscovo estima em cerca de 340 os cidadãos portugueses com residência, mais ou menos estável, neste país.
Trata-se de uma comunidade constituída maioritariamente por cidadãos com dupla nacionalidade, que se deslocam com frequência entre os dois países.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, a embaixada tem sido contactada por "cidadãos nacionais com pedidos de apoio a viajantes, na sua maioria estudantes que ali se encontravam em intercâmbios universitários".
"Esses cidadãos têm saído da Rússia principalmente por via terrestre, através da Estónia e da Finlândia. A Embaixada tem recebido informação de que outros cidadãos têm saído do país através de rotas aéreas alternativas e tem prestado assistência àqueles que, devido ao cancelamento dos voos, ultrapassaram o período de estada permitido pelo visto russo".
Portugal recomenda que, face ao encerramento do espaço aéreo entre a União Europeia e a Rússia, e à crescente redução de ligações aéreas internacionais, devem ser evitadas todas as deslocações para a Rússia.
Aos cidadãos nacionais que se encontrem em viagem na Rússia - turistas, estudantes, deslocações temporárias -, bem como àqueles que ali se encontrem por razões não essenciais, recomenda-se que saiam do país através das alternativas aéreas e terrestres disponíveis.
Eslováquia estabelece condições para ceder mísseis antiaéreos S-300 a Kiev
A Eslováquia está disponível para fornecer à Ucrânia os seus sistemas de defesa antiaérea S-300, mas estabeleceu como condição um substituto adequado para evitar colocar em risco a segurança da NATO, referiu hoje fonte do governo eslovaco.
"Discutimos com os Estados Unidos, com a Ucrânia e também com outros aliados sobre a possibilidade de enviar todos os nossos sistemas S-300 para os ucranianos", referiu o ministro eslovaco da Defesa, Jaroslav Nad.
"Estamos prontos para fazer isso imediatamente, quando tivermos uma alternativa adequada", acrescentou, numa conferência de imprensa conjunta com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que está de visita a Bratislava.
O ministro eslovaco lembrou que entregar o "único sistema estratégico de defesa aérea" que o país tem criaria "um vazio de segurança dentro da NATO".
No entanto, "se houver uma situação em que tenhamos um substituto adequado ou tenhamos uma capacidade [de defesa] garantida por um período de tempo, estaremos dispostos a discutir o futuro dos sistemas S-300", sublinhou.
Já o secretário de Defesa dos Estados Unidos confirmou as conversações relativas a este tema, embora tenha referido que não tinha nenhum anúncio para fazer. "Esta é uma situação que continuaremos a trabalhar com todos os nossos aliados e certamente não é apenas um problema norte-americano. É um problema da NATO", frisou Lloyd Austin.
Também hoje, Jaroslav Nad reconheceu que a Eslováquia ainda depende da Rússia para a manutenção dos S-300. "Questiono-me como devemos mantê-los, modernizá-los, fornecer peças de reposição quando o país que pode fazer isso é o agressor e qualquer cooperação com este país é impossível", realçou o ministro da Defesa. "A Eslováquia deve-se livrar dessa dependência da Rússia o mais rápido possível", acrescentou.
Os mísseis terra-ar S-300 são considerados um sistema eficaz para proteger locais estratégicos contra bombardeamentos aéreos, utilizando mísseis de longo alcance que são capazes de voar centenas de quilómetros e travar mísseis de cruzeiro, bem como aviões de guerra.
Estes sistemas de defesa antiaérea da era soviética, que são detidos por três países da NATO - Eslováquia, Grécia e Bulgária, podem ser valiosos para impedir ataques aéreos russos a cidades e outros alvos.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, referiu-se na quarta-feira aos S-300 quando falou hoje perante o Congresso norte-americano.
Zelenskyy pediu estes sistemas antiaéreos que permitiriam à Ucrânia "fechar os céus" aos aviões de guerra e mísseis russos.
Lusa
Rússia desiste de projeto que pedia "resolução humanitária" na Ucrânia
O embaixador russo nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, anunciou que a Rússia já não levará a votação na sexta-feira, no Conselho de Segurança da ONU, uma proposta de "resolução humanitária" para a guerra na Ucrânia.
"Decidimos, nesta fase, não pedir uma votação sobre o nosso projeto, mas não estamos a retirar o projeto de resolução", indicou o embaixador russo em declarações ao Conselho de Segurança da ONU.
O representante russo avançou ainda que a Rússia aproveitará para pedir para esta sexta-feira de manhã uma reunião de emergência para discutir novamente alegados "laboratórios biológicos" na Ucrânia, afirmando ter "novas provas" para apresentar.
