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Abertura dos mercados: Bolsas recuperam após "tempestade Trump". Petróleo regressa às quedas
A incerteza sobre o desfecho das negociações comerciais entre os EUA e a China está a condicionar vários ativos. O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, manteve a viagem a Washington, o que está a ser bem recebido nas bolsas.
Os mercados em números
PSI-20 desvaloriza 0,08% para os 5.296,86 pontos
Stoxx 600 valoriza 0,07% para os 387,21 pontos
Nikkei desce 1,51% para os 21.923,72 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos avançam 0,3 pontos base para 1,11%
Euro ganha 0,04% para 1,1203 dólares
Petróleo em Londres desvaloriza desce 0,66% para 70,77 dólares o barril
Bolsas europeias recuperam após "tempestade Trump"
O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, está a valorizar 0,07% para os 387,21 pontos esta terça-feira, 7 de maio, recuperando face à sessão anterior em que a "tempestade Trump" causou turbulência nos mercados internacionais.
Em causa estiveram os dois anúncios que o presidente norte-americano fez no domingo. O primeiro passa pelo aumento da tarifa de 10% para 25% que é aplicada a um grupo de bens no valor de 200 mil milhões de dólares. O segundo passa pelo alargamento das tarifas (neste caso de 25%) aos restantes bens chineses que ainda não eram alvo de taxas aduaneiras no valor de 325 mil milhões de dólares.
Apesar do tom de confronto, o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, decidiu, ainda assim, ir até Washington esta semana, tal como agendado, para mais uma ronda de negociações comerciais entre os dois países. Este é um sinal positivo de que ainda há margem de manobra para haver um acordo, apesar da pressão exercida por Trump.
A maior parte das praças europeias está a recuperar da sessão de ontem, excluindo o PSI-20 que desvaloriza 0,08% para os 5.296,86 pontos com a Galp Energia e a Jerónimo Martins a pressionar na sessão em que descontam dividendo. A animar a Europa poderá estar a subida das encomendas à indústria na Alemanha em março.
Ontem as bolsas norte-americanas, que têm negociado perto de máximos históricos, também caíram. Hoje, a bolsa japonesa, o Nikkei, voltou a negociar, após uma semana de paragem, registando uma queda de 1,51% para os 21.923,72 pontos.
Em termos de cotadas, na Europa, a BMW destaca-se pela negativa com uma queda de 1% no dia em que revelou os resultados do primeiro trimestre de 2019. A fabricante alemã de automóveis anunciou uma queda significativa dos lucros por causa da provisão constituída face à possível multa da Comissão Europeia relacionada com o escândalo das emissões.
Euro sobe pela terceira sessão
A incerteza sobre o desfecho das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China está reduzir a volatilidade no mercado cambial, com as principais moedas a registarem variações ligeiras. É o caso do euro, que está a subir pela terceira sessão, mas com um ganho de apenas 0,04% para 1,1203 dólares.
Juros da dívida estáveis
No mercado da dívida soberana a acalmia também é a tendência dominante. Os juros das obrigações portuguesas avançam 0,3 pontos base para 1,11%, na véspera do IGCP realizar um duplo leilão de dívida a 10 e 15 anos. Habitualmente as obrigações são pressionadas antes das emissões, com os investidores a venderem os títulos no mercado secundário para terem liquidez para aplicar no mercado primário.
Na dívida alemã os juros descem 0,4 pontos base para 0% e nas obrigações espanholas a "yield" cai 0,7 pontos base para 0,968%.
Petróleo regressa às quedas
A tensão entre os Estados Unidos e o Irão não foi suficiente para travar a tendência de descida dos preços do petróleo devido a outra tensão geopolítica, mas entre os EUA e a China. Ontem os preços da matéria-prima fecharam em alta depois dos EUA terem enviado um porta-aviões e bombardeiros para o Médio Oriente de modo a "passar uma mensagem" ao Irão.
Mas esta terça-feira as cotações retomaram uma tendência de queda, com os receios de uma guerra comercial entre os EUA e a China a ganharem maior preponderância. O Brent em Londres desce 0,66% para 70,77 dólares e o WTI em Nova Iorque cede 0,24% para 62,10 dólares.
Incerteza dita alta do ouro
Devido ao seu estatuto de ativo de refugio, o ouro continua a tirar partido do clima de incerteza com as negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos. O metal precioso soma 0,2% para 1.283,04 dólares a onça.