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Abertura dos mercados: Juros atingem novos mínimos em vários países e ouro salta para máximos de mais de um ano
A sessão desta sexta-feira está a ser marcada pela fuga ao risco dos investidores, que estão a privilegiar as obrigações e o ouro, em lugar das ações. Na Alemanha, Portugal e Espanha, os juros marcam novos mínimos enquanto o ouro segue no valor mais alto desde abril do ano passado.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,39% para 5.173,88 pontos
Stoxx 600 perde 0,41% para 378,76 pontos
Nikkei valorizou 0,40% para 21.116,89 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos recuam 2,8 pontos base para 0,607%
Euro sobe 0,03% para 1,1279 dólares
Petróleo em Londres cai 0,07% para 61,27 dólares o barril
Bolsas europeias voltam às perdas
Depois de terem subido na sessão de ontem, as bolsas europeias voltaram para terreno negativo esta sexta-feira, 14 de junho, penalizadas pelos receios sobre o impacto da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
Essas preocupações foram reforçadas esta manhã, com a divulgação dos dados da produção industrial na China que subiu em maio ao ritmo mais lento desde 2002, e abaixo do esperado pelos analistas, sinalizando que a guerra de tarifas já estará a penalizar a segunda maior economia do mundo.
A juntar a estes receios, cresce a tensão no Médio Oriente, com os Estados Unidos a acusarem o Irão pelo ataque a um petroleiro saudita no Golfo de Omã.
O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, perde 0,41% para 378,76 pontos.
Na bolsa nacional, o PSI-20 acompanha a tendência com uma descida de 0,39% para 5.173,88 pontos, penalizado sobretudo pela Nos e pelas cotadas do setor da pasta e do papel. A operadora recua 1,13% para 5,705 euros, a Navigator desliza 1,02% para 3,286 euros e a Semapa cai 1,61% para 12,24 euros. A Altri, que foi a grande "estrela"da sessão de ontem, perde 1,39% para 6,37 euros.
Juros da dívida atingem novos mínimos
Com o regresso da aversão ao risco nos mercados, as obrigações soberanas estão a ser beneficiadas, o que está a levar os juros a novos mínimos em vários países da Zona Euro. É o caso de Portugal, onde a yield das obrigações a dez anos segue num novo mínimo histórico de 0,607% com uma queda de 2,8 pontos base. O mesmo acontece na Alemanha e Espanha, com os juros a descerem 2,5 pontos para -0,269% e 4,1 pontos para 0,496%, respetivamente. Em ambos os casos trata-se do valor mais baixo de sempre. Em Itália a yield a dez anos desce 2,7 pontos para 2,326%.
Dólar sobe pela terceira sessão
O índice que mede o desempenho do dólar face às principais congéneres mundiais está a valorizar pela terceira sessão consecutiva, no dia em que o mercado aguarda pela divulgação dos dados sobre a produção industrial e as vendas a retalho nos Estados Unidos. Os mesmos números para a China foram conhecidos esta manhã, antes da abertura da sessão europeia, e mostram que, apesar de as vendas a retalho terem subido mais do que o esperado em maio (8,6% face à estimativa de 8,1%), a produção industrial cresceu menos do que o esperado (5% face à estimativa de 5,4%) e ao pior ritmo desde 2002.
Petróleo volta às descidas
Depois das fortes subidas de ontem – motivadas pelo ataque a um petroleiro no Golfo de Omã – o petróleo voltou hoje às quedas, devendo fechar a semana com um saldo negativo.
Nesta altura, o Brent, transacionado em Londres, cai 0,07% para 61,27 dólares, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desliza 0,5% para 52,02 dólares.
A semana fica marcada por fortes oscilações nas cotações da matéria-prima, com fortes quedas na quarta-feira – devido à subida das reservas norte-americanas – que foram seguidas de ganhos acentuados ontem devido ao ataque no Médio Oriente.
Ouro em máximos de mais de um ano
O ouro está a subir 1% esta sexta-feira, com as tensões no Médio Oriente e a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China a aumentarem a procura por este ativo de refúgio.
Nesta altura, o metal amarelo sobe 0,97% para 1.355,27 dólares.