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Abertura dos mercados: EUA tiram força a acordo com a China e investidores retraem-se
A assinatura do acordo parcial dos Estados Unidos com a China levanta sentimentos antagónicos: por um lado, é tomado como um marco no entendimento entre as duas nações mas, por outro, cada vez menos parece garantir melhorias nas tensões e a aguardada retirada de tarifas.
Os mercados em números
PSI-20 sobe 0,7% para os 5.328,55 pontos
Stoxx 600 soma 0,05% para os 419,78 pontos
Nikkei valorizou 1,10% para os 23.916,58 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 0,9 pontos base para 0,506%
Euro sobe 0,03% para 1,1131 dólares
Petróleo em Londres 0,42% para os 64,22 dólares por barril
Europa no limbo com EUA a baralharem contas do acordo com a China
As principais praças europeias dividem-se entre o verde e o vermelho. O índice que agrega as 600 maiores cotadas do Velho Continente, o Stoxx600, soma uns ligeiros 0,05% para os 419,78 pontos, embora já tenha visitado também o terreno negativo.
A tendência pouco definida verifica-se apesar de esta quarta-feira, dia 15 de janeiro, ficar marcada pela aguardada assinatura do acordo parcial – chamado de "fase um" – entre os Estados Unidos e a China. Este evento é "menos feliz" do que o esperado depois de o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, ter afirmado que só com a assinatura de um acordo "de fase dois" é que os Estados Unidos estão disponíveis para recuar nas tarifas impostas à China. A Bloomberg, citando fontes próximas do processo, avança que as atuais tarifas sobre 360 milhões de dólares de importações chinesas deverão manter-se em vigor até depois das eleições presidenciais americanas, que se realizam a 3 de novembro.
A agravar o sentimento no que toca à relação entre as duas maiores economias do mundo está ainda a iniciativa, também da parte de Washington, de preparar uma legislação que atinge a tecnológica chinesa Huawei. De acordo com o avançado pela agência Reuters, a legislação que está para já em fase de "rascunho" prevê que o Departamento do Comércio tenha o poder de bloquear exportações para a Huawei desde que os componentes de origem norte-americana constituam mais de 10% do valor final do produto.
Em Lisboa, o PSI-20 contraria a tendência Europeia apoiado sobretudo nos ganhos da Jerónimo Martins, que já somou quase 6% rumo a máximos de quase dois anos. A impulsionar a retalhista estão os números preliminares das vendas de 2019, que superaram as expectativas.
Juros descem na Europa
Com os investidores receosos de que o acordo entre os Estados Unidos e a China não seja mais do que "uma mão cheia de nada", o apetite pelo risco está a dar lugar, esta quarta-feira, ao reforço da aposta em ativos de refúgio como é o caso das obrigações soberanas da Zona Euro. Assim, as obrigações estão em alta e, consequentemente, os juros em queda.
A yield associada à dívida da Alemanha a dez anos, a referência para a região, está a descer 2,4 pontos para -0,197%, enquanto em Espanha, no mesmo prazo, a queda é de 1,2 pontos para 0,460%.
Em Itália, os juros deslizam 1,6 pontos para 1,375% e em Portugal descem 0,9 pontos para 0,506%, no dia em que o IGCP vai voltar ao mercado para uma emissão de dívida de curto prazo.
Dólar quase inalterado antes da assinatura do acordo
O índice que mede o desempenho do dólar face às principais congéneres mundiais está praticamente inalterado esta quarta-feira, 15 de janeiro, dia em que será assinado o acordo comercial parcial entre os Estados Unidos e a China.
O conteúdo do acordo ainda não é conhecido, e nos últimos dias o governo norte-americano tem sugerido que as tarifas poderão não ser retiradas antes de novos progressos nas negociações, deixando dúvidas sobre a ambição e alcance desta primeira fase de entendimento.
O euro está a subir 0,03% para 1,1131 dólares.
Reservas de petróleo tramam barril
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, cede 0,42% para os 64,22 dólares, cotando perto de mínimos de seis semanas. A abalar os preços da matéria-prima estão os dados do Instituto Americano de Petróleo, que reportou um crescimento dos inventários nos Estados Unidos de 1,1 milhões de barris na semana passada, revelaram à Bloomberg indivíduos familiarizados com estes dados. O pessimismo em relação à melhoria da relação comercial entre Estados Unidos e China também pesa, pois reduz as perspetivas de crescimento económico e, consequentemente, da procura por petróleo.
Ouro sobe pela primeira vez em três sessões
O ouro passou para o lado dos ganhos após as notícias de que as tarifas dos Estados Unidos sobre as importações chinesas poderão não ser retiradas nem aliviadas até às eleições presidenciais de novembro.
Segundo fontes citadas pela Bloomberg, Washington e Pequim terão acordado que, num máximo de dez meses após a assinatura do acordo parcial na Casa Branca,os EUA avaliarão os progressos e considerarão potencialmente cortes adicionais nas tarifas que afetam 360 mil milhões de dólares em importações da China.
O metal amarelo está a subir 0,39% para 1.552,37 dólares, enquanto o paládio atingiu um novo recorde acima dos 2.200 dólares.