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Abertura dos mercados: Petróleo corrige de ganho recorde e bolsas caem à espera da Fed
O ataque com drones à produção de petróleo na Arábia Saudita continua a afetar o valor de diversos ativos, numa altura em que os investidores centram atenções da reserva Federal. As bolsas estão em queda ligeira e o petróleo corrige da forte subida da véspera.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,18% para 5.062,45 pontos
Stoxx 600 desvaloriza 0,08% para 389,21 pontos
Nikkei valorizou 0,06% para 22.001,32 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 0,1 pontos base para 0,261%
Euro aprecia 0,11% para 1,1013 dólares
Petróleo em Londres desce 0,48% para 68,69 dólares o barril
Bolsas em queda ligeira à espera de Fed
As bolsas europeias negoceiam em terreno ligeiramente negativo, seguindo o desempenho das ações chinesas, que reagiram em queda à opção do banco central do país de manter as taxas de juro. O Stoxx600 desvaloriza 0,08% para 389,21 pontos e em Pequim o Shanghai Composite Index recuou 1,6%.
Esta tendência negativa nas bolsas surge numa altura em que o clima geopolítico a nível internacional preocupa. O presidente dos Estados Unidos aponta o Irão como culpado do ataque à produção de petróleo saudita, um evento que fez disparar os preços do petróleo na segunda-feira, e diz-se pronto a atacar assim que se apurar definitivamente o culpado.
"A chave está em saber se afinal temos uma crise petrolífera ou uma disrupção de curto prazo no mercado", disse à Bloomberg Virginie Maisonneuve. "Estamos a assistir a esta atitude de esperar para ver e é por isso que os mercados estão um pouco nervosos", acrescentou a chief investment officer da Eastspring Investments.
A expectativa é grande também em relação à reunião de dois dias da Reserva Federal norte-americana que tem início esta terça-feira, em Washington. Os responsáveis da Fed deverão debater um novo corte dos juros diretores, de modo a revitalizarem a economia dos EUA. Muitos analistas acreditam que a Reserva Federal vai voltar a reduzir a taxa dos fundos federais em 25 pontos base, depois de este ano ter efetuado o primeiro corte numa década.
É o setor financeiro que mais pressiona as bolsas europeias, com o StoxxBanks a ceder mais de 1%. Em Lisboa o PSI-20 recua 0,18% para 5.062,45 pontos depois de cinco sessões a fechar em alta, com o BCP ser o título que mais pressiona o índice português (-1,03% para 0,2118 euros).
Yuan recua e euro acima de 1,10 dólares
No mercado cambial ganha destaque a queda da moeda chinesa, depois da reunião de política monetária do banco central do país ter dececionado o mercado. Os analistas esperavam um corte da taxa de juro dos empréstimos com maturidade de 1 ano, sendo que agora apontam para que esse corte aconteça até ao final do ano. A moeda chinesa desvaloriza 0,3% para 7,0864 yuan por dolar.
No par do euro face ao dólar a moeda europeia ganha vantagem (+0,11%) e regressa a níveis acima de 1,10 dólares, numa altura em que o foco dos investidores está na reunião da Fed e nas declarações de membros do concelho do Banco Central Europeu (BCE). Vários membros do banco central vão fazer declarações em diferentes eventos, esta terça-feira. As atenções vão recair sobre o discurso do governador do Banco de França depois de Villeroy de Galhau ter surpreendido ao mostrar-se contra o "quantitative easing" do BCE, um dos estímulos anunciados pela autoridade monetária liderada por Mario Draghi na semana passada.
Juros da dívida pública estáveis
As declarações de responsáveis do BCE também terão impacto no mercado de dívida soberana, sendo que para já as "yields" das obrigações seguem estáveis. A taxa de juro dos títulos de Portugal a 10 anos cede 0,1 pontos base para 0,261%, em linha com o comportamento das bunds. A "yield" das obrigações alemãs também recua 0,1 pontos base para -0,485%.
Petróleo corrige de valorização recorde
Os preços do petróleo dispararam ontem nos principais mercados internacionais, tendo encerrado a escalar na ordem de 14% em Londres e Nova Iorque, depois de o Brent do Mar do Norte – crude de referência para as importações europeias – ter chegado a subir perto de 20% naquela que foi a valorização intradiária mais acentuada de sempre.
Os preços estão a corrigir esta terça-feira, numa altura em que o mercado procura uma maior visibilidade sobre o real impacto do ataque contra as instalações da Saudi Aramco na capacidade de produção da petrolífera da Arábia Saudita. Segundo a Bloomberg, a Saudi Aramco enfrenta um período de semanas ou meses até que consiga recuperar a maioria da produção perdida com os ataques.
Em Londres o Brent desce 0,48% para 68,69 dólares e na bolsa de Nova Iorque o WTI cede 0,97% para 62,69 dólares.
Ouro abaixo de 1.500 dólares
Os ataques com drones, reivindicados pelos rebeldes hutis iemnitas, levaram também a um recrudescer de tensões entre Washington e Teerão, já que os hutis são apoiados politicamente pelo Irão – grande rival regional da Arábia Saudita. O ouro foi ontem impulsionado por esta maior tensão no Médio Oriente, mas hoje está em terreno ligeiramente negativo. O metal precioso desce 0,07% para 1.498,3 dólares a onça no mercado à vista em Londres, depois de ter superado os 1.500 dólares na segunda-feira.