Sábado
OMS diz que já houve 43 ataques confirmados a unidades de saúde
A Organização Mundial de Saúde confirmou que já aconteceram 43 ataques a unidades de saúde na Ucrânia, que mataram 12 pessoas e feriraram 34, incluindo funcionários de saúde.
"Em qualquer conflito, ataques a unidades de saúde são uma violação da lei internacional humanitária", afirmou o diretor-geral da OMS no Conselho de Segurança da ONU esta quinta-feira.
"WHO has verified 43 attacks on health care, with 12 people killed and 34 injured, including #healthworkers. In any conflict, attacks on health care are a violation of international humanitarian law"-@DrTedros #NotATarget
— World Health Organization (WHO) (@WHO) March 17, 2022
Jornalista russa que interrompeu telejornal demite-se de canal de televisão
A jornalista russa Marina Ovsiannikova, que se tornou num símbolo antiguerra após interromper a emissão do noticiário pró-Kremlin para denunciar a invasão na Ucrânia, deixou o canal de televisão Primeiro Canal por sua vontade, foi hoje anunciado.
"Hoje fui a Ostankino (sede do canal). Enviei todos os documentos para a minha demissão, decidida por mim", disse Marina Ovsiannikova, numa entrevista ao canal de informação francês France 24.
A jornalista russa ficou conhecida quando interrompeu o noticiário mais assistido na Rússia, na noite de segunda-feira, no Primeiro Canal (Piervy Canal, em russo), exibindo um cartaz criticando a guerra na Ucrânia em plena emissão "da propaganda e mentiras do Kremlin".
Marina Ovsiannikova explicou que queria "enviar uma mensagem forte para dizer que os russos são contra a guerra" e que não devem "confiar na propaganda" e no que se "diz na TV [televisão]" e que necessário "fazer a distinção entre a mentira e a verdade".
"Estou com medo, é claro, mas não penso que não faço parte da ralé", defendeu, após ser questionada sobre o discurso do Kremlin contra ativistas antiguerra na Rússia.
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Imagens em Kharkov após ataques russos
As notícias sobre os bombardeamentos russos na Ucrânia hoje, no vigésimo segundo dia da invasão, tiveram dois finais diferentes: o que aconteceu na quarta-feira no teatro da cidade de Mariupol, no sudeste, não causou vítimas porque resistiu ao abrigo antiaéreo; mas em Chernigov, no norte da Ucrânia, já são 53 mortos nas últimas 24 horas.
Ataques russos causaram perdas de milhões de dólares em Kiev
Os ataques russos contra Kiev desde o início da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro causaram perdas de milhões de dólares, disse hoje o autarca da cidade, Vitaliy Klychko, segundo a agência local Ukrinform.
"Vemos como as infraestruturas estão destruídas, vemos que a economia não está a funcionar, vemos quantas pessoas fugiram de suas casas e agora se mudaram para outras regiões", disse o responsável da capital ucraniana.
Negociações de paz dependem de cessar fogo da Rússia
O ministro da defesa da Ucrânia adiantou esta quinta-feira que advogados dos dois países estão já a desenhar um acordo de paz entre Kiev e Moscovo, contudo, um acordo efetivo dependerá de um cessar fogo da parte da Rússia, indica o Guardian.
O responsável tem estado a liderar a delegação da Ucrânia e avançou que os pormenores técnicos estão a avançar. Contudo, a Rússia terá de parar os bombardeamentos para que algum compromisso possa ser possível.
Por sua vez, o chefe da diplomacia turco, indicou ter "fortes esperanças num cessar fogo", após ter uma reunião com o seu homólogo ucraniano, em Lviv, e já depois de um encontro em Moscovo, ontem, após o qual declarou "não ter perdido a esperança na diplomcia".
Ainda assim, os países do Ocidente estão céticos em relação às negociações de paz, avisando que permanece um "grande vazio" entre a Rússia e a Ucrânia, indica a Reuters, que cita uma fonte próxima do processo que, apesar de assumir que as partes estão a levar as conversações com seriedade, ainda não há sinais de acordo iminente.
JPMorgan confirma pagamento de juros da dívida da Rússia
O JPMorgan recebeu o pagamento dos juros da dívida de Moscovo e transferiu o dinheiro para o Citigroup, indica a Bloomberg, que cita fontes próximas do processo.
O banco atuou como intermediário, tendo o Citigroup sido a instituição que efetuou os pagamentos aos detentores dos títulos.
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Cerca de 30 mil pessoas já deixaram a cidade de Mariupol
Cerca de 30 mil civis já conseguiram deixar Mariupol, indicaram esta quinta-feira as autoritadas municipais da cidade. Por outro lado há cerca de 350 mil residentes ainda em caves ou abrigos, uma vez que cerca de 80% dos edifícios residenciais foram destruídos.
