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Abertura dos mercados: Efeito Macron desvanece. Bolsas e euro perdem terreno
A eleição de Emmanuel Macron como presidente de França promoveu um alívio nos mercados. Mas esse efeito está a esfumar-se, estando esse cenário já descontado pelos mercados, uma vez que as sondagens já apontavam para a eleição do candidato independente.
Os mercados em números
PSI-20 sobe 0,20% para 5.265,29 pontos
Stoxx 600 cede 0,01% para 394,49 pontos
Nikkei subiu 2,31% para 19.895,70 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 5,1 pontos base para 3,441%
Euro desce 0,38% para 1,0956 dólares
Brent sobe 0,65% para 49,42 dólares por barril
Efeito Macron desvanece: Bolsas sem tendência
Emmanuel Macron foi este domingo eleito presidente de França. A transição de poder deve ocorrer no próximo fim-de-semana. As eleições em França eram vistas com um verdadeiro teste à União Europeia. Depois de no ano passado o Reino Unido ter decidido sair da União Europeia e de Donald Trump ter sido eleito presidente dos EUA, havia receios que a França, uma das principais economias das Zona Euro, elege-se um populista para a presidência.
Com a eleição de Macron, tal não se verificou. E os mercados respiraram de alívio. Mas o desfecho da segunda volta das presidenciais francesas não foi uma surpresa. Pelo contrário. As sondagens sugeriam uma vitória de Macron. E como não houve surpresas, o efeito da vitória de Macron foi já descontado pelos investidores e as principais praças europeias registam sobretudo quedas ligeiras.
A liderar as quedas na Europa está o francês CAC 40, que recua 0,44%, seguido pelo principal índice italiano, que desce 0,10%. Por outro lado, o PSI-20 é o índice que mais sobe, avançando 0,20%, seguido pelo índice grego, que avança 0,18%.
Juros sobem mas ficam abaixo dos 3,5%
Os juros da dívida portuguesa no mercado secundário estão a subir. As "yields" portuguesas a dez anos somam 5,1 pontos base para 3,441 %. Uma evolução que tem lugar depois de na última sessão, os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida nacional entre si terem tocado no valor mais baixo desde Novembro do ano passado.
Por outro lado, os juros a dez anos da França estão inalterados nos 0,845%. Uma evolução que pode ser o reflexo da eleição de Emmanuel Macron para o Eliseu, algo já antecipado pelas sondagens.
Os juros a dez anos da Alemanha recuam 1 ponto base para 0,408%.
Euro trava ganhos
Esta segunda-feira, o euro já negociou nos 1,1023 dólares, o valor mais elevado desde 9 de Novembro, impulsionado pela vitória na segunda volta das presidenciais francesas de Emmanuel Macron.
Uma vez que as eleições francesas estavam a ser encaradas com um dos principais testes que a União Europeia enfrenta este ano, a vitória de um candidato europeísta permitiu, nomeadamente aos mercados, respirarem de alívio. Contudo, não foi algo que tenha durado muito. Por esta altura, o euro desce 0,38% para 1,0956 dólares, penalizado pelos receios dos investidores em torno das políticas monetárias do Banco Central Europeu. Na semana passada, de acordo com a Bloomberg, Peter Praet, do BCE, assinalou que as melhorias económicas recentes, registadas na região, não são suficientes para um aperto nas políticas. Esta cautela de um membro da autoridade monetária está a penalizar o comportamento da divisa.
Petróleo em alta após Arábia Saudita admitir extensão do acordo
A Arábia Saudita, um dos principais produtores de petróleo a nível mundial, admite que o acordo alcançado em Novembro para cortar a produção, de forma a combater o excedente de oferta, pode ser alargado para além deste ano.
"Com base nas consultas que tenho feito junto de membros participantes [neste acordo] estou bastante confiante que o acordo vai ser estendido para a segunda metade do ano e possivelmente além" desse período, afirmou Khalid Al-Falih, ministro saudita do Petróleo, numa conferência em Kuala Lumpur, esta segunda-feira. " A coligação de produtores está determinada em fazer tudo o que seja necessário para alcançar o nosso objectivo de trazer os níveis das reservas para a média de cinco anos", acrescentou citado pela agência de informação.
Os preços do petróleo estão, por esta altura, em alta nos mercados internacionais. O Brent do Mar do Norte, referência para Portugal, sobe 0,65% para 49,42 dólares por barril. E o WTI soma 0,50% para 46,45 dólares por barril.
Reservas de ouro caem após eleição de Macron
As reservas de ouro caíram depois da vitória de Emmanuel Macron, de acordo com a Bloomberg. Ainda assim, esta vitória dá ganhos ao metal amarelo, que sobe 0,29% para 1.231,60 dólares por onça. "A reacção do ouro esta manhã indica que a vitória de Macron era amplamente esperada", disse à Bloomberg o analista Ric Spooner.