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Abertura dos mercados: Bolsas arrancam semana em forte alta com subida do petróleo e cedência de Itália
A semana começou de forma positiva para as acções europeias, para o petróleo e para as obrigações italianas. A abertura demonstrada pelo Governo italiano para alterar a meta do défice está a impulsionar o sentimento dos investidores.
Os mercados em números
PSI-20 ganha 1,11% para 4.853,86 pontos
Stoxx 600 sobe 1,27% para 358,49 pontos
Nikkei valorizou 0,76% para 21.812 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 3,6 pontos base para 1,905%
Euro ganha 0,35% para 1,1377 dólares
Petróleo em Londres valoriza 2,4% para 60,21 dólares por barril
Bolsas europeias ganham mais de 1%
Depois do momento negativo das últimas sessões, as bolsas europeias arrancaram a semana a marcar ganhos acima de 1%, beneficiando com a valorização das acções das petrolíferas e com o esperado desanuviar de tensões entre Roma e Bruxelas, já que o Governo italiano deverá hoje oficializar a alteração da meta do défice para o próximo ano, indo ao encontro do pretendido pela Comissão Europeia.
O Stoxx600 está a subir 1,27% para 358,49 pontos, sendo impulsionado pelas petrolíferas e pelas cotadas do sector financeiro, copiando os ganhos que já se registaram nas praças asiáticas. A bolsa italiana destaca-se com uma subida acima de 3%. No que diz respeito ao Brexit, também há noticias positivas, uma vez que Theresa May e a União Europeia já finalizaram e aprovaram o acordo do Brexit, faltando ainda conquistar o parlamento inglês, que se demonstra para já maioritariamente contra.
O PSI-20 segue os passos positivos das praças europeias, com uma valorização de 1,11% para 4.853,86 pontos. Tal como na Europa, o índice está a ser impulsionado pelo BCP (valoriza 2,29% para os 24 cêntimos) depois do presidente de Angola ter descartado a possibilidade de a Sonangol sair do capital do banco. E também pela Galp Energia (+1,15% para os 14,57 euros) devido à alta dos preços do petróleo.
Euro e libra em alta
Com os mercados accionistas a recuperarem, o dólar está a perder terreno face às principais divisas mundiais, com o maior apetite por activos de risco a ditar uma queda de 0,2% no índice da moeda norte-americana. Depois dos líderes europeus terem selado o acordo para o Brexit, o euro está a valorizar 0,35% para 1,1377 dólares e a libra avança 0,23% para 1,2844 dólares.
Juros de Itália afundam
Depois de muitos dias a garantir que as metas do Orçamento para 2019 não iriam ser mexidas, o Governo italiano deu agora sinais de que poderá alterar o valor do défice, o que, a conformar-se, irá desanuviar o clima de confrontação entre Roma e Bruxelas.
O vice primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, mostrou-se aberto a repensar o valor do défice que será inscrito no orçamento para o próximo ano. "Penso que ninguém está focado nisso. Se há um orçamento que faz o país crescer, o número podia ser 2,2% ou 2,6%", disse numa entrevista. Uma fonte oficial do Governo transalpino garantiu à Bloomberg que Salvini se reunirá com o primeiro-ministro Giuseppe Conte, o ministro das Finanças Giovanni Tria e o vice-primeiro ministro Luigi di Maio, precisamente para fechar a revisão da meta do défice.
A negociação das obrigações soberanas de Itália reflecte esta cedência, com os juros dos títulos a 10 anos a cederem 19 pontos base para 3,21%. A yield das obrigações portuguesas também aliviam, com uma queda de 3,6 pontos base para 1,905% e o prémio de risco baixa para 154 pontos base já que os juros das bunds estão em alta.
Petróleo em Londres acima dos 60 dólares
Depois de sete semanas sempre a perder valor, o petróleo está esta segunda-feira a recuperar de forma acentuada, com as cotações da matéria-prima a subiram mais de 2% em Londres.
Esta recuperação acontece no dia em que a Bloomberg avança que a Arábia Saudita está a colocar no mercado um nível recorde de 11,2 milhões de barris por dia e a Goldman Sachs avançou com uma recomendação de investimento em matérias-primas em 2019, sendo que o petróleo é uma delas.
O WTI em Nova Iorque valoriza 1,67% para 51,26 dólares e o Brent em Londres ganha 2,4% para 60,21 dólares. Na semana passada tinha quebrado em baixa a barreira dos 60 dólares pela primeira vez desde Outubro do ano passado.
Apesar desta recuperação, a cotação do petróleo acumula uma queda de cerca de 20% neste mês de Novembro, o que corresponde ao pior desempenho mensal desde Outubro de 2008.
Metais preciosos em alta ligeira
Os metais preciosos também negoceiam em alta, embora mais contida, com os investidores a aguardarem pistas sobre a evolução da política monetária nos Estados Unidos, sendo que para esta semana está agendado um discurso do líder da Fed e a divulgação das minutas da última reunião do banco central.
Com o dólar a perder terreno, o ouro valoriza 0,2% para 1.225,7 dólares. A prata avança 0,5%, a platina ganha 0,2% e o paládio valoriza 1,1%.