Para além do bombardeamento de um teatro com civis abrigados ontem, - de onde foram já resgatadas 130 pessoas - foi também atingido um completo de piscinas. As operações de salvamento têm sido dificultadas pelas destroços dos edifícios e receios de novos ataques.
Já em Merefa, perto de Kharkiv, mais de 20 pessoas morreram e 25 ficaram feridas numbombardeamento aéreo que destruiu uma escola e um centro comunitário.
Ganhos na Europa quase eclipsam perdas provocadas pela guerra na Ucrânia
Milão e Frankfurt destoaram numa Europa pintada a verde, esta quinta-feira, com as principais praças quase a conseguir apagar as perdas provocadas pela invasão militar da Ucrânia.
Os investidores até arrancaram a negociação pessimistas, depois do Kremlin ter negado avanços nas conversações de paz, mas a situação geopolítica acabou por ser ofuscada pelo tom otimista da Reserva Federal norte-americana, que sinalizou que a economia norte-americana era "muito forte" ao aumentar ontem em 25 pontos das taxas de juro, num movimento que foi hoje replicado pelo Banco de Inglaterra.
O Stoxx 600 avaçou 0,45%, à boleia dos setores da construção e da energia e vai assim a caminho da sua melhor semana desde novembro de 2020. O índice de referência europeu fica assim a menos de 1% de conseguir reverter as perdas acumuladas desde o início da guerra, a 24 de fevereiro, com os investidores ainda assim preocupados com o impacto no longo prazo das sanções económicas à Rússia.
"O mercado ainda está muito frágil e as coisas podem num instante", sublinhou Peter Garnry, chefe de estratégia do Saxo Bank. "Se a turbulência e os altos preços das commodities permanecerem, fica difícil combater a inflação e o ambiente torna-se hostil para as empresas. Ainda não estou exatamente satisfeito."
Já por bolsas, Lisboa e Londres lideraram, a avançar ambas 1,25%. Amesterdão subiu 0,56%. Madrid valorizou 0,38% e Paris 0,36%. Em contraciclo, Milão cedeu 0,66% e Frankfurt perdeu 0,36%.
1,3 milhões de ucranianos sem energia
A DTEK, maior companhia privada de energia da Ucrânia, calcula que 1,3 milhões de ucranianos esteja sem eletricidade. Grande parte destas famílias estão na capital Kiev e na cidade de Mariupol, que está sob ataque dos militares russos.
A companhia está a desviar a produção elétrica a partir do carvão para centrais na zona ocidental do país, e a alterar algumas unidades funcionarem com gás.
Rússia acusa influenciadora digital de "desacreditar" as autoridades e as forças armadas
A influenciadora digital Veronika Belotserkovskaya conhecida no Instagram como Belonika é uma das primeiras acusadas através da nova legislação russa que passou a considerar as críticas à guerra na Ucrânia puníveis com até 15 anos de prisão.
Autora de livros de culinária em russo e a residir no estrangeiro, Veronika Belotserkovskaya postava sobretudo fotos de seu estilo de vida, mas quando a Rússia invadiu a Ucrânia, os seus posts passaram a ter uma mensagem política, evidenciando a sua oposição à guerra e ao presidente russo Vladimir Putin.
O Comité de Investigação da Rússia diz que os posts "desacreditaram" o governo, as autoridades e as forças armadas da Rússia.
A Rússia pode agora tentar incluir Veronika Belotserkovskaya nas listas internacionais de pessoas procuradas, admitiu o Comité.
Juros da dívida aliviam na zona euro. Itália e Portugal em contraciclo
Os juros das dívidas soberanas dos países da zona euro, com maturidade a dez anos, estavam maioritariamente a aliviar esta quinta-feira.
Na Alemanha - referência para o bloco da moeda única - as bonds caem 0,2 pontos base para uma taxa de juro de 0,385%.
Na França, as yelds estão a 0,833%, caindo 1,1 pontos base. Em Espanha, cedem 0,3 pontos base para os 1,329%.
Itália e Portugal estão em contraciclo, com as taxas de juro a agravar 1,1 pontos base, para 1,902%, e 0,2 pontos base 1,192%, respetivamente.
Destaque ainda para a dívida do Reino Unido, a aliviar 6,8 pontos base, para 1,558%, depois do Banco de Inglaterra ter subido as taxas de juro para 0,75%.
Petróleo dispara para 106 dólares em Londres com revés nas conversações
Os preços do "ouro negro" estão a subir fortemente, depois de a Rússia ter vindo colocar dúvidas quanto aos progressos das atuais conversações entre Kiev e Moscovo com vista a um acordo de paz. Isto numa altura em que os barris de crude russo estão ausentes dos mercados, com a oferta a começar a apertar.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 8,29% para 106,15 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 7,25% para 101,93 dólares por barril.
Rússia abranda exportações de cereais
As exportações de cereias da Rússia estão se movendo em um ritmo mais lento do que há um ano, indica a AgFlow, uma empresa de dados de produtos agrícolas com sede em Genebra, citada pela Bloomberg
Os relatórias indicam que, no arranque de março, cerca de 73 navios com trigo e outros alimentos básicos partiram da Rússia, contra 220 durante o mesmo período de 2021.
Já a plataforma de rastreamente Sea estima que a tonelagem de cereais dos portos do país na semana até 12 de março caiu para metade em relação aos sete dias anteriores.
O Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em ingl|ês) reviu ontem em baixa a sua previsão para as exportações de cereais da Ucrânia em 2021-22 para 47,8 milhões de toneladas, estando em 62,8 milhões estimados em fevereiro, antes da invasão da Rússia.
Libra a recuar após anúncio do Banco de Inglaterra. Euro em alta
O euro e a libra esterlina, duas das principais divisas no mercado europeu, estão a registar movimentos contrários nesta altura da sessão.
Enquanto o euro está a caminho daquela que poderá ser a quarta sessão consecutiva de ganhos, a valorizar 0,51% face ao dólar para 1,1091 dólares, a libra esterlina está a perder terreno perante a nota verde.
A queda da libra aconteceu após o anúncio de uma nova subida da taxa de juro pelo Banco de Inglaterra e também dos avisos sobre a subida da inflação. A libra está a recuar 0,21% face ao dólar, a cotar nos 1,3121 dólares.
Nota ainda para o dólar norte-americano, que cede 0,5% contra um cabaz de divisas rivais. Esta é a segunda sessão em que o dólar está a negociar no vermelho.
Ouro avança com investidores a digerir subida de juros da Fed e Banco de Inglaterra
O ouro está a valorizar 1,1% esta tarde, com a onça a cotar nos 1.948,43 dólares. Naquela que é a segunda sessão consecutiva de ganhos, este metal recupera e aproxima-se de valores do início desta semana.
A amparar esta subida do ouro estão as subidas de juros feitas pela Fed e, já esta quinta-feira, pelo Banco de Inglaterra, que deixou avisos sobre a subida da inflação devido à guerra na Ucrânia.
O ouro começou a registar ganhos mais expressivos após a declaração do porta-voz do Kremlin, que negou a notícia avançada pelo Financial Times, de que a Rússia e a Ucrânia já teriam chegado a um esboço de acordo sobre o conflito.
Nos restantes metais, também estão a ser verificadas subidas expressivas. A prata está a somar 1,59% em Londres, a cotar nos 25,49 dólares por onça. Já a platina avança 0,61% para 1.027,61 dólares.
Nota ainda para o níquel, que recua 5,17%.
Wall Street negoceia no verde após tom mais otimista de Powell
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão de quinta-feira em queda ligeira, mas entretanto já inverteram para o verde, com os investidores a tentarem perceber qual o rumo das negociações na Ucrânia e depois do presidente da Reserva Federal dos EUA ter mostrado um tom mais otimista para a economia.
O S&P 500 segue a avançar 0,15%, enquanto o Dow Jones está a ganhar 0,12% e o tecnológico Nasdaq está a avançar 0,02%.
Os olhares dos investidores continuam focados na Ucrânia. Depois de ontem o Financial Times ter adiantado que haveria um esboço de acordo entre as duas partes, hoje a Rússia desmentiu esses progressos, adiantando que hoje estava agendada uma nova ronda de negociações.
"O rally de dois dias do S&P 500 elevou o índice em 4,4%, ilustrando quão rapidamente os mercados podem inverter a perceção dos investidores sobre as mudanças nos riscos geopolíticos", adiantou Mark Haefele, CIO do UBS Global Wealth Management, citado pela CNBC.
"Também reforça a nossa visão que simplesmente vender ativos de risco não é a melhor forma de responder à guerra na Ucrânia", acrescentou o mesmo responsável.
Além da guerra, a política monetária também está a marcar a negociação. Ontem, a Reserva Federal dos EUA subiu os juros pela primeira vez desde 2018, para um intervalo entre 0,25% e 0,5%.
O "dot plot" – um mapa que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas nos juros diretores – aponta para uma subida dos juros diretores em todas as restantes reuniões deste ano da Fed. O que significa mais seis aumentos, atendendo a que a Fed tem mais seis reuniões até ao final do ano: em maio, junho, julho, setembro, novembro e dezembro.
Jerome Powell disse, porém, que a economia do país "está muito forte", podendo suportar um endurecimento da política monetária. Além disso, afirmou que a probabilidade de uma recessão nos EUA "não é particularmente elevada".
