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BCE arrasta praças europeias

Os receios de que o BCE comece a praticar uma política menos acomodatícia estão a pressionar as praças europeias, que interrompem assim o maior ciclo de ganhos no espaço de um ano.

Reuters
05 de Outubro de 2016 às 08:34
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O Stoxx 600, que reúne as 600 maiores cotadas europeias, cai 0,92% para 342,92 pontos, interrompendo assim um ciclo de seis sessões de ganhos, o que corresponde à maior série de ganhos num ano.

 

A pesar na negociação bolsista está, sobretudo, a especulação em torno do Banco Central Europeu (BCE), depois de uma notícia avançada ontem à noite pela agência de informação americana Bloomberg.

 

O BCE estará a analisar qual a melhor forma para quando quiser retirar alguns estímulos à economia, nomeadamente através do programa de compra de activos, que actualmente permite que o banco central compre uma média de 80 mil milhões de euros em activos todos os meses. Este programa está em vigor até Março de 2017, não sendo, para já de excluir que seja prolongado, mas está já a ser analisado qual será a melhor maneira para retirar estes estímulos quando chegar a altura, causando o menor impacto negativo possível.

 

A Boomberg noticiou na terça-feira que o BCE está a ponderar reduzir em dez mil milhões de euros o ritmo das compras mensais. A informação foi avançada pela agência de informação americana que cita responsáveis do BCE, não identificados.

 

Esta notícia provocou uma reacção dos mercados bolsistas, que levaram os mercados emergentes às quedas, com os receios de que os bancos centrais comecem a retirar estímulos à economia e a implementarem políticas monetárias menos acomodatícias. Isto numa altura em que se aguarda que a Reserva Federal (Fed) anuncie uma subida de juros nos EUA. 

 

E as bolsas europeias seguem a mesma tendência, com os índices a registarem quedas entre os 0,18% do inglês Footsie, e os 1,04% do holandês AEX. A maior parte dos índices recua mesmo mais de 0,5%.

 

As bolsas europeias começavam a recuperar das quedas recentes, com a melhoria da confiança, mas a notícia avançada pela Bloomberg voltou a minar a confiança dos investidores.

 

Já o euro está a beneficiar desta perspectiva de redução de estímulos, subindo 0,15% para 1,1221 dólares.

 

Destaque para as acções da Altice, que perdem 1,4%, depois de a dona da Meo ter visto chumbada a compra do restante capital da SFR por parte do regulador. As acções da SFR caem mais de 6%.

 

Do lado oposto está a Tesco, que sobe mais de 7%, depois de ter reportado um resultado líquido que superou as estimativas dos analistas. A seguradora Delta Lloyd está a disparar 29%, depois de ter sido alvo de uma oferta de aquisição por parte do grupo NN, que ofereceu 2,4 mil milhões de euros pela empresa. As acções do NN estão a ceder 4%.


O mercado petrolífero continua em alta, com o Brent, negociado em Londres e de referência para Portugal, a subir 0,96% para 51,36 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI) está a ganhar 1,11% para 49,23 dólares. Os preços desta matéria-prima têm vindo a subir nos últimos dias, a reflectir a perspectiva em torno de um corte de produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), e mais recentemente, têm reflectido também os receios de que o furacão Matthew possa causar problemas no armazenamento e transporte de petróleo na costa Leste dos EUA.

(Correcção: No lead onde se lia "mais acomodatícia" deve ler-se "menos acomodatícia")

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