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Abertura dos mercados: Saída de conselheiro de Trump agrava receios de guerra comercial e castiga bolsas

As principais bolsas europeias seguem a tendência negativa verificada na Ásia, numa altura em que os investidores manifestam receios em torno da política comercial norte-americana.

EPA
07 de Março de 2018 às 09:35
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Os mercados em números

PSI-20 desce 0,43% para os 5.331,28 pontos

Stoxx 600 cai 0,33% para 370,16 pontos

Nikkei desvalorizou 0,77% para 21.252,72 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos recua 2,5 pontos para 1,892%

Euro aprecia 0,13% para 1,2420 dólares

Petróleo em Londres recua 1,22% para 64,99 dólares por barril

Investidores continuam assustados com perspectiva de uma guerra comercial

As principais praças europeias estão em queda, em linha com o sentimento já verificado na Ásia. A perspectiva de que uma guerra comercial paira no horizonte continua a marcar a negociação nos mercados e a castigar as bolsas mundiais.

Ontem Wall Street terminou em alta, mas logo após o fecho do mercado surgiu a notícia de que Gary Cohn, um dos principais conselheiros económicos do presidente dos EUA, pediu para abandonar as suas funções. No comunicado que chegou aos meios de comunicação presentes na Casa Branca, e citado pela Bloomberg, não há nenhuma referência a um desacordo em torno da política económica do país.

Contudo, fontes da agência, indicam que esta demissão surge apenas algumas horas depois de Gary Cohn ter estado na Sala Oval com Donald Trump. O presidente dos EUA terá pedido Gary Cohn que publicamente manifestasse o seu acordo quanto à imposição de taxas alfandegárias. Mas o conselheiro terá optado por não responder ao presidente dos Estados Unidos, acrescentam fontes.

Gary Cohn decidiu assim sair do governo. No comunicado diz: "foi uma honra servir o meu país e promover políticas económicas pró-crescimento para beneficiar a população americana, em particular a aprovação de uma reforma fiscal histórica".

Esta notícia leva os investidores a especularem que Trump vai mesmo aplicar tarifas às importações de aço e alumínio. Sendo que, de acordo com a algumas fontes, Washington pode estar a preparar-se para apontar baterias directamente à China, alargando o conjunto de bens que podem ser sujeitos a tarifas, devido a alegados roubos de propriedade intelectual.

O Stoxx 600 recua 0,33%. E entre as congéneres, o PSI-20 é o que mais perde, recuando 0,43%, seguido pelo DAX, que desce 0,40%.

Juros em queda
Os juros da dívida pública portuguesa estão em queda no mercado secundário. A dez anos, os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida entre si descem 2,5 pontos base para 1,892%. Os de Itália estão também em queda, recuando 2,2 pontos base a dez anos para os 1,975%. Os da Alemanha a uma década perdem 0,6 pontos base para 0,669%. O prémio de risco da dívida nacional está nos 122,6 pontos.

Euro com ganhos ligeiros

A moeda da Zona Euro está a subir ligeiramente face ao dólar, numa altura em que paira a possibilidade de estalar uma guerra comercial. Apesar de assumir que vai retaliar se os EUA aplicarem de facto tarifas às importações de aço e alumínio, a Comissão Europeia manifestou hoje a sua esperança de que tais taxas não sejam aplicadas.

Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, em entrevista à Bloomberg TV, disse: "Esperamos que, eventualmente, esta iniciativa dos EUA não vá por diante". "Mas é também claro que a UE vai reagir se estas tarifas unilaterais forem impostas pelos Estados Unidos", acrescentou.

 

Petróleo recua mais de 1% antes de reservas 

A cotação do petróleo está a descer pela primeira vez em quatro sessões, reflectindo as expectativas de aumento nas reservas dos Estados Unidos e também os receios com o impacto de uma potencial guerra comercial.

 

O crude em Nova Iorque desce 1,04% para 61,95 dólares e o Brent em Londres cede 1,22% para 64,99 dólares. O Instituto Americano do Petróleo deverá anunciar esta quarta-feira que os stocks de petróleo aumentaram em 5,7 milhões de barris.  

 

Ouro alivia

O ouro está a aliviar dos ganhos recentes, que foram motivados pelos efeitos das notícias relacionadas com os receios de uma guerra comercial, depois de Donald Trump ter anunciado a imposição de tarifas sobre as importações de aço e alumínio. A cotação do metal precioso desde 0,2% para 1.331,73 dólares a onça, depois do UBS ter afirmado que o ouro já cumpriu o papel de activo de refúgio devido às notícias relacionadas com a guerra comercial.

 

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