A Fed também atualizou as suas projeções económicas e antecipa que a inflação atinja 4,3% em finais de 2022, contra 7,9% em fevereiro (quando se manteve em máximos de 40 anos). Será, assim, a subida de juros a ter os seus efeitos.
Emirados Árabes Unidos disponíveis para colaborar com a Rússia nos mercados de energia
Os Emirados Árabes Unidos e a Rússia discutiram a importância da estabilidade nos mercados de energia, revelou o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Abdullah bin Zayed, durante a visita a Moscovo.
"Discutimos o fornecimento global de energia e os mercados de bens essenciais, bem como a importância da estabilidade energética e alimentar para a economia global", disse o ministro à saída da reunião com o seu homólogo russo Sergei Lavrov.
O xeque Abdullah disse ainda que vai discutir com o Irão, com a Síria e com o Iraque as conversações que manteve em Moscovo.
A invasão da Rússia à Ucrânia deu origem a várias sanções que interromperam os mercados globais de energia, à exceção dos exportadores de energia do Golfo, como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, que podem ser a solução para substituir o petróleo russo.
Até agora, os produtores da Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos resistiram aos apelos dos EUA para usar sua capacidade de produção de forma a conter os preços do petróleo, alegando que estão comprometidos com um pacto de produção sob a aliança OPEP+, que inclui a Rússia.
"É importante manter a estabilidade dos mercados de energia e alimentos", disse o ministro dos Emirados num comunicado conjunto com o ministro russo Sergei Lavrov.
"Congratulamo-nos com todos os esforços de mediação na crise da Ucrânia... os Emirados Árabes Unidos estão prontos para se envolver com as partes para fortalecer as oportunidades para uma resolução pacífica", disse o xeque Abdullah.
Na recente votação do Conselho de Segurança da ONU para condenar a invasão russa à Ucrânia, os Emirados Árabes Unidos optaram pela abstenção.
Joe Biden e Xi Jinping vão conversar sexta-feira sobre Ucrânia
O presidente norte-americano e o seu homólogo chinês vão ter amanhã uma conversa telefónica para tentar desbloquear a situação na Ucrânia, indicou um porta-voz de Washingtion.
"É parte do esforço para manter linhas de comunicação abertas entre os Estados Unidos e a República Popular da China," indicou o assessor de imprensa da Casa Branca.
Os dois líderes vão falar da concorrência entre os dois países e também sobre a invasão militar da Ucrânia pela Rússia, entre outros assuntos de interesse comum, naquela que será a primeira vez que Joe Biden e Xi Jinping falam desde novembro do ano passado.
A conversa vem no seguimento de um encontro entre diplomatas dos dois países, esta semana, em Roma.
Os Estados Unidos têm tentado persuadir a China a fazer a Rússia recuar, fazendo uso das boas relações entre Pequim e Moscovo. Contudo a China não tem encetado esforços nesse sentido, apesar de ter já indicado que também deseja o fim da guerra.
Banco de Inglaterra revê projeções para a inflação e deixa avisos sobre a guerra na Ucrânia
O Banco de Inglaterra subiu a taxa de juro para 0,75% esta quinta-feira, naquela que é a terceira subida consecutiva da taxa.
Este banco central partilhou novas projeções para a economia britânica. Se, na reunião de fevereiro, já era antecipada uma taxa de inflação anual de 7,25% algures em abril, a guerra na Ucrânia poderá fazer aumentar a inflação no país.
"No que toca à inflação, a invasão da Ucrânia pela Rússia levou a aumentos ainda maiores na energia e outros preços das commodities, incluindo nos preços dos alimentos", diz o comunicado do BOE. "Também é provável que aumentem as disrupções nas cadeias de fornecimento globais e aumentou a incerteza em torno do outlook global económico". Nesse sentido, o BOE alerta que "as pressões inflacionistas vão continuar a endurecer significativamente nos próximos meses, enquanto o crescimento em economias que são importadoras de energia, incluindo o Reino Unido, deverá provavelmente abrandar".
Leia a peça completa aqui.
Kremlin desmente grandes progressos nas negociações
Depois de ontem ter sido reportado que já haveria um esboço de acordo entre a Rússia e a Ucrânia, hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, veio desmentir que hajam grandes progressos nas negociações, antes de começar uma nova ronda negocial.
Numa conferência de imprensa, Peskov adiantou que as notícias de um esboço de acordo são "erradas" e adiantou que são esperadas novas negociações durante o dia de hoje.
O porta-voz realçou ainda assim que o plano de neutralidade ucraniano traz esperanças para as negociações.
As bolsas europeias, que seguiam a valorizar, inverteram a tendência após esta notícia e estão agora a negociar no vermelho. Já os preços do petróleo puseram o pé no acelerador, com o Brent, em Londres, a escalar perto de 5% para 102,75 dólares por barril.
