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Abertura dos mercados: Europa desce com receios de propagação do Covid-19. Juros portugueses em mínimos de novembro

Os investidores temem uma maior propagação do Covid-19 após notícias de mortes no Japão e de infetados na Coreia do Sul. As bolsas negoceiam em baixa ao passo que as obrigações soberanas beneficiam.

20 de Fevereiro de 2020 às 09:37
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Os mercados em números
PSI-20 sobe 0,05% para os 5.438,58 pontos
Stoxx 600 desce 0,21% para os 432,98 pontos
Nikkei somou 0,34% para os 23.479,15 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 1,5 pontos base para os 0,256%
Euro desce 0,02% para os 1,0803 dólares
Petróleo em Londres avança 0,02% para 59,13 dólares por barril

Bolsas europeias descem após máximo histórico
As bolsas europeias seguem em baixa nesta quinta-feira, 20 de fevereiro, ao serem penalizadas pelos receios em torno da propagação do coronavírus fora da China, depois de o Japão ter reportado duas mortes relacionadas com o Covid-19 e de o número de casos de infetados ter disparado na Coreia do Sul.

O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, cede 0,21% para os 432,98 pontos, após ter fechado ontem em máximos históricos. Os setores das telecomunicações e automóvel são os que mais pressionam o índice.

Uma das empresas europeias que fez um alerta sobre o coronavírus foi a Air France/KLM (francesa/holandesa). A transportadora aérea estimou que o surto possa vir a baixar os lucros do primeiro trimestre na ordem dos 126 milhões de euros. 

Este aviso soma-se já a outras empresas que têm deixado alertas semelhantes, sendo que o caso que mais assustou os investidores foi o da Apple. A tecnológica admitiu no início desta semana que não iria cumprir os seus objetivos do primeiro trimestre por causa do Covid-19, o que teve logo impacto nas suas fornecedoras europeias.

Na sessão de hoje o destaque vai também para as ações da espanhola Telefonica que descem mais de 4% após a empresa ter anunciado lucros abaixo do esperado. Da mesma forma, a Axa, a segunda maior seguradora da Europa, também viu os títulos cair quase 2% por causa da desilusão dos investidores com os lucros. 

Já a belga Anheuser-Busch InBev, a maior empresa de cerveja, cede quase 2% depois de ter sido alvo de uma avaliação menos positiva por parte dos analistas da JPMorgan Chase. 

A contrariar o Stoxx 600, o PSI-20 segue a valorizar 0,05% para os 5.438,58 pontos, mantendo-se em máximos de ano e meio.

Juros portugueses em mínimos de novembro
No mercado secundário, a yield associada às obrigações portuguesas a dez anos está em mínimos de cerca de quatro meses. Os juros nesse prazo aliviam 1,5 pontos base para os 0,256%, o que é o valor mais baixo desde novembro do ano passado. 

As obrigações soberanas continuam a beneficiar do seu estatuto de ativo de refúgio numa altura em que o coronavírus Covid-19 continua a criar receio nos investidores quanto ao seu potencial impacto económico na China e noutras economias. 

Os juros alemães a dez anos estão a aliviar 0,5 pontos base para os -0,425%.

Dólar em máximos de mais de quatro meses
A divisa norte-americana sobe 0,1% no índice da Bloomberg, que a coloca face a um cabaz das principais moedas do mundo, para máximos de mais de quatro meses (10 de outubro). O dólar sobe há quatro sessões consecutivas.

"O dólar fortaleceu-se porque a incerteza está a crescer", sintetiza o analista de divisas da Sony Financial Holdings, Kumiko Ishikawa, à Bloomberg, referindo que os "fundamentais" da economia norte-americana são "claramente os mais fortes entre as economias desenvolvidas". Além disso, espera-se que o impacto do coronavírus seja maior nos países asiáticos dada a proximidade com a China.

O euro desce 0,02% para os 1,0803 dólares.

Petróleo sobe há oito sessões consecutivas
O petróleo está a valorizar ligeiramente neste início de negociação, acumulando oito sessões consecutivas de ganhos. 

A subida do ouro negro deve-se à expectativa dos investidores de que os estímulos económicos da China, a segunda maior economia do mundo, consigam reanimar a procura por petróleo, compensando o choque provocado pelo surto do Covid-19. 

Além disso, há vários países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) que enfrentam ameaças à sua produção, o que contribui para limitar a oferta e, por isso, ajuda a requilibrá-la face à queda da procura.

Neste momento, o WTI, negociado em Nova Iorque, sobe 0,32% para os 53,46 dólares por barril, ao passo que o Brent, que é transacionado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, valoriza 0,02% para 59,13 dólares por barril. 

Ouro namora máximos de sete anos
O apetite por ativos de refúgio como ouro continua com os investidores a temerem o impacto económico do coronavírus, ao que se junta a especulação de que a Reserva Federal irá baixar os juros antes do final de 2020, segundo a Bloomberg. O metal precioso está a ceder ligeiramente: -0,06% para os 1.610,81 dólares por onça. 

Olhando apenas para as cotações de fecho, o ouro está a negociar em máximos de 2013, ultrapassando a barreira dos 1.600 dólares. O metal precioso já chegou recentemente a negociar nesse nível, mas fechou abaixo.
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