Notícia
Os principais desenvolvimentos de segunda-feira, ao minuto
As tropas da Rússia continuam a avançar pela Ucrânia, num dia em que delegações dos dois países se vão encontrar para conversações junto à fronteira da Bielorrússia. Acompanhe ao minuto.
- Banco da Rússia eleva taxas de juro para 20%
- Futuros do Stoxx 50 recuam mais de 3% com investidores a digerir sanções à Rússia
- Rublo tomba 8% no arranque da negociação
- Bielorrússia preparada para enviar tropas para a Ucrânia para apoiar militares russos
- Ouro soma mais de 0,6% e está a brilhar entre os ativos-refúgio
- Rublo afunda e regista novo mínimo histórico. Euro e libra em queda
- Petróleo reage em alta aos desenvolvimentos da Ucrânia. Brent acima dos 101 dólares
- Juros das dívidas soberanas a aliviar com maior procura
- Índice das energias renováveis a valorizar pela quinta sessão
- PSI-20 escapa às quedas das bolsas europeias. Setor da banca é aquele que mais pesa na Europa
- Delegação ucraniana já está no local de negociações. Zelensky duvida que seja conseguido acordo de paz
- Subida de quase 6% da EDPR dá impulso ao PSI-20, que avança 0,32%
- BP com maior queda em três meses após anúncio de que vai sair da gigante russa Rosneft
- Lufthansa cancela 30 voos para a Rússia
- Russos tomam duas cidades no sudeste da Ucrânia
- Panetta diz que conflito na Ucrânia veio aumentar incerteza na zona euro
- Empresário Roman Abramovich presente nas negociações a pedido da Ucrânia
- Airbnb.org vai disponibilizar alojamento gratuito a até 100 mil refugiados ucranianos
- Investidores cripto já doaram quase 20 milhões de dólares à Ucrânia
- Kremlin encerra o espaço aéreo russo a 36 países
- Ericsson suspende todas as entregas destinadas à Rússia
- Voo de apoio a regresso de portugueses que saíram da Ucrânia pela Moldávia e Roménia chega às 23h10 a Lisboa
- Suíça vai adotar sanções da UE contra a Rússia
- Wall Street segue tendência da Europa a abre no "vermelho"
- Ucraniano tenta afundar navio de magnata russo em Espanha
- Bruxelas receia "pressão" e "ações de desestabilização" russas na Moldávia, Geórgia e Balcãs
- Putin ordena sanções económicas contra Ocidente
- Presidente ucraniano assinou pedido formal de adesão à UE
- "Yield" da dívida portuguesa alivia para menos de 1%
- FIFA e UEFA suspendem seleções e clubes russos das competições
- Bruxelas acrescenta 60 pessoas e uma entidade russas à lista de sanções
- Milhares tentam sair de Kiev de comboio
O regulador decidiu elevar as taxas de juro diretoras de 9% para 20%, obrigou as empresas exportadoras a vender 80% das suas moedas estrangeiras e proibiu os estrangeiros de negociarem ações russas. Para além disso, foram também suspensas as negociações de algumas cotadas na Bolsa de Moscovo.
"As condições externas para a economia russa mudaram drasticamente", adiantou o banco central em comunicado. "A subida da taxa de juro garantirá um aumento nos depósitos para níveis necessários para compensar os riscos de depreciação e inflação. Isto é necessário para apoiar a estabilidade financeira e de preços e proteger as poupanças dos cidadãos da depreciação."
Os futuros das principais praças europeias apontam nesta altura para uma abertura em terreno negativo, numa sessão que promete investidores mais afastados do risco e de olhos postos na Rússia e na Ucrânia.
Mais uma vez, a guerra na Europa promete pesar nesta sessão: nesta altura, os futuros do Stoxx 50 estão a tombar 3,2%, embora tenham chegado a desvalorizar cerca de 4,5% por volta das 6h30.
Assim, os investidores preparam-se para mais uma semana que promete ficar marcada pela volatilidade e estão já a digerir as sanções impostas à Rússia. Ainda durante a noite, a Rússia anunciou que vai impedir que os investidores estrangeiros vendam ativos russos.
