Notícia
Abertura de mercados: Bolsas europeias e euro em queda penalizados pela Grécia
A situação da Grécia continua no centro das atenções dos investidores. As bolsas do Velho Continente e o euro descem e os juros a dez anos sobem.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,24% para os 5.516,98 pontos
Stoxx 600 recua 0,46% para 384,38 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal sobe
Euro desvaloriza 0,53% para 1,1177 dólares
Petróleo negociado em Londres cede 0,13% para 61,93 dólares por barril
Bolsas europeias no vermelho com investidores atentos à Grécia
As principais praças do Velho Continente estão esta terça-feira, 30 de Junho, a negociar em terreno negativo. Ontem, no fecho da sessão a maioria das bolsas europeias registou quedas acentuadas. Lisboa liderou as desvalorizações ao recuar mais de 5%. Contudo, por esta altura, as desvalorizações são menos expressivas. O Stoxx 600, o índice de referência desce 0,46%. O francês CAC 40 é o índice que mais perde na Europa, recuando 0,88%, seguido do principal índice holandês, que desliza 0,61%. O PSI-20 cede 0,24%.
Depois de na última sexta-feira, o primeiro-ministro grego ter anunciado que os gregos iam votar as propostas dos credores, algo que tem captado a atenção dos investidores, esta terça-feira o mercado vai estar atento à possibilidade de a Grécia entrar em incumprimento. Atenas tem de reembolsar hoje quase 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), se não o fizer (como referiu ontem uma fonte do Executivo ao Wall Street Journal) entrará em incumprimento face ao FMI.
Nas praças asiáticas, a sessão foi de ganhos. O Shanghai Composite Index avançou 3,4%, numa altura em que a volatilidade no mercado chinês está no valor mais elevado de sete anos. No Japão, o Nikkei somou 0,63% e o Topix apreciou 0,34%.
Juros a dez anos acima dos 3%
Os juros da dívida pública portuguesa estão a subir no mercado secundário em quase todos os prazos. A dez anos, as "yields" portuguesas crescem quatro pontos base para 3,123%. Na segunda-feira, os juros voltaram a ultrapassar os 3%. A dois anos, a única maturidade em que as "yields" estão em queda, os juros cede 0,1 pontos base para 0,113%.
Esta tendência de subida verifica-se também nos restantes países periféricos. As "yields" espanholas a dez anos somam 5,1 pontos base para 2,397%. E os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida italiana com maturidade em dez anos somam 3,2 pontos base para 2,423%. Os juros da dívida dos países periféricos continuam assim a subir no mercado secundário, reflectindo o receio dos investidores relativamente ao desfecho das negociações com Grécia.
Euro regressa às quedas
Depois de ontem no fecho da sessão, a moeda europeia ter avançado 0,62% para os 1,1236 dólares, esta terça-feira o euro está em terreno negativo. O euro desce 0,53% para 1,1177 dólares. Porém, ao início da manhã a divisa europeia chegou a avançar uns ligeiros 0,04%. A expectativa de que o Banco Central Europeu possa ser capaz de conter qualquer consequência que surja se a Grécia entrar em incumprimento impulsionou o euro.
Perspectiva de aumento da exportação iraniana pressiona petróleo
Os preços do petróleo estão a negociar sem uma tendência definida. O West Texas Intermediate desce 0,22% para 58,20 dólares por barril. E o Brent do Mar do Norte, que serve de referência para as importações nacionais, desliza 0,13% para 61,93 dólares por barril.
A marcar a negociação no mercado petrolífero estão as perspectivas de um aumento das exportações de petróleo por parte do Irão, numa altura em que existe já um excesso de oferta. Diplomatas europeus e norte-americanos reunidos em Viena, Áustria, revelaram, de acordo com a Bloomberg, que um acordo nuclear amplo com o Irão pode ser alcançado dentro de dias.
Ouro em queda com fortalecimento do dólar
O ouro está a cair 0,20% para 1177,43 dólares por onça, penalizada pelo fortalecimento da moeda norte-americana. No entanto, a situação da Grécia está também a penalizar a evolução do metal precioso, considerado um investimento de refúgio.
Destaques do dia:
Dívida portuguesa é a mais castigada pelo terramoto de Atenas. A crise grega abalou os mercados e os juros da dívida foram os mais penalizados. Portugal voltou a liderar as subidas, mas os máximos de 2012 são apenas passado, dizem os analistas. Leilões de Espanha e Itália vão testar a resistência no mercado.
Grécia: Banca lusa tranquila apesar de exposição de 82 milhões. A exposição dos bancos portugueses à Grécia é residual face à dimensão que tinha em 2010. Tranquilidade do sector e dos seus clientes é a palavra de ordem por estes dias.
BPI desafia Banco de Portugal com Euribor zero. Tanto no preçário como nas simulações, o banco liderado por Fernando Ulrich define que, caso a média do indexante do crédito à habitação seja negativa, o valor a considerar é de zero. Uma prática que contraria as orientações do regulador.
Taxas mínimas chegam a mais famílias nas revisões em Julho. As prestações do crédito à habitação vão voltar a diminuir. Pelo segundo mês consecutivo, as revisões da mensalidade nos contratos indexados à Euribor a três meses vão contemplar valores negativos.
Venda do Novo Banco pode ter leilão final para subir ofertas. Banco de Portugal já avisou os finalistas à compra do banco de transição que pode abrir um leilão final. Pedido de "best and final offers" servirá para desempatar propostas e fazer subir o preço a pagar pelo Novo Banco.
Sonae encaixa 106 milhões com uma operação de venda e arrendamento futuro. A venda e posterior arrendamento de 12 lojas, no dia 29 de Junho, gerou um encaixe de 105,9 milhões de euros, sendo que o total do segundo trimestre ascende a 184,7 milhões.
O que vai acontecer hoje:
Grécia. Termina o prazo para o reembolso de 1,6 mil milhões de euros ao FMI
INE. Vendas a retalho, em Maio [anterior (homólogo): 3,5%]
INE. Índice de produção industrial, em Maio [anterior (homólogo): -0,5%]
Zona Euro. Taxa de desemprego, em Maio [anterior: 11,1% ; estimativa: 11,1%]
Zona Euro. Índice de preços no consumidor, em Junho
Alemanha. Vendas a retalho, em Maio [anterior (homólogo): 1,0% ; estimativa: 3,0%]
EUA. Índice S&P/Case-Shiller de preços na habitação, em Abril [anterior (homólogo): 4,14%]
EUA. Índice PMI de Chicago, em Junho [anterior: 46,2 pontos ; estimativa: 50,0 pontos]
EUA. Índice de confiança dos consumidores, em Junho [anterior: 95,4 pontos ; estimativa: 96,8 pontos]