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OPEP mantém status quo e aumenta produção de junho em 432.000 barris diários

A reunião durou apenas 13 minutos e os preços seguem em alta nos principais mercados internacionais.

Vários membros da OPEP+ já vieram dizer que a Rússia é um parceiro-chave no acordo que vigora desde 2017.
Ramzi Boudina/Reuters
05 de Maio de 2022 às 16:36
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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+) decidiram esta quinta-feira prosseguir em junho com o plano previsto de aumento da produção de crude, que desde maio que está fixado em mais 432.000 barris por dia.

 

Numa reunião que durou apenas 13 minutos, a OPEP+ manteve assim o status quo. Entre agosto do ano passado e abril deste ano, o aumento mensal foi de 400.000 barris por dia, mas desde maio que está nos 432.000. Isto para ter em conta as alterações à "baseline" (base de referência a partir da qual estão definidos os cortes de produção, cortes esses que estão a ser levantados faseadamente) para os Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Rússia, Iraque e Koweit – que são os membros com mais capacidade disponível atualmente.

 

"Atribuímos o anúncio de hoje da OPEP+ à sua decisão de se manter fiel ao plano delineado e não aumentar a produção demasiado depressa", sublinha Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, numa análise a que o Negócios teve acesso.

 

E aqui estão em causa vários fatores: as restrições à mobilidade na China devido à covid, e que estão a pesar na procura por petróleo, as elevadas exportações de crude russo em abril e a própria fraca capacidade extra de disponibilização de petróleo por parte da OPEP+, refere Staunovo.

 

Recorde-se que foi à conta de a OPEP+ não abrir mais as torneiras – algo que não conseguiria fazer, mesmo que quisesse, pois há membros a produzir abaixo do plafond definido devido à falta de capacidade, decorrente do subinvestimento durante a pandemia, das metas de energia verde e da própria pressão dos acionistas das petrolíferas, que preferem políticas energéticas mais amigas do ambiente – que muitos países produtores decidiram recorrer às suas reservas estratégicas para combater os efeitos da subida dos preços do "ouro negro" nos mercados.

 

Em novembro passado foi firmado um acordo entre seis países (EUA, Japão, China, Coreia do Sul, Índia e Reino Unido), por proposta dos norte-americanos, no sentido de libertar reservas estratégicas para tentar conter a subida dos preços. Entretanto, já este ano, a Agência Internacional de Energia, composta por 28 países, entre os quais Portugal, anunciou também que os seus países membros iriam libertar barris de petróleo das suas reservas estratégicas de emergência.

 

"Todas as atenções estão agora viradas para as potenciais novas sanções da União Europeia contra a Rússia devido à sua invasão da Ucrânia", aponta Staunovo, sublinhