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Schulz concorda com ideia de Macron sobre orçamento comum da Zona Euro

O social-democrata candidato a chanceler alemão concorda com a ideia defendida pelo presidente eleito francês sobre a criação de um orçamento dos países que integram o bloco do euro.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, considerou que, 'com a morte de Mário Soares, Portugal e a Europa perdem grande estadista' e 'um 'visionário', cujo 'legado vai perdurar', pois o antigo Presidente da República é 'uma inspiração'. 
Em mensagens publicadas na sua conta na rede social twitter, aponta que Portugal e a Europa perdem 'um visionário, um pragmatista, um reformista, um lutador e um democrata'.
'Como progressista, Soares é mais que uma figura histórica: é uma inspiração. Promoveu a liberdade, a igualdade e a dignidade. O seu legado vai perdurar', escreve Schulz. Também ele socialista, acrescenta ainda que Mário Soares 'trouxe Portugal para o coração da família europeia' - referindo-se ao seu papel no processo de adesão à União Europeia -, proporcionando desse modo 'aos cidadãos portugueses mais prosperidade, protecção social e liberdades'.
10 de Maio de 2017 às 11:41
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Se a eleição de Emmanuel Macron auspicia uma maior proximidade entre Paris e Berlim, a possibilidade de Martin Schulz ser eleito chanceler alemão tornaria ainda mais alinhados os interesses do eixo franco-alemão.

 

Em entrevista publicada esta quarta-feira, 10 de Maio, pelo jornal alemão Die Zeit, o ex-presidente do Parlamento Europeu e candidato à chancelaria germânica nas legislativas de Setembro pelo SPD mostrou-se próximo da ideia de Macron, presidente eleito francês, sobre a criação de um orçamento comum da Zona Euro.

 

A constituição de um orçamento no âmbito das economias do euro "faria sentido", admitiu Schulz na entrevista ao semanário alemão em que defendeu a necessidade de "aprofundar" a integração da Zona Euro. A este respeito, Macron defende mesmo que o bloco da moeda única deve ter ministros responsáveis pelas Finanças e pela Economia.

 

O candidato a chanceler garante que se as economias do euro quiserem enfrentar os desafios em "conjunto", um orçamento comum é uma ideia a considerar. Nesse sentido, Schulz defende que os países do euro precisam encontrar uma estratégia para garantir criação de emprego e maior crescimento.

 

Ao longo da campanha eleitoral, Emmanuel Macron propôs mesmo a "mutualização de dívidas futuras" – exclui a mutualização das dívidas contraídas no passado - como forma de financiar o referido orçamento partilhado da Zona Euro. Para Macron a emissão dos chamados "eurobonds" (títulos de dívida europeus) permitiria financiar os investimentos necessários no bloco do euro e assegurar uma maior coesão das economias da moeda única.

 

Macron já sinalizou também a importância de a Alemanha reduzir os elevados excedentes comerciais, o que estimularia as exportações dos parceiros do euro e reforçaria a coesão da Zona Euro. Mas apesar de também Martin Schulz já ter falado na necessidade de Berlim fazer mais para promover o crescimento das restantes economias do euro, garante ser "errado" criticar o excedente comercial alemão.

 

Quem se mostrou menos receptivo às propostas feitas por Macron, pelo menos quanto ao "timing" das mesmas, acerca do aprofundamento da integração europeia foi Jean-Claude Juncker. O presidente da Comissão Europeia não considera que os partidos europeus estejam preparados para discutir muitas das ambiciosas propostas.

 

Juncker instou Macron a assegurar que a França não irá desperdiçar tempo com questões laterais quando tem urgência em reduzir o elevado défice orçamental e a alta dívida pública. "A França gasta demasiado dinheiro, e gasta-o nas coisas erradas", disse. Macron - que toma posse no próximo domingo às 10:00 - 9:00 em Portugal Continental - já se comprometeu em aplicar medidas que permitam a França registar ainda em 2017 um défice inferior à meta dos 3%.

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