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Abertura dos mercados: Razia nas bolsas põe Europa a caminho da pior semana desde a crise de 2008

Os principais mercados europeus acordaram novamente com quedas expressivas, na ordem dos 3%. Nenhum dos índices escapa à razia e o Stoxx 600, que reúne as cotadas mais valiosas da região, vive a pior semana desde a crise financeira.

Reuters
28 de Fevereiro de 2020 às 09:33
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Os mercados em números

PSI-20 desce 3,14% para 4.796,76 pontos

Stoxx 600 perde 3,73% para 374,93 pontos

Nikkei desvalorizou 3,67% para 21.142,96 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 5,7 pontos base para 0,416%

Euro avança 0,32% para 1,1036 dólares

Petróleo em Londres cai 2,43% para 50,91 dólares o barril

 

Europa derrapa novamente
Os principais mercados europeus estão a ter um novo dia com quedas expressivas e estão a ser incapazes de contrariar a tendência negativa, numa altura em que o Stoxx 600, o índice que agrupa as 600 maiores cotadas da região, afunda 3,73% para 374,93 pontos. O índice desvalorizou cerca de 10%, desde o último pico, e encaminha-se para a pior semana desde a crise financeira de 2008.

O motivo para as quedas continua a ser o mesmo. O coronavírus tem-se propagado com maior rapidez do que o esperado para fora do território chinês, principalmente na Europa, e o alarmismo instalou-se, com os investidores a afastarem-se dos ativos de maior risco. 

André Neto Pires, analista da XTB, diz que os índices "estão a ter muitas dificuldades e o receio dos investidores leva-os a abster-se de investir nos mercados, à medida que o número de casos fora da China aumenta dramaticamente".

Até ao momento, quatro novos países relataram os primeiros casos de pessoas infetavas com o surto Covid-19, aumentando o número de países fora da China com infetados para 55. Em Itália, o país europeu com mais casos, o número de pessoas que morreram devido ao coronavírus aumentou para 17. 

Por cá, o PSI-20 afunda 2,65% para 4.820,80 pontos, o valor mais baixo desde agosto de 2019. Das 18 cotadas que compõem o principal índice nacional, 16 estão em queda e duas inalteradas.

 

Juros da Zona Euro mistos
Os juros da dívida na Zona Euro assumem posturas mistas. Os juros com maturidade a dez anos na Alemanha - a referência do bloco - caem 5,7 pontos base para os -0,604%. Já os de Itália seguem o caminho oposto e sobem 9,4 pontos base para os 1,163% .

Por cá, os juros a dez anos da dívida portuguesa acompanham a tendência transalpina e sobem 5,7 pontos base para os 0,416%.

 

Euro galga terreno face ao dólar 
O euro conseguiu apreciar face ao dólar para um máximo de três semanas, num dia em que a divisa norte-americana está a ter o seu pior dia contra a moeda europeia em dois anos. O avanço do coronavírus e o seu impacto na economia em todo o mundo estão a alimentar novamente as esperanças de que a Reserva Federal dos Estados Unidos venha a agir com novos cortes na taxa de juro diretora do país.

Por esta altura, o euro aprecia 0,32% para 1,1036 dólares.

Petróleo a caminho da pior semana desde 2011. OPEP à espreita 
Os preços do petróleo continuam a senda de quedas, à medida que a procura em todo o mundo pela matéria-prima tem caído a pique desde que o coronavírus afetou os mercados. Hoje, o Brent - que serve de referência para Portugal - desvaloriza 2,43% para os 50,91 dólares por barril. Esta semana o ativo já depreciou cerca de 13%, naquela que é a pior semana desde 2011. O norte-americano WTI acompanha as quedas e desvaloriza 2,82% para os 45,76 dólares por barril.

Na próxima semana, os líderes da OPEP (Ornagozação de Países Exportadores de Petróleo) reúnem-se em Viena, Áustria, numa reunião ordinária, que serviria, em condições normais, para redefinir o volume de cortes de produção entre os membros do cartel - alterados em dezembro, pela última vez. No entanto, a situação com o coronavírus pode obrigar o cartel a aumentar os cortes (tal como foi recomendado pelo seu comité técnico, no mês passado). 

 

Ouro desvaloriza, mas ainda perto de máximos
Hoje, nem o ouro escapa às quedas. O metal precioso tem aproveitado o alarmismo dos investidores para valorizar e recentemente atingiu máximos de sete anos, uma vez que é considerado um ativo mais seguro e que serve de refúgio em alturas de maior turbulência. 

O ouro deprecia hoje 0,68% para os 1.633,48 dólares por onça. 

 

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