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Macron vai lutar por mais França e mais Europa

Emmanuel Macron venceu por uma margem confortável Marine Le Pen na segunda volta das presidenciais francesas. O novo inquilino do Eliseu promete fazer tudo para acabar com as divisões existentes no país. Os líderes europeus suspiraram de alívio com este resultado.

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As previsões confirmaram-se. Emmanuel Macron será o próximo presidente da França, depois de ter derrotado na segunda volta a candidata da Frente Nacional (FN), Marine Le Pen. O candidato centrista tornar-se-á, aos 39 anos de idade, no mais jovem presidente da V República gaulesa.


Tal como aconteceu na primeira volta presidencial de há duas semanas, as sondagens prévias à eleição mostraram-se certeiras. Ainda assim, todas apontavam para um resultado abaixo da fasquia dos 65% e Macron acabou por superar essa marca ao obter 66,06% dos votos. Já Le Pen ficou-se por 33,94%, naquela que é a segunda maior derrota - e ao mesmo tempo a segunda maior vitória para Macron - numa segunda volta presidencial desde a eleição que opôs Jacques Chirac a Jean-Marie Le Pen, em 2002.

Passavam poucos minutos das oito da noite (hora de Lisboa) quando Emmanuel Macron fez um curto discurso de vitória. O novo inquilino do Palácio do Eliseu prometeu com "determinação" devolver o "optimismo" aos seus concidadãos e tudo fazer para acabar com "a divisão que nos mina e nos abate" assim como "dar ao povo francês" as "oportunidades que a França vos deve".


Apesar de concisa a mensagem de vitória, o europeísta Macron não esqueceu a Europa. "Defenderei a Europa", disse lembrando ser essa "a nossa civilização". O ex-ministro da Economia do Governo chefiado por Manuel Valls reiterou a intenção de "reforçar o elo entre a Europa e os cidadãos", notando ser "a nossa forma de viver que está em jogo". Não esquecendo outra das ameaças que pende sobre o estilo de vida liberal, assegurou que "a França estará na primeira linha da luta contra o terrorismo".


Marine Le Pen, que conseguiu o melhor resultado da extrema-direita numa eleição presidencial, reconheceu a derrota nas presidenciais logo após o fecho das urnas mas falou de uma oportunidade histórica para a FN.


"A Frente Nacional deve renovar-se de forma profunda, para estar à altura desta oportunidade histórica". A candidata derrotada apontou já às eleições legislativas de Junho, determinantes para perceber a margem de apoio que Macron terá, ou não, na futura Assembleia. Será um "grande desafio" que será submetido aos franceses. E por isso promete que "estarei a liderar esse combate". No fim, Marine Le Pen considerou que estas eleições se traduziram numa descredibilização das forças políticas que apoiaram Macron. "Esta segunda volta conduz a uma recomposição política entre patriotas e mundialistas. É esta escolha grande que vai ser submetida aos franceses nas legislativas", defendeu a líder da Frente Nacional.

Europa respira de alívio


Marcelo Rebelo de Sousa enviou uma mensagem de felicitações a Macron onde elogia o seu europeísmo. "Esta escolha em vossa excelência representa uma vitória para a França e para a Europa, e igualmente uma vitória da Democracia e do Estado de Direito. Uma vitória dos mais elementares valores da Liberdade, Igualdade e Fraternidade que fizeram da França uma referência no Mundo", afirma numa mensagem colocada no site da Presidência. António Costa, primeiro-ministro, também aplaude a vitória de Macron, considerando-a "uma boa notícia para a França, a Europa e para Portugal". E diz acreditar que Macron "trabalhará afincadamente para construir uma Europa mais forte, mais solidária e mais unida".

Por sua vez, o  presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, felicitou Macron pela vitória nas eleições francesas, dizendo-se feliz porque "as ideias que defendemos de uma Europa forte e progressista, que protege todos os cidadãos, serão as seguidas na sua presidência". Pelo mesmo diapasão afinou também o  presidente do Conselho Europeu.

"Felicitações a Emmanuel Macron. Felicitações ao povo francês por terem escolhido a liberdade, igualdade e fraternidade sobre a tirania das notícias falsas", sustentou Donald Tusk, num tweet escrito em inglês e em francês, enquanto François Hollande considerou que os resultados mostram a existência de uma "enorme maioria" de cidadãos franceses que se revêem nos valores da V República gaulesa.

Também o porta-voz de Angela Merkel declarou que a chanceler felicitou Emmanuel Macron pela vitória, como uma "vitória para uma Europa unida mais forte e pela amizade franco-alemã", disse citado pelo jornal The Guardian. Macron já falou com Merkel ao telefone e prometeu visitar muito em breve Berlim. Foi também ao telefone que esteve com Theresa May, com quem discutiu um tema europeu: o Brexit.

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