Já esta manhã, o banco central russo anunciou a subida das taxas de juro de 9.5% para 20% depois do rublo, a moeda russa, ter registado um novo mínimo face ao dólar devido às sanções impostas ao país de Vladimir Putin por parte das potências ocidentais.
Além dos futuros europeus, também os futuros dos índices norte-americanos estão a recuar, com o Nasdaq a desvalorizar cerca de 2%.
Na Ásia, a sessão decorreu de forma mista. No Japão, o Nikkei avançou 0,19% e o Topix 0,57%. Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 0,64% e na Coreia do Sul o Kospi somou 0,84%.
Neste momento, um dólar já vale 90 rublos e a Reuters estima que, ao longo do dia, a queda se torne ainda mais acentuada e este valor chegue a um histórico mínimo de 112 rublos. Se assim for, será uma depreciação de 25%.
Para hoje está marcado um encontro entre as delegações ucraniana e russa, jutno à fronteira da Bielorrússia, para conversações tendo em vista a paz na região.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, mostrou-se cético de que as conversações cheguem a bom porto, numa altura em que Vladimir Putin colocou as forças nucleares do país em alerta.
Esta segunda-feira, o presidente norte-americano, Joe Biden, vai voltar a falar com os seus aliados para um ponto de situação em relação ao conflito.
Com os investidores mais afastados do risco, os ativos-refúgio, como é o caso dos metais preciosos, das obrigações ou de algumas divisas, como a moeda japonesa, estão a registar ganhos expressivos.
Nesta altura, o ouro está em destaque entre os ativos deste género, a somar 0,64%, com a onça já a cotar acima dos 1.900 dólares, mais concretamente nos 1.901,44 dólares.
A incerteza trazida pela invasão da Rússia a território ucraniano, dando origem a um conflito armado na Europa, está a fazer mexer o preço do ouro, depois de ter registado duas sessões em queda no final da semana passada.
"Toda esta crise chegou a um nível em que não teríamos acreditado e os investidores já não estão a dizer que vão comprar mais ações de setores defensivos ou obrigações", comenta Gary Dugan, da Global CIO Office, à agência Bloomberg.
Ainda assim, o ouro já esteve a negociar com maiores ganhos esta segunda-feira: chegou a somar 2,2%, elevando a onça para os 1.930,85 dólares.
A moeda russa está no centro das atenções no que diz respeito ao mercado cambial, depois de ter registado esta manhã um novo mínimo histórico, ao afundar quase 30% face ao dólar norte-americano.
Com o decorrer da sessão a desvalorização já recuou ligeiramente, mas o rublo não é a única divisa europeia que está a ceder, já que tanto o euro como a libra esterlina estão a desvalorizar face ao dólar.
Nesta altura, a moeda única está a perder 0,81% face ao dólar, para 1,1177 dólares, a negociar num mínimo de quase um mês.
Já a libra esterlina está a cair 0,35% face ao dólar, para 1,3362 dólares, um mínimo de quase dois meses para a moeda britânica.
Do outro lado do Atlântico, o dólar está a somar 0,58% perante um cabaz composto por divisas rivais.
O conflito na Ucrânia está a fazer com que a oferta de petróleo, que já apresentava dificuldades para responder à procura, dê impulso ao "ouro negro".
A juntar a isto, as sanções impostas à Rússia estão também a fazer mexer a procura por petróleo.
Nesta altura, tanto o West Texas Intermediate (WTI) como o brent do Mar do Norte estão a negociar com ganhos expressivos.
O WTI, negociado em Nova Iorque, está a valorizar 4%, com o barril a cotar nos 95,25 dólares. Já o brent do Mar do Norte, que serve de referência ao mercado português, está a tombar 3,41% para 101,27 dólares.
Nota ainda para os preços do gás natural, que estão a disparar 36% devido aos receios de que a situação na Ucrânia possa trazer falhas no fornecimento.
Assim, as bunds alemãs, a referência no bloco europeu, estão a registar o maior alívio entre as yields europeias. Nesta altura, os juros a dez anos estão a aliviar 5,6 pontos base para uma taxa de 0,170%.
A tendência de descida dos juros é generalizada. Em Itália, os juros a dez anos recuam 2,3 pontos base, para 1,807%. Já na Península Ibérica, a yield portuguesa alivia 4,7 pontos base para 1,047%, enquanto em Espanha se regista uma descida de 3,9 pontos base para 1,169%.
Perante o cenário de conflito na Ucrânia, que pesa nos preços do gás natural, os analistas antecipam que possa haver uma subida de procura por energias renováveis, como a eólica ou solar.
A portuguesa EDP Renováveis integra este índice e está nesta altura a valorizar 6,13%. A cotada portuguesa está a liderar os ganhos no PSI-20, que nesta altura é o único índice a valorizar entre as bolsas da Europa, com ganhos de 0,07%.
Na semana passada, este índice que agrupa as cotadas europeias das energias renováveis já somou 20%.
O Stoxx 600 está a desvalorizar 1,46%, com mais de 400 das 600 cotadas a negociar com perdas.
O setor da banca é aquele que mais pesa no Stoxx 600, a desvalorizar 5,72%, logo seguido pelo setor automovel, que tomba 4,52%. No caso do setor da banca, as descidas estão a ser sobretudo justificadas pelas questão da retirada dos bancos russos do sistema SWIFT.
Em Lisboa, o BCP está a negociar em linha com as quedas do setor e tomba 4,99% - a maior queda nesta altura em Lisboa.
O setor das utilities é o único que está a negociar com ganhos na Europa, a valorizar 1,05%.
Além da valorização de 0,07% do PSI-20, impulsionada pela EDP Renováveis, os restantes índices europeus estão no vermelho. O espanhol IBEX cai 1,59%, o alemão DAX tomba 2,18%, enquanto o francês CAC 40 cai 3,13%. Em Londres, o FTSE está a depreciar 1,49%, enquanto em Amesterdão e em Milão se verificam quedas de 1,89% e 2,7%, respetivamente.
Esta é a primeira vez que a Ucrânia e a Rússia se sentem à mesa depois do território ucraniano ter sido invadido na madrugada de quinta-feira passada por tropas russas.
À chegada ao local, a delegação que inclue vários altos representantes próximos do Governo (o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky não integra a comitiva) pediu "um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas".
Da parte da Rússia, o conselheiro do Kremlin, Vladimir Medinski, garantiu que o país está disposto a chegar a "um acordo" com o Governo ucraniano com vista à paz, mas que "deve ser do interesse das duas oartes". "A cada hora que o conflito se prolonga, são os cidadãos e os soldados ucranianos que morrem", frisou.
Já o presidente ucraniano referiu, numa mensagem ao país, que irá acompanhar com atenção as negociações, mas que não acredita que sejam bem-sucedidas. "Direi, sinceramente, que não acredito no resultado destas negociações", disse Volodymyr Zelensky.
A subida do PSI-20 está a ser sobretudo impulsionada pelos ganhos expressivos da EDP Renováveis, que avança 5,93% (21,08 euros) e pela EDP, que aprecia 2,88% (4,32 euros). Ainda na energia, num dia em que as 'utilities' são o único setor a negociar com ganhos (1,36%), também a Greenvolt está em destaque, a valorizar 2,28%.
Já do lado das quedas, o BCP mantém-se como a cotada que mais desvaloriza (-4,35%), em linha com a queda do setor da banca na Europa. O peso-pesado Galp está também em terreno negativo, a ceder 0,94% (9,66 euros).
A BP, que detém 19,75% do capital da petrolífera russa há mais de uma década, indicou que irá registar uma imparidade nos seus resultados do primeiro trimestre, sem avançar detalhes. No entanto, adiantou que a participação na Rosneft está atualmente avaliada em 14 mil milhões de dólares.
"Esta ação militar representa uma alteração fundamental", escreveu o 'chairman' da BP, Helge Lund. "Levou a administração da BP a concluir, após um processo de análise, que o nosso envolvimento com a Rosneft, uma empresa detida pelo Estado russo, não pode simplesmente continuar", justificou a empresa na mesma nota.
Assim, na sessão após o anúncio, as ações da companhia chegaram a cair 7,53%, ficando a negociar num mínimo de três meses.
"Tendo em conta as circunstâncias da agressão da Rússia à Ucrânia, encontrar um comprador poderá ser muito desafiante", antecipa Jason Kenney, analista do Banca Santander, numa nota sobre o tema citada pela Bloomberg.
A companhia aérea alemã Lufthansa anunciou esta segunda-feira que cancelou 30 voo para a Rússia, que deveriam acontecer esta semana.
A lista inclui ligações à Rússia asseguradas por companhias como a própria Lufthansa, a Eurowings ou ainda a Austria Airlines.
A empresa indica ainda que também foi cancelado um voo da Lufthansa Cargo, que deveria estabelecer uma ligação entre Frankfurt e a Ásia, com o intuito de evitar o espaço aéreo russo.
O avanço acontece numa altura em que decorrem conversações de paz junto à fronteira da Bielorrússia, entre as delegações ucraniana e russa.
Contudo as autoridades da Ucrânia indicam que nem a central nuclear, nem ainda nenhuma grande cidade do país está na mão dos russos, apesar de admitir que, na madrugada desta segunda-feira, foram ouvidas explosões na capital Kiev e em Kharkiv.
"Tendo em conta o conflito na Ucrânia, enfrentamentos uma maior volatilidade financeira a curto prazo e de incerteza macroeconómica no médio prazo", contextualiza, num discurso citado no Twitter, a partir de um seminário online esta segunda-feira.
"Estamos prontos para reagir a qualquer desvio nos mercados financeiros que possam resultar da guerra na Ucrânia", acrescentou, ao mesmo tempo em que demonstrou apoio ao povo ucraniano. Este responsável garante ainda que o BCE pretende "implementar rapidamente as sanções decididas pela União Europeia", que visarão a Rússia.
Confronted with supply shocks that are both inflationary and contractionary, we should adjust our policy moderately and progressively as we receive feedback on the effects of our actions, says Executive Board member Fabio Panetta.
— European Central Bank (@ecb) February 28, 2022
Speech https://t.co/LqyscA0kSR
1/3 pic.twitter.com/e3OjoDxw2B
Roman Abramovich, o dono do clube inglês Chelsea que tem origem russa e que adquiriu no ano passado a nacionalidade portuguesa, também está presente nas negociações entre Rússia e Ucrânia.
A informação já foi confirmada pelo porta-voz de Abramovich, nota a Reuters. O pedido terá sido feito pela Ucrânia, para que o empresário possa ajudar a mediar as negociações entre os dois países.
As comitivas de ambos os lados estão reunidas na fronteira da Ucrânia com a Bielorrússia. Esta é a primeira vez em que os dois lados se sentam à mesa depois de a Rússia ter avançado para território da Ucrânia na passada quinta-feira.
Inicialmente, a Rússia tinha proposto que a reunião decorresse em Minsk, na Bielorrússia - local que foi rejeitado pela Ucrânia. Até aqui a Bielorrússia tem sido um aliado do regime de Vladimir Putin.
Esta organização indica que as estadias "serão financiadas pela Airbnb, Inc, por doações para o Fundo para Refugiados da Airbnb.org e pela generosidade dos anfitriões".
Embora a Airbnb.org esteja empenhada em "fornecer alojamento temporário para até 100.000 refugiados em fuga da Ucrânia, trabalhará em estreita colaboração com os governos para melhor apoiar as necessidades específicas do país, incluindo através de estadias de longa duração", contextualiza o comunicado.
Até ao fim deste domingo, foram doados ao Banco Nacional sediado em Kiev, ao Ministério da Defesa e outras organizações não governamentais do país (ONG) quase 20 milhões de dólares em criptoativos, de acordo com os dados compilados pela consultora Elliptic.
As doações arrancaram horas depois da invasão da Ucrânia pelos russos na passada quinta-feira, tendo as forças ucranianas já angariado 18,9 milhões de dólares.
Mais de metade deste montante (56,4%) foi doado em bitcoin, 31,8% em ethereum, enquanto 10,9% desta carteira foi enviada em stablecoins -- criptoativos cuja cotação está diretamente correlacionada com outros ativos tradicionais, como ouro ou dólar -- e 1% em outros criptoativos.
Para tal, segundo a Eliptic, foram realizadas 15.947 transações até ontem à noite.
Paralelamente, e fora destas contas, outro grupo focado no investimento em governance descentralizada (DAO) PleasrDAO, em colaboração com o estúdio de tokens não fungíveis (NFT) Trippy Labs e o grupo russo Pussy Riot, formaram uma organização autónoma descentralizada (DAO) apelidada de UkraineDAO, que arrecadou até ao momento cerca 3,5 milhões de dólares.
Este é um novo recorde, no que toca à solidariedade cripto, já que até este acontecimento, a maior doação feita no mercado cripto foi de 4,86 milhões de dólares e traduziu-se na venda de NFT (tokens não fungíveis) para arrecadar fundos para o fundador do WikiLeaks, Julian Assange.
O mercado cripto acabou por ser o método ideal para transferir dinheiro para as organizações ucraninas, depois de o banco central do país ter sido obrigado a proibir as operações de câmbio, assim como as transferência "e-money", enquanto os levantamentos em dinheiro foram limitados a 100.000 hryvnias ucranianas (cerca de 2.980 euros à taxa de câmbio atual) por dia, de forma a garantir a presença de dinheiro no país.
Desde a plataforma Patreon, às exchanges cripto FTX, liderada pelo multimilionário Sam Bankman-Fried e a Crypto.com de Kris Marszalek são várias as empresas que estão a servir de intermediárias para estas operações.
Para além do Ministério da Defesa e do banco central ucraniano, as ONG Come Back Alive, um grupo que apoia as forças armadas da Ucrânia; o Kyiv Independent, agência de notícias independente com sede na Ucrânia; a Hospitallers, uma organização voluntária que ajuda soldados ucranianos feridos e a Return Alive Foundation aceitam pagamentos em criptoativos.
Na sexta-feira, o Patreon baniu o "Come Back Alive", justificando a proibição com os princípios da plataforma. "Não permitimos que o Patreon seja utilizado para financiar armas ou atividades militares", disse a plataforma no blog.
No entanto, horas mais tarde, a ONG conseguiu voltar a arrecadar fundos, através de várias contas criadas em plataformas cripto.
No sábado, a conta oficial da Ucrânia no Twitter postou vários pedidos de doações de criptomoedas. A conta também postou a mensagem, que inclui endereços bitcoin, ethereum e tether.
De acordo com o comunicado da Agência Federal de Transporte Aéreo, citado pela Bloomberg, as companhias abrangidas pertencem à União Europeia e ao Reino Unido. Portugal está assim na lista de países cujas companhias aéras ficam interditas de circular pelos céus russos.
O país está a retaliar às sanções anunciadas devido à invasão da Ucrânia. Londres foi a primeira nação a proibir voos da companhia russa Aeroflot a entrarem em solo britânico, movimento seguido por Bruxelas.
"Será proibido a qualquer aeronave operada por companhias aéreas russas pousar, descolar ou sobrevoar o território da união, ", dita a resolução dos 27 Estados membros publicada no Jornal da União Europeia.
(Notícia atualizada às 13h35)
Questionada pela ag~encia sobre qual será o impacto deste conflito nas contas da tecnológica, a porta-voz salientou que é muito cedo para avaliar esse impacto.
O voo será operado pela companhia aérea TAP e deverá chegar a Bucareste pelas 17h40 (hora de Lisboa).
O objetivo é resgatar os cidadãos portugueses e lusoucranianos que deixaram a Ucrânia, sob organização da embaixada portuguesa em Kiev ou "por meios próprios", e que se encontram agora na Roménia. O avião deverá aterrar no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, ainda esta segunda-feira, pelas 23h10.
A informação já era avançada por alguns órgãos de comunicação, mas foi entretanto oficializada pelo governo suíço.
"Devido à intervenção militar contínua da Rússia na Ucrânia, o Conselho Federal decidiu a 28 de fevereiro adotar um pacote de sanções impostas pela União Europeia a 23 de fevereiro e a 25 de fevereiro", é possível ler no comunicado do executivo suíço.
E, nesse sentido, a Suíça sublinha a "sua solidariedade com a Ucrânia e o seu povo", garantindo que irá "entregar bens de auxílio aos ucranianos que tenham fugido para a Polónia".
O industrial Dow Jones está a recuar 1,29% para 33.620,76 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq cede 0,59% para 13.614,31 pontos. Já o S&P 500 tomba 0,98% no arranque para 4.341,51 pontos.
Feitas as contas, quase 90% das companhias que compõem o S&P 500 abriram a sessão no "vermelho", refere a Bloomberg.
Se os investidores estão a demonstrar menor apetite por risco, já as obrigações estão em alta. Esta tendência era visível nas obrigações das dívidas soberanas europeias e está também a sentir-se do outro lado do Atlântico. Os juros norte-americanos a dez anos estavam a aliviar 7,8 pontos base, para uma taxa de 1,884%.
As ações companhia russa Yandex, cotada em Nova Iorque, responsável por um motor de pesquisa e um portal de serviços na Rússia, estão suspensas, depois de a companhia ter chegado a afundar 21% antes da abertura do mercado.
O homem ucraniano, cuja identidade as autoridades decidiram manter sobre anonimato, trabalhava há dez anos no iate de Mikheev, batizado de "Lady Anastasia", tendo sido detido no sábado pela Guarda Civil espanhola.
Segundo a polícia, o homem pediu a todos os tripulantes, a maioria de nacionalidade ucraniana, para saírem do iate, tendo deslocado-se à sala das máquinas e aberto uma válvula, na tentativa de afundar o barco. A tripulação, em conjunto com a equipa do porto, conseguiu evitar o naufrágio.
Quanto foi presente a juiz, o cidadão ucraniano confessou-se culpado e sem arrependimentos, tendo explicado que decidiu afundar o barco, depois de ver na televisão um míssil russo a cair em Kiev, a sua cidade natal.
"O dono deste iate é um criminoso que ganha a vida a vender armas que estão a ser utilizadas para matar ucranianos", argumentou o homem que acabou por ser colocado em liberdade horas mais tarde, sob regime de fiança.
Recorde-se que Maiorca é o lar de vários super-iates de magnatas russos, como é o caso de Roman Abramovich, o barão da construção Andrey Molchanov e Vagit Alekperov -- um milionário russo que detém uma participação de 20% na Lukoil, uma empresa já sujeita a sanções dos EUA -- que entretanto já enviou o iate para Montenegro, um território fora da UE e por isso longe das sanções europeias.
"[Além da Ucrânia], estamos também preocupados com a situação em outros países, como é o caso da Moldávia e Georgia", referiu, em conferência de imprensa.
Para Joseph Borrell, a Moldávia é um dos países onde "a pressão russa pode começar a sentir-se nos próximos dias". O país tem vindo a receber vários refugiados ucranianos e, como não faz parte da NATO e tem também uma ligação histórica à Rússia, Bruxelas teme que pode ser "alvo" da novas investidas por parte da Rússia.
Joseph Borrell referiu também que a União Europeia está focada em "manter a estabilidade na Bosnia-Herzegovina e enfrentar possíveis ações de desestabilização da Rússia nos Balcãs".
O chefe da diplomacia europeia disse ainda que o fim da neutralidade nuclear da Bielorrússia é "um caminho muito perigoso" e apelou ao povo bielorrusso para que "proteste contra esta decisão, e também contra a agressão à Ucrânia".
Entre as medidas adotadas por Vladimir Putin conta-se a proibição de residentes na Rússia transferirem divisas para o exterior, refere a agência.
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"É um momento histórico", lê-se numa mensagem da Verkhovna Rada (Parlamento ucraniano) divulgada pela rede Telegram, onde se pode ver o Presidente ucraniano no momento da assinatura do documento.
A Comissão Europeia abriu a porta à entrada da Ucrânia na UE, mas lembrando que o processo é longo, apesar do pedido de Kiev de um procedimento especial para integrar o país "sem demora".
O recuo das "yields" é transversal a todos os países do euro, com os investidores a preferirem o mercado da dívida em detrimento das ações.
A queda mais expressiva ocorre na "yield" da dívida italiana a 10 anos, que recua 12,7 pontos, para os 1,703%. Na mesma maturidade, a dívida espanhola regista uma descida nos juros na ordem dos 9,7 pontos, para 1,112%.
As "yields" das "bunds" a 10 anos, referência para o mercado europeu, também aliviam 9,6 pontos base, fixando-se nos 0,130%.
A decisão abrange as seleções nacionais, bem como a participação das equipas russas em competições organizadas pela UEFA.
A suspensão irá vigorar por tempo indeterminado.
"A nova listagem inclui oligarcas e empresários ativos nos setores petrolífero, bancário e financeiro, bem como membros do governo e personalidades militares de alto nível e elementos que contribuíram para difundir a propaganda anti-ucraniana e promover uma atitude positiva em relação à invasão da Ucrânia", refere um comunicado divulgado esta segunda-feira, desconhecendo-se a identidade dis visados.
As sanções, que agora abrangem um total de 680 pessoas e 53 entidades, incluem o congelamento de ativos e a proibição de disponibilizar recursos para estes indivíduos e entidades. As pessoas visadas estão proibidas de viajar na União Europa ou utilizar o espaço em trânsito para outros destinos.
As medidas somam-se ao pacote anunciado este domingo pelo Alto Representante para a política externa da UE após a videoconferência dos Ministros dos Negócios Estrangeiros, onde se inclui o fornecimento de equipamento militar às Forças Armadas da Ucrânia através do Mecanismo Europeu de Paz, a exclusão do espaço aéreo da UE e do acesso aos aeroportos, além da proibição de transações com o Banco Central da Rússia.
A estação ferroviária central de Kiev é o ponto de confluência de centenas, milhares de pessoas, que tentam sair da capital ucraniana em direção às fronteiras oeste, ou a zonas mais seguras do país.
Famílias transportam em malas o que conseguiram juntar, levam os filhos, alguns bebés, animais de estimação. Amigos despedem-se com lágrimas nos olhos.
À entrada, três polícias fortemente armados vigiam os movimentos. No átrio, centenas de pessoas acotovelam-se junto dos painéis eletrónicos. Vão partir dois comboios, um em direção a Lviv, oeste, outro um pouco mais tarde para Ivano Frankifsk, no centro do país.
O apeadeiro está repleto de pessoas que aguardam a chegada do primeiro comboio. Muitos não conseguem chegar, acotovelam-se, gritam, crianças choram, um cão ladra. São sobretudo mulheres, crianças, idosas e idosos. Alguns desistem.
Desde quinta-feira, o dia do início da invasão das tropas russas, que a estação central de Kiev não descansa, mas os homens entre os 18 e os 60 anos estão mobilizados para um combate que se avizinha.
As viagens são gratuitas, devido à situação de emergência nacional. E as pessoas não têm dinheiro para pagar os mil dólares que agora se cobram para sair da cidade até uma zona mais segura, os cinco mil dólares para rumar em direção às fronteiras da Roménia ou Moldova, o percurso mais seguro de momento através de uma estrada em más condições e que pode demorar 18 horas.
"As pessoas têm medo, têm crianças, querem sair daqui. Não as censuro, mas eu vou ficar", diz Ivan, um jovem que agora transporta pessoas na sua carrinha de dois lugares, um "negócio" com escassa oferta e em alta.
Aos pares, polícias fortemente armados passam na parte exterior do grande edifício. Perto, uma grande central de aquecimento a gás, que canaliza calor para muitas habitações desta zona da cidade, com as suas três grandes chaminés a expelir um fumo branco, contínuo. Gás vindo da Rússia e a Ucrânia ainda é território de trânsito para que esta energia vital chegue a outras regiões das Europa.
No percurso, carrinhas da polícia vigiam o trânsito. Um carro foi parado, revistam os ocupantes, pedem documentos. Á frente, outro carro esmagou-se contra um poste. Um outro carro da polícia está parado nesse local. Kiev tornou-se numa cidade vigiada, nervosa, triste.
Lusa