A Sonae anunciou esta segunda-feira que obteve um encaixe de 105,9 milhões de euros, com a venda e posterior arrendamento de 12 lojas. Os analistas do BPI e BESI consideram que o negócio é "positivo" para a cotada.

O BESI considera que a operação é "positiva" para a Sonae, na medida em que contribui para a aceleração do plano de "monetização das suas propriedades imobiliárias", tendo já alcançado 42% do seu objectivo. O banco considera que este negócio e outras operações de venda e posterior arrendamento ("sale and leaseback") que a retalhista realizou recentemente apontam para uma avaliação do portfólio da área de Propriedades de Retalho superior ao estimado pela unidade de "research".

O BESI avalia actualmente a unidade em 1,37 mil milhões de euros, com uma taxa de capitalização de mercado ("yield") implícita de 8,6%. Os actuais valores nas últimas transacções realizadas apontam para uma revisão da "yield" para 7%, o que subiria o valor avaliado dos activos para 1,679 mil milhões de euros, representando um prémio de cerca de 40% face ao valor contabilístico, diz o BESI numa nota para investidores publicada esta terça-feira.

Estas novas estimativas teriam um impacto positivo de entre 9 cêntimos e 15 cêntimos – dependendo da quantidade efectiva de negócios realizados e dos ganhos de capital efectivos - no preço-alvo de 1,52 euros do BESI para a Sonae, diz o analista Filipe Rosa. Esta nova avaliação representaria um ganho potencial entre 35% e 40%, face à actual cotação de 1,196 euros.

O BPI afirma que "o ‘price to book value’ [relação entre a cotação e o valor contabilístico] da operação está em linha com a actual avaliação" da cotada. Os analistas do banco estimam uma "yield" implícita dos activos imobiliários da Sonae de 6,75% e destacam as "condições de mercado positivas para a rotação de activos da Sonae".

As acções da Sonae estão esta terça-feira a subir 1,44% para 1,196 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.