Notícia
Abertura dos mercados: Bolsas sem rumo com investidores de olhos postos em Washington e Frankfurt
As principais praças europeias estão sem uma tendência definida numa altura em que os investidores dividem a sua atenção entre as últimas notícias em torno de uma possível guerra comercial e as declarações de Mario Draghi.
Os mercados em números
PSI-20 cresce 0,43% para 5.362,58 pontos
Stoxx 600 sobe 0,10% para 373,10 pontos
Nikkei valoriza 0,54% para 21.368,07 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 1,7 pontos para 1,875%
Euro desce 0,18% para 1,2389 dólares
Petróleo cai 0,08% para 64,29 dólares por barril em Londres
Bolsas sem rumo
As principais bolsas europeias estão a negociar sem uma tendência definida, numa altura em que os investidores estão atentos ao encontro do Banco Central Europeu – para tentarem encontrar pistas sobre o futuro da política monetária – e também aos últimos desenvolvimentos em torno de uma eventual guerra comercial.
Isto num dia em que foi conhecido que, em Fevereiro, as exportações totais da China, a segunda maior economia do mundo, subiram 44,5% face ao mesmo período do ano anterior. Olhando apenas para as exportações de produtos para os Estados Unidos, registou-se uma subida de 46,1% face ao mesmo de Fevereiro de 2017.
As exportações de alumínio da China atingiram um máximo de três anos enquanto as exportações de aço caíram 27% nos dois primeiros meses do ano, de acordo com os dados oficiais citados pela Bloomberg.
O índice grego é o que mais sobe na Europa, avançando 0,48%, seguido pelo PSI-20, que cresce 0,43%. O Stoxx 600, índice de referência, soma 0,10%. Madrid, Londres, Frankfurt e Milão estão com sinal negativo.
Juros em alta em dia de BCE
Os juros da dívida pública portuguesa, no mercado secundário, estão em alta ligeira. As "yields" a dez anos sobem 1,7 pontos base para 1,875%. Esta tendência não ocorre apenas com a dívida portuguesa. Os juros de Itália a dez anos disparam 12 pontos base para 2,075% e os de Espanha crescem 0,9% para 1,460 pontos. Os da Alemanha ganham 1,1 pontos para 0,666%. O prémio de risco da dívida nacional está nos 121,4 pontos.
Este comportamento da dívida nacional ocorre num dia em que o Banco Central Europeu (BCE) se reúne. A expectativa do mercado é que a instituição liderada por Mario Draghi não faça alterações à política monetária da Zona Euro. Contudo, os investidores vão estar atentos à conferência de impressa do líder do BCE para tentarem encontrar pistas sobre o futuro da política monetária.
Ainda assim, a aplicação de tarifas sobre o aço e o alumínio, por parte dos EUA, e a resposta que a Europa já prometeu dar, podem abalar as perspectivas económicas para a Zona Euro – área económica em que as exportações têm dado um elevado contributo para o crescimento económico. E, segundo a Bloomberg, este pode ser um argumento usado por Draghi num debate com os responsáveis europeus que apelam a uma mudança da política monetária.
Euro cede terreno
Os receios em torno de uma guerra comercial parecem estar a dar algumas tréguas, o que pode estar a marcar o dia no mercado cambial. Os Estados Unidos não deram sinais de recuar na aplicação de tarifas sobre as importações de aço e alumínio. O presidente dos EUA, Donald Trump, tem ainda de assinar o documento que permitirá que a medida entrará em vigor, mas parece haver poucas possibilidades de Trump voltar atrás nesta área.
O México e o Canadá deverão ficar isentos destas tarifas, sendo que outros países podem também não ser sujeitos a estes impostos.
A União Europeia, que pode ser afectada pela subida das taxas alfandegárias, já prometeu responder. O euro por esta altura cede 0,18% para 1,2389 dólares, numa altura em que o foco dos investidores está também voltado para Frankfurt e para o discurso de Mario Draghi. O mercado quer tentar perceber se vão ser dadas indicações sobre a vigência do programa de compra de activos, que garantidamente mantém-se até Setembro deste ano.
Petróleo com perdas ligeiras
Os preços do petróleo estão em queda ligeira nos mercados internacionais, com o West Texas Intermediate a ceder 0,03% para 61,13 dólares por barril. E o Brent do Mar do Norte desliza 0,08% para 64,29 dólares por barril.
Este comportamento tem lugar numa altura em que o mercado avalia as diferentes perspectivas para a evolução da matéria-prima. A Exxon Mobil considera que o aumento da procura por petróleo é o motivo pelo qual os preços têm estado a subir. Por outro lado, o banco de investimento Goldman Sachs reiterou que as suas perspectivas para o crescimento são robustas. Os dados do governo norte-americano indicaram que as reservas de crude aumentaram e que a produção continuou a crescer para um novo recorde.
Japão e EUA atentos às moedas virtuais
A Agência de Serviços Financeiros do Japão ordenou a duas organizações que transaccionam moedas virtuais que interrompam as suas operações durante um mês. Outras quatro foram alvo de penalizações, avança a Bloomberg. Nos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission – regulador do mercado de capitais – alertou que muitas das entidades online que negoceiam estes activos devem registar-se na SEC.
Estas duas acções colocaram pressão sobre a bitcoin, que chegou hoje a cair 4,19%. Contudo, a moeda virtual está já a recuperar e sobe 0,14% para 9.953,4961 dólares.