Principais casas de leilões cancelam venda de arte russa em Londres
As principais leiloeiras, como a Christie's, Sotheby's ou a Bonhams, cancelaram os leilões de obras de arte russas, que estavam marcados para decorrer em junho, em Londres. Estes leilões são já habituais, sendo já descritos como a "Semana da Arte Russa".
De acordo com a agência Reuters, o cancelamento destes leilões, que atraem muitos magnatas russos, é um dos exemplos da resposta do mercado da arte à invasão da Ucrânia por parte da Rússia, ainda para mais tendo em conta o cenário de sanções impostas à Rússia e a alguns cidadãos do país.
A Sotheby's explica através de comunicado que está "a ser absolutamente rigorosa a seguir as sanções atuais e está a acompanhar atentamente quaisquer atualizações às listas", sem acrescentar mais pormenores.
Já a Christie's justifica o cancelamento do seu leilão de arte russa, também em junho, apontando a incerteza trazida pela guerra e as complexas questões logísticas e requisitos legais tendo em conta o cenário de sanções.
A Bonhams não teceu mais comentários sobre a decisão.
A agência Reuters reporta que existe uma probabilidade reduzida de o mercado da arte sofrer com as sanções aos milionários russos, já que estes compradores têm estado em queda desde a crise financeira de 2008 e representam atualmente uma parte reduzida do mercado de arte.
Rússia diz que pagamento de cupão de 117 milhões já foi feito
O ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, anunciou que já foi feita a ordem para o pagamento de um cupão de 117 milhões de dólares, o equivalente a 105,97 milhões de euros, à atual taxa de conversão.
A informação é avançada pela agência Bloomberg, que cita um comunicado feito pelo ministério da Finanças da Rússia. Este pagamento diz respeito a um cupão de Eurobonds, é especificado.
O governante russo especifica ainda que será divulgada informação sobre se o agente em causa, neste caso a filial de Londres do Citibank, recebeu efetivamente este pagamento.
Bolsas europeias pintadas de verde a digerir anúncio da Fed. Viagens e tecnologia lideram ganhos
As bolsas europeias estão a negociar em terreno positivo esta manhã, no dia a seguir ao anúncio da Fed sobre a primeira subida de juros em mais de três anos. Os investidores demonstram, assim, um maior apetite por ativos de risco.
Assim, o Stoxx 600 soma 0,54%, num dia em que todos os setores estão a negociar com ganhos. Destaca-se a subida do setor das viagens, que soma 1,43%, logo seguido pelos ganhos de 1,38% do setor da tecnologia, contagiado pelos significativos avanços das tecnológicas chinesas na sessão da Ásia.
A menor subida neste cenário pertence ao setor químico, que avança 0,04%, e ainda ao setor automóvel, com ganhos de 0,4%.
O português PSI-20 registava a maior subida entre as praças europeias, a valorizar 1,36%, num dia em que estão em destaque os CTT e a Sonae. O espanhol IBEX aprecia 0,55%, o alemão DAX soma 0,2% e o francês CAC 40 valoriza 0,59%. Nota ainda para a subida de 0,41% da bolsa de Londres e para os ganhos de 0,96% em Amesterdão. Em Milão, os ganhos eram mais ligeiros, com o índice a avançar 0,1%.
Zelensky pede à Alemanha para destruir o "novo muro" da Europa
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou à Alemanha que derrubar o "novo muro contra a liberdade" que existe na Europa, depois da invasão da Ucrânia pela Rússia.
"Não é um Muro de Berlim - é um Muro na Europa Central entre a liberdade e a escravidão e este Muro está a crescer a cada bomba" lançada sobre a Ucrânia, disse Zelensky aos parlamentares.
"Caro chanceler [Olaf] Scholz, destrua esse muro, conceda à Alemanha o papel de desempenhar essa conquista", disse o presidente ucraniano perante o parlamento alemão, o Bundestag, num discurso transmitido em vídeo.
"As sanções não são suficientes para parar esta guerra", voltou a frisar o Presidente ucraniano acrescentando que "a Rússia continua a usar-vos para financiar esta guerra".
Volodymyr Zelensky fez, deste modo, uma referência direta ao Muro de Berlim construído pela União Soviética em 1961 que foi derrubado em 1989, no início do colapso do regime comunista.
Tanto no início como no fim do discurso, o chefe de Estado ucraniano foi fortemente aplaudido pelos deputados alemães.
Petróleo em alta. Brent soma mais de 3% e negoceia acima dos 101 dólares
O petróleo está a valorizar esta manhã, com tanto o WTI como o Brent a registar avanços acima de 3%. Desta forma, se na sessão anterior o petróleo negociou abaixo da fasquia dos 100 dólares, esta manhã o Brent já está a cotar acima desse valor.
Não só os investidores continuam atentos aos desenvolvimentos ligados à guerra na Ucrânia, mas também estão a acompanhar a subida de casos de covid-19 na China. Com o regresso dos confinamentos em algumas regiões da China, o nível de tráfego rodoviário está já abaixo dos níveis habituais.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque e com entrega para abril, está a avançar 3,07% para 97,96 dólares.
Já o Brent do Mar do Norte, que serve de referência ao mercado português, está a subir 3,15% para 101,11 dólares por barril. Esta cotação do barril de Brent compara com o disparo próximo dos 140 dólares registado este mês, quando o "ouro negro" regressou a preços de 2008.
Dmitry Medvedev diz que EUA alimentam "russofobia nojenta" e diz que Moscovo põe os "inimigos no lugar"
O ex-presidente russo Dmitry Medvedev – próximo de Putin - disse que os Estados Unidos alimentam uma "russofobia nojenta" para tentar pôr a Rússia de joelhos e destruí-la.
As declarações de Medvedev foram feitas depois de Joe Biden ter classificado Putin como "criminoso de guerra". Medvedev salienta que a Rússia "tem o poder de pôr no lugar os inimigos liderados pelos Estados Unidos" e que Moscovo "frustrará o plano russofóbico do Ocidente de destruir a Rússia".
Dmitry Medvedev foi presidente da Rússia entre 2008 a 2012 e é agora vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia.
Juros das dívidas soberanas a subir no dia a seguir ao anúncio da Fed
Os juros das principais dívidas soberanas europeias estão a subir na manhã desta quinta-feira, no dia a seguir à norte-americana Fed anunciar uma subida de 25 pontos base dos juros, que passam assim para um intervalo entre 0,25% e 0,5%.
Assim, os juros da dívida alemã, considerada a referência para a zona euro, estão a subir 0,4 pontos base, para uma taxa de 0,391%.
Já os juros italianos a dez anos registam a maior subida entre as principais yields europeias, a agravar 1,3 pontos base para uma taxa de 1,903%.
Por sua vez, na Península Ibérica, os juros de Portugal e Espanha a dez anos registam subidas semelhantes. Os juros espanhóis sobem 0,8 pontos base para 1,34%. Já em Portugal, verifica-se uma subida dos juros a dez anos de 0,7 pontos base, para uma taxa de 1,197%.
Putin fala em “auto purificação” e acusa críticos de “traidores”
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusa os russos que são críticos à invasão da Ucrânia de serem "traidores" e fala de uma "auto purificação" da sociedade russa.
Os russos "serão sempre capazes de distinguir os verdadeiros patriotas da escória e traidores, e simplesmente os cuspirão, como um mosquito que acidentalmente voou para as suas bocas", disse Putin.
"Estou convencido de que uma auto purificação tão natural e necessária da sociedade só fortalecerá o nosso país", acrescentou o líder russo, num discurso transmitido pela televisão pública.
Putin acusou ainda o Ocidente de estar a usar uma "quinta coluna" de russos traidores para criar distúrbios civis. "E há apenas um objetivo, já falei sobre isso – a destruição da Rússia", disse.
Depois do discurso, a polícia russa anunciou os primeiros casos criminais, de acordo com uma nova lei que permite penas de prisão até 15 anos, pela disseminação intencional daquilo que a Rússia considera ser informação falsa sobre a guerra na Ucrânia.
Entre os acusados está Veronika Belotserkovskaya, autora de livros de culinária em russo que reside no estrangeiro.
As autoridades russas têm denunciado várias vezes relatos de reveses militares russos ou mortes de civis na Ucrânia como "informação falsa" e os meios de comunicação estatais referem-se à invasão da Ucrânia pela Rússia como uma "operação militar especial" em vez de uma "guerra" ou "invasão".
Euro a registar a quarta sessão de subidas. Dólar no vermelho
O euro está a negociar em alta na manhã desta quinta-feira, a caminhar para aquela que poderá ser a quarta sessão consecutiva em terreno positivo.
A moeda única está a valorizar 0,27% face ao dólar norte-americano, a negociar nos 1,1065 dólares. Ao longo da semana esta divisa tem vindo a recuperar, depois de ter fechado a semana anterior nos 1,0912 dólares, um dos valores mais baixos das últimas semanas.
Ainda nas divisas europeias, a libra esterlina soma a terceira sessão consecutiva de ganhos, nesta altura a avançar 0,25% face ao dólar para 1,3182 dólares.
À semelhança do euro, também a libra tem vindo a recuperar, depois de no início desta semana estar a negociar nos 1,3002 dólares.
