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Macron promete tudo fazer para unir França
Foi com uma curta mensagem, feita num tom conciliatório, que Emmanuel Macron reagiu à vitória nas presidenciais francesas. O presidente eleito afiança que tudo fará para unir o país e também para reforçar a Europa.
O essencial do discurso de vitória de Emmanuel Macron dirigiu-se ao povo francês, a quem promete garantir as oportunidades devidas e a quem promete unir o país. Mas o europeísta Macron falou também na necessidade de "proteger" o projecto europeu e colocou ainda a França na linha da frente no combate ao terrorismo.
O mais jovem presidente da V República gaulesa fez questão de enviar "saudações republicanas" à rival derrotada, Marine Le Pen, e também de enviar uma declaração de reconhecimento ao ainda presidente em funções, François Hollande, "que durante cinco anos trabalhou pelo nosso país".
Apesar da curta declaração, Macron percorreu o essencial dos seus propósitos, em consonância com aquilo que foram as suas posições e propostas ao longo deste duro combate eleitoral.
Tendo em conta a forte divisão – "conheço bem as divisões da nossa nação" - do país, patente nos polarizados resultados da primeira volta eleitoral, Macron prometeu bater-se "com todas as minhas forças contra a divisão que nos mina e nos abate" e assegurar ao povo gaulês "as oportunidades que a França vos deve".
À classificação de mensagem pessimista que Macron atribuía à candidatura de Le Pen, o agora presidente eleito insiste numa ideia optimista. "Nos próximos cinco anos a minha responsabilidade será apaziguar os receios e reencontrarmo-nos com o optimismo".
Apesar de criticado pelas posições liberais em termos económicos, Macron fez questão de frisar ser sua "responsabilidade ouvir e proteger os mais frágeis", assim proporcionando a "unidade da nação".
Além das referências à importância de unir o país, Macron frisou também a necessidade de reforçar a União Europeia. "Defenderei a Europa", disse lembrando ser essa "a nossa civilização". O ex-ministro da Economia reiterou a intenção de "reforçar o elo entre a Europa e os cidadãos", considerando ser "a nossa forma de viver que está em jogo".
Tratadas as ideias de providenciar optimismo e unidade ao nível interno, e de reforçar a coesão europeia no plano externo, Macron falou também das questões securitárias, uma questão essencial em França, país que vive há dois anos em situação de emergência.
"A França estará na primeira linha da luta contra o terrorismo", atirou Macron, prometendo acção em solo gaulês mas também intervenções no estrangeiro.
Tal como tinha dito há duas semanas, quando venceu uma primeira volta que deixou de fora do segundo turno, pela primeira vez, os dois principais partidos (socialistas e conservadores), o presidente eleito proclamou que "uma nova página da nossa história abre-se hoje".
Depois de ter feito uma campanha muito inspirada pelas críticas aos partidos tradicionais e à alternância no poder entre o centro-esquerda e o centro-direita, Macron diz que esta será uma oportunidade para "renovar a nossa vida política, algo que temos de fazer a partir de amanhã".