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Tensões no Médio Oriente e redução de stocks impulsionam petróleo. Irão apela a embargo
Apesar de as importações de crude por parte de Israel (que produz pouco petróleo) não serem significativas no contexto da oferta mundial – e pouco desse crude provém do Médio Oriente –, o apelo do Irão para um embargo petrolífero a Israel teve peso, já que revela um escalar verbal das tensões.
Os preços do "ouro negro" seguem em alta nos principais mercados internacionais, a negociar em máximos de duas semanas, numa altura em que o aumento de tensões no Médio Oriente (depois do bombardeamento de um hospital na Faixa de Gaza, um ataque que é negado tanto por Telaviv como pelo Hamas) ameaça perturbar as exportações de petróleo naquela região – com o Irão a apelar a um embargo petrolífero por parte dos países muçulmanos contra Israel.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não planeia, pelo menos para já, uma ação imediata perante o apelo de Teerão.
Apesar de as importações de crude por parte de Israel (que produz pouco petróleo) não serem significativas no contexto da oferta mundial – e pouco desse crude provém do Médio Oriente –, o apelo ao boicote por parte do Irão teve peso, já que revela um escalar verbal das tensões relativamente à guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 1,68% para 88,12 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 1,55% para 91,29 dólares.
A contribuir para sustentar as cotações está também a queda mais acentuada do que o esperado das reservas norte-americanas de crude, que na semana passada diminuíram em 4,5 milhões de barris quando se apontava para uma redução de apenas 300 mil barris.
Esta foi a quarta queda dos inventários, em cinco semanas. No ano passado, nesta altura, a diminuição dos stocks na mesma semana tinha sido de 1,7 milhões de barris.
O presidente norte-americano, Joe Biden, esteve esta quarta-feira em Israel, recorde-se, onde discutiu com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu o conflito com o Hamas. Estava previsto seguir depois para Amã, onde se reuniria com os líderes da Jordânia, Egito e da Autoridade Palestiniana, mas o encontro foi cancelado depois do ataque de ontem ao fim do dia contra o hospital Al-Ahli – que provocou centenas de mortos.