Do outro lado do Atlântico, o dólar norte-americano está a cair 0,35% perante um cabaz composto por divisas rivais. A nota verde prolonga, assim, a desvalorização vivida esta quarta-feira, quando fechou com perdas de 0,48%.
Zelensky fala hoje ao parlamento alemão
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai discursar no parlamento alemão, o Bundestag, esta quinta-feira. A comunicação de Zelensky com Berlim acontece um dia depois de ter feito um discurso perante o Congresso norte-americano, para pedir mais ajuda para defender o país contra a invasão da Rússia.
Durante o discurso ao congresso, Zelensky mostrou um vídeo com imagens atuais da Ucrânia, com cidades destruídas pelos ataques, e com imagens do país antes dos ataques. O presidente ucraniano invocou também os ataques do 11 de Setembro e de Pearl Harbour, para apelar a que seja aplicada uma zona de exclusão aérea.
Horas depois, Joe Biden classificou Putin como "criminoso de guerra" e anunciou um reforço de 800 milhões de dólares em ajuda militar para a Ucrânia. No total, os norte-americanos já disponibilizaram mil milhões de dólares à Ucrânia.
Também esta quinta-feira os ministros os Negócios Estrangeiros do G7 vão reunir-se para discutir a crise. Está ainda marcada uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, a pedido de seis países.
Ouro avança com investidores a digerirem subida dos juros e situação na Ucrânia
O ouro está a negociar com ganhos, a contabilizar a segunda sessão de ganhos. Nesta altura, o ouro avança 0,34%, com a onça a cotar nos 1.933,86 dólares.
O ouro até esteve a negociar em terreno negativo na quarta-feira, mas o anúncio feito pela Fed, de que vai subir a taxa diretora em 25 pontos base, deu um novo fôlego a este metal precioso.
O desempenho que está a ser vivido esta manhã é, assim, amparado pela reação dos investidores a este início da série de subida de juros prevista pela Fed.
A cotação do ouro está a recuperar, depois de na quarta-feira este metal ter regressado a preços próximos dos 1.900 dólares, registados no início do mês.
"O ouro conseguiu recuperar da fraqueza inicial após a subida [dos juros]", refere Warren Patterson, head of commodities strategy da ING Groep NV, citado pela Bloomberg. "Apesar de a Fed ter começado com a subida das taxas, os preços do ouro deverão provavelmente manter-se bem suportados devido à procura forte por ativos-refúgio."
Futuros apontam para abertura positiva na Europa após subida de juros da Fed
Os futuros antecipam uma abertura em terreno positivo na manhã desta quinta-feira, no dia a seguir à Reserva Federal dos EUA anunciar a primeira subida de juros em mais de três anos. Jerome Powell, o líder da Fed, anunciou uma subida dos juros de 25 pontos base.
Assim, os futuros do Stoxx 50 estão a avançar 0,642%, tendência que está a ser visível nos também nos futuros de outras bolsas europeias.
Além da Fed, os investidores estão também à espera de uma decisão sobre política monetária vinda do Banco de Inglaterra. Na vertente de indicadores económicos, o Eurostat divulgará os números da inflação na Zona Euro em fevereiro, depois de em janeiro esta taxa se ter fixado nos 5,1%.
Na Ásia, as bolsas reagiram em tons de verde ao anúncio da Fed e também devido à recuperação das tecnológicas chinesas. O índice MSCI avançou 3% esta manhã.
Na sessão desta quarta-feira as ações das tecnológicas chinesas já estavam a registar valorizações significativas, depois os esforços de Pequim para estabilizar os mercados, após um selloff no arranque da semana. Perante este cenário, o Hang Seng, em Hong Kong, onde são negociadas as ações das principais tecnológicas do país, avançou 6,96%, depois de na sessão anterior ter registado ganhos acima de 9%.
No Japão, o Nikkei somou 3,46% e o Topix avançou 2,47%. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 1,33%.
EUA vão revogar estatuto comercial à Rússia
O Congresso dos Estados Unidos está próximo de um acordo para votar uma legislação que tem como finalidade revogar à Rússia o estatuto comercial de "nação mais favorecida", depois do presidente Joe Biden ter chamado a Vladimir Putin um "criminoso de guerra" e oferecido um fundo de 800 milhões de dólares para financiar a compra de armamento à Ucrânia.
Este desenvolvimento surge depois do presidente ucraniano ter discursado em videochamada perante o Congresso norte-americano e ter voltado a apelar ao Ocidente para ajudar o país.
Os ataques russos à Ucrânia têm sido alvo de condenação por parte dos países do Ocidente, num momento em que alvos não militares, como hospitais, teatros ou escolas, continuam a ser bombardeados pelas forças russas, resultando na morte de civis.
Para hoje espera-se uma nova ronda de negociações, depois de ontem ter sido noticiado que os dois países já terão um esboço de acordo.