Notícia
Bazuca da Fed não foi suficiente para travar queda em Wall Street
Acompanhe ao minuto a evolução dos mercados esta segunda-feira.
Wall Street volta a perder terreno
O Dow Jones encerrou a ceder 3,04%, para 18.591,93 pontos. Recorde-se que há um mês e meio, quando atingiu um recorde de fecho a 12 de fevereiro nos 29.551,42 pontos, o Dow Jones estava perto dos 30.000 pontos. Perdeu assim, neste período, praticamente 11.000 pontos.
Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 perdeu 2,93% para 2.237,40 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite deslizou "apenas" 0,27% para 6.860,87 pontos.
No acumulado das cinco sessões anteriores o Dow e o S&P 500 registaram a sua pior semana desde outubro de 2008, em plena crise financeira, com quedas de 17,3% e de 15%, respetivamente.
Os principais índices do outro lado do Atlântico viveram assim mais um dia em que os receios em torno do impacto económico da covid-19 levaram a melhor, não tendo conseguido manter-se à tona com os estímulos da Reserva Federal.
Ainda assim, conseguiram reduzir parte das perdas na reta final da sessão, com especial destaque para o Nasdaq.
Juros mantêm alívio, Portugal contraria
Numa continuação das quedas em torno de 10 pontos base que se verificaram na sessão de sexta-feira, os juros europeus mantêm o alívio neste arranque de semana, embora mais contido.
A referência para a Europa, a Alemanha, nota uma quebra de 1,1 pontos base nas obrigações soberanas a 10 anos, posicionando-se na marca dos 0,388%. Em Espanha o recuo é equivalente, de 1 ponto para os 0,756%, sendo que Itália se destaca com um recuo de 4,7 pontos base para os 1,558%.
Em Portugal, contudo, a tendência é a inversa, com os juros a 10 anos da dívida nacional a subirem 2,2 pontos base para os 0,947%.
Bolsas mantêm-se vítimas do vírus. Europa afunda mais de 4%
A Europa recua de novo ao terreno negativo numa altura em que os líderes do Velho Continente continuam a esforçar-se por implementar medidas que contrariem o avanço da epidemia, o que implica o encerramento de muita da atividade económica.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, o Stoxx600, caiu 4,4% para os 280,15 pontos.
Um analista da UBS afirmou à Reuters que, em 27 anos de vida profissional nos mercados, "nunca" viu "nada assim".
"Primeiro, isto envolve massas de pessoas. Na GFC (grande crise financeira, na sigla em inglês), o evento ocorreu pelos bancos de investimento em torno do mundo, não envolveu as pessoas nas ruas. Em segundo lugar, as redes sociais estão a ajudar a disseminar o pânico", conclui.
Neste contexto, os estímulos anunciados pela Reserva Federal norte-americana, que incluem a compras "sem limites" de ativos no âmbito do quantitative easing, assim como disponibilizar novas facilidades de crédito às empresas e às famílias, não está a ser suficiente para manter os mercados no verde, embora Wall Street tenha chegado a visitar o verde antes da abertura, seguindo agora maioritariamente no vermelho. O generalista S&P desce 0,89% para os 2285,22 pontos, a par do industrial Dow Jones, que cai 0,92% para os 18.989,85 pontos. Só o Nasdaq se destaca pela positiva, com uma subida próxima de 1%.
Entre as principais praças europeias, destacam-se pela negativa a de Londres e de Bruxelas, ambas a caírem perto de 4%. O português PSI-20 recuou 1,91% para os 3.600 pontos, com o grupo EDP e o BCP a penalizarem o índice.
Ouro dispara mais de 4%
O metal amarelo valoriza 4,493% para os 1.551,3 dólares por onça, repetindo a visita ao verde com que terminou a semana passada.
A valorização esta segunda-feira acontece depois de a Fed ter injetado confiança nos investidores através do lançamento de um novo pacote de estímulos sem precedentes.
"A Fed revelou o seu maior canhão até à data – ainda maior do que na grande crise financeira" observa um analista da BMO. Ainda assim, "o verdadeiro teste aqui é se o otimismo vai durar por mais de um dia", acrescenta a mesma fonte, citada pela CNBC.
Petróleo em mínimo de 2003 depois de maior queda semanal desde 1991
As cotações de petróleo continuam a deslizar, com as medidas de contra-ataque ao coronavírus a criarem atrito para o avanço da doença mas a deixarem o "ouro negro" em terreno mais escorregadio.
O isolamento social e o cessar de várias atividades económicas não essenciais diminuem a procura pela matéria-prima e os respetivos preços. Alguns analistas já estimam que o consumo deverá cair até 20 milhões de barris por dia este ano.
Por outro lado, a possível intervenção dos Estados Unidos nas políticas da Organização de Países Exportadores de Petróleo, no sentido de controlar a produção, estava em cima da mesa e poderia estimular as cotações, mas as críticas a esta ação da parte norte-americana parecem ter deitado as perspetivas por terra.
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, desvaloriza 4,93% para os 25,65 dólares. Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) desce 2,65% para os 22,03 dólares.
Na semana passada, o norte-americano WTI foi o mais castigado, tendo afundado 29% entre segunda e sexta-feira no mercado nova-iorquino - naquela que foi a perda semanal mais acentuada dos últimos 29 anos.
Wall Street em queda apesar dos estímulos da Fed
Os principais índices norte-americanos abriram em queda esta segunda-feira, 23 de março, depois de a Reserva Federal ter anunciado uma segunda onda de estímulos massivos à economia. Após o anúncio, os futuros chegaram a disparar mais de 3%, mas a abertura da sessão acabou por ser negativa.
Esta segunda-feira, a Fed anunciou que vai comprar ativos "sem limites" no âmbito do quantitative easing, assim como disponibilizar novas facilidades de crédito às empresas e às famílias.
Nesta altura, o índice industrial Dow Jones cai 1,83% para 18.823,76 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq recua 0,37% para 6.849,14 pontos. Já o S&P500 cai 1,7% para 2.265,43 pontos.
Apesar da tónica negativa, as quedas são bem menos expressivas do que as da última sessão – com desvalorizações na ordem dos 4% - com o banco central a dar novas garantias de que tudo fará para amparar a economia. Há cerca de uma semana, a Fed já havia avançado com um corte dos juros para quase 0%, para minimizar os efeitos da pandemia do coronavírus na maior economia do mundo.
De acordo com analistas consultados pela Reuters, os investidores poderão estar a considerar que, apesar de positivas, as medidas da Fed poderão não ser suficientes para conter o forte abalo que se avizinha, a nível global.
"Vieram [a Fed] com tudo", refere Scott Brown, economista-chefe da Raymond James, na Florida. "Mas estes esforços não farão nada contra o vírus - esse é o grande problema. Ajudará, mas ainda precisamos de estímulos orçamentais e precisamos muito disso. Precisamos disso direcionado para as pessoas que realmente vão sofrer".
Fed dá nova esperança aos investidores. Europa cai menos e EUA já sobem
As bolsas europeias aligeiraram as descidas e os futuros das ações norte-americanas já seguem em alta, depois de a Fed ter anunciado uma segunda onda de iniciativas para ajudar a economia dos Estados Unidos.
A Reserva Federal dos EUA deixou cair o limite ao seu programa de compra de ativos, comprometendo-se a comprar "os montantes necessários para apoiar o bom funcionamento do mercado e a transmissão efetiva da política monetária a condições financeiras mais amplas e à economia", além de ter lançado, entre outras medidas, novas facilidades de financiamento às empresas.
Após o anúncio, o índice europeu de referência, o Stoxx600, desliza cerca de 2%, depois de já ter perdido aproximadamente 4% durante a manhã. Já os futuros do S&P500 e do Nasdaq seguem em alta, apontando para um início de sessão positivo em Wall Street.
Futuros sobre o S&P500 inverteram após o comunicado da Fed:
Medo nos mercados contagia preço do ouro
O preço de cada onça de ouro voltou a derrapar nesta segunda-feira, dia 23 de março, depois de na sessão anterior ter valorizado 3,1% à boleia dos estímulos económicos por parte dos bancos centrais.
No entanto, hoje o preço do metal precioso voltou a negociar em níveis negativos ao cair 0,6% para os 1.488 dólares por onça.
Desde o início deste mês, quando o impacto da covid-19 levou os mercados a derraparem para mínimos históricos, o ouro não tem conseguido aproveitar o seu caráter de ativo de refúgio - que gera maior procura em alturas mais conturbadas nos mercados de ações - e tem sofrido fortes perdas, tendo chegado a tocar em mínimos de novembro do ano passado.
Agora, com cada vez mais países a imprimirem um "lockdown" dentro do seu território, os investidores preferem novamente guardar o dinheiro em "cash", do que voltar a alocá-lo a algum ativo.
Bolsas europeias em forte queda com aumento do medo
As notícias do fim de semana com o forte crescimento do número de mortos em todo o mundo devido à propagação do coronavírus levaram os mercados acionistas ao modo "sell off", com os investidores a despejarem ações como aconteceu em vários dias das últimas semanas.
O desentendimento entre Democratas e Republicanos no Congresso dos EUA também está a contribuir para o dia negro nos mercados acionistas.
O Stoxx600 afunda 3,90% para 281,61 ponto e os futuros sobre o S&P500 caem 3,5%, aliviando de uma queda máxima de 5%. Entre os índices nacionais, o IBEX (Madrid) desce 2,44%, o CAC40 (Paris) cai mais de 3% e o DAX (Frankfurt) cede 3,64%.
O facto de cada vez mais países europeus estarem a paralisar o país com "lockdowns" para conter o coronavírus acentua as perspetivas de uma queda sem precedentes no PIB da região, o que está a acentuar o pessimismo dos investidores.
Até os ativos que habitualmente são considerados de refúgio estão a ser penalizados. "Apesar de ser muito difícil estar só com liquidez, é certamente o que eu estou a fazer", disse À Bloomberg Brian Quartarolo, gestor de ativos da Pilgrim Partners Asia. "Estou em Nova Iorque, onde o medo é palpável - está a aumentar e não há ninguém que pense que já estamos perto do pico, particularmente nos Estados Unidos".
O número de casos confirmados de coronavírus por todo o mundo mais do que duplicou numa semana para quase 330.000 casos no domingo, com o número de mortos a ultrapassar os 14.000. O número de infeções nos EUA alcançou os 32.000.
"O mercado de futuros está a ser fortemente atingido depois de os estímulos e o pacote de alívio orçamental terem sofrido um revés político no Senado", disse Andy Maynard, da China Renaissance Securities, à Dow Jones.
A maioria dos índices europeus acumula perdas acima de 30% desde o início do ano, como é possível constatar na evolução do Stoxx600 nos últimos seis meses.
Depois da volatilidade, juros da Zona Euro voltam a estabilizar
Após uma semana agitada no mercado de dívida da Zona Euro, com muita oscilação e volatilidade, hoje voltaram os juros da dívida das economias da região voltaram a estabilizar.
Os investidores estão a avaliar o impacto que os grandes estímulos fiscais adotados por cada país possa ter. A Alemanha está a preparar um gasto de emergência no valor de mais de 150 mil milhões de euros para sustentar empregos e empresas em risco devido ao impacto do surto, segundo o ministro das Finanças do país revelou no fim-de-semana.
Como reação os juros da Alemanha com maturidade a dez anos - a referência para o bloco - caem 4,1 pontos base para os -0,373%. Em Itália, a tendência é a contrária e os juros da dívida transalpina avançam 4,4 pontos base para os 1,670%.
Na semana passada, os juros de Itália chegaram a afundar quase 80 pontos base numa só sessão, após a "bazuca" de 750 mil milhões de euros lançada pelo Banco Central Europeu.
Por cá, os juro da dívida portuguesa a dez anos vão caindo 1,5 pontos base para os 0,909%.
Dólar perde terreno contra o euro após Congresso chumbar novo pacote de estímulos
O dólar ganhou terreno a quase todas as moedas rivais, menos ao euro e ao japonês iene, depois de os democratas do Senado norte-americano terem bloqueado a "bazuca" de perto de dois biliões de dólares por discordarem dos republicanos quanto à forma como essas verbas devem ser utilizadas.
Por esta altura, o euro avança 0,18% para os 1,0707 dólares, numa altura em que os investidores demonstram a sua frustração perante o não acordo no Congresso dos Estados Unidos sobre os estímulos.
No entanto, os analistas alertam que esse movimento provavelmente será de breve duração, uma vez que este ganho ligeiro do euro deverá ser uma recuperação curta, depois de quatro sessões consecutivas a perder terreno face à moeda norte-americana.
Em relação ao iene, a moeda americana oscilou entre ganhos e perdas, mas por esta altura segue a depreciar 0,6% para os 110,07 ienes.
PSI-20 afunda mais de 3% para mínimo de 1993
O PSI-20 abriu a descer 3,08% para 3.559,41 pontos, com 16 das 18 cotadas do índice em terreno negativo. O índice português atingiu já um novo mínimo de 1993, apagando toda a recuperação do final da semana passada.
Na semana passada o PSI-20 já tinha tocado em mínimos de 1993 (ano em que foi criado), tendo agora renovado o mínimo desde agosto desse ano. Em 2020 o índice português acumula já uma perda acima de 32%.
Evolução do PSI-20 desde a criação em 1993:
Nas bolsas europeias a tendência é também de fortes quedas, numa altura em que o número de mortes e casos infetados com covid-19 continua a aumentar e o Cngresso dos EUA não consegue chegar a acordo para aprovar o pacote de estímulos de 2 biliões de dólares.
Na bolsa de Lisboa a tendência de queda é generalizada, destacando-se as descidas da EDP (4,55% para 3,04 euros), Sonae (-5,23% para 0,516 euros) e Galp Energia (-4,1% para 7,906 euros).
Brent em queda-livre. Crude dos EUA consegue escapar a nova queda
Os preços do petróleo seguem a negociar de forma mista antes da abertura de sessão europeia desta segunda-feira, dia 23 de março. Depois de as fortes quedas da semana passada, o Brent volta a assumir a tendência negativa e vai desvalorizando 3,93% para os 25,92 dólares por barril, numa altura em que se vai aproximando a data de execução do plano da Arábia Saudita de inundar o mercado petrolífero com matéria-prima barata.
Já o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) consegue respirar à tona da água com uma valorização de 0,62% para os 22,57 dólares por barril.
O mercado teve de enfrentar dois grandes choques da destruição da procura provocada pela pandemia e pela inesperada guerra de preços do petróleo que eclodiu entre a Rússia e Arábia Saudita no início deste mês. O atual acordo de cortes de produção da OPEP+ (Organização de Países Exportadores de Petróleo e os aliados, liderados por Moscovo) expira em 31 de março e a partir daí cada país pode gerir a sua produção como quiser.
Os preços do petróleo caíram durante quatro semanas seguidas e já perderam cerca de 60% do seu valor desde o início do ano.
Índia cai mais de 10%. Futuros da Europa e dos EUA em queda
Os mercados asiáticos mantiveram as más prestações, durante a madrugada portuguesa, e o índice da Índia afundou mais de 10%, numa altura em que o número de mortes e casos infetados com covid-19 continua a aumentar. A queda robusta do mercado indiano fez com que o "circuit breaker" fosse acionado e o índice nacional ficou suspenso durante alguns minutos. A moeda oficial do país, a rúpia, depreciou para o seu mínimo histórico.
A situação na Austrália, Coreia do Sul e em Hong Kong é semelhante.
A contrariar a tendência negativa esteve o Nikkei, índice do Japão, que conseguiu uma valorização de 2,02%, depois de duas quedas consecutivas. O Banco do Japão comprometeu-se, a partir desta segunda-feira, em comprar o equivalente a 10 mil milhões de dólares em dívida. Desde que o banco central japonês começou a abrir cordões à bolsa para conter o impacto económico do vírus já anunciou 2,5 biliões de ienes (22,7 mil milhões de dólares).
Os futuros de ações da Europa e dos Estados Unidos seguem em queda, prevendo-se uma abertura negativa se sessão em ambos os casos. Na Europa, o número de países em "lockdown" aumentou, diminuindo ainda mais o número de pessoas a circular na rua e nos Estados Unidos, os democratas impediram o Senado de promover um novo maciço pacote de ajuda, com presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, a afirmar que a medida ficou aquém das expectativas.
A Morgan Stanley cortou a sua previsão de crescimento da maior economia do mundo e prevê agora que o PIB (produto interno bruto) norte-americano encolha 30% no segundo trimestre deste ano.