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Macron abre a porta à entrada dos conservadores na sua lista para as legislativas

Emmanuel Macron, que este domingo vai tomar posse como presidente da França, abriu a porta ao diálogo com elementos do partido Os Republicanos para que possam integrar as suas listas para as eleições de Junho.

Reuters
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A transferência de poderes de François Hollande para Emmanuel Macron vai ter lugar no próximo domingo, precisamente uma semana depois de Macron ter sido eleito presidente de França. O desafio que o próximo inquilino do Eliseu enfrenta agora são as eleições legislativas agendadas para Junho. Ainda com a lista de todos os candidatos por fechar, A República em Marcha, o partido de Macron, abre a porta ao diálogo com membros do partido Os Republicanos, considerados conservadores.

 

"Há um grupo entre Os Republicanos, que dizem: ‘queremos ser úteis para o país, mas não queremos nos tornar ‘Macronisados’", disse Arnaud Leroy, principal responsável pela selecção de candidatos à BFM TV, citado pela Reuters. "Nós, enquanto pessoas responsáveis, estamos abertos à discussão. Não estou a fechar portas", acrescentou.

 

Emmanuel Macron apresentou esta quinta-feira os nomes de mais de 400 pessoas para se candidatarem às eleições legislativas. Faltam mais de cem nomes para que o partido possa apresentar um candidato por cada círculo eleitoral em França (são 577 no total). Uma das surpresas poderá ser precisamente um dos nomes que não integra essa lista: Manuel Valls, ex-primeiro-ministro socialista.

 

O secretário-geral do A República em Marcha, Richard Ferrand, apresentou esta quinta-feira, 11 de Maio, uma lista com 428 nomes que vão candidatar-se pelo partido, notando que Valls não preenche os requisitos necessários para ser candidato da plataforma lançada há menos de um ano por Macron. "Nenhum candidato pode ser investido se já tiver cumprido três mandatos parlamentares", justificou Ferrand antes de concretizar, citado pela Reuters, que "não vamos investir Manuel Valls" como candidato.

No entanto, Richard Ferrand revelou também que a lista provisória do partido concorrerá em todas as circunscrições eleitorais menos uma. Menos naquela em que se candidatar Valls. "Não vamos apresentar nenhum candidato contra Manuel Valls", disse sustentando que "não se fecha a porta na cara de um ex-primeiro-ministro".

 

Manuel Valls fica mal na fotografia, depois de ter anunciado esta semana que queria candidatar-se nas legislativas de 11 e 18 de Junho pelo partido da "maioria presidencial". Aparentemente ter-se-á precipitado ao anunciar a sua intenção antes ainda de saber se contaria com o apoio do movimento de Macron. 

 

Para já a lista de nomes divulgada permite perceber que é composta, essencialmente, por pessoas da sociedade civil (mais de 50%), muitas delas sem experiência no desempenho de cargos políticos, e que é paritária (214 homens e 214 mulheres), uma das promessas feitas por Macron durante a campanha eleitoral. Há também 24 ex-membros do PS francês, como por exemplo Gaspard Gantzer, chefe de comunicação do gabinete do ainda presidente em funções, François Hollande. 93% dos candidatos têm emprego, sendo os restantes desempregados, estudantes ou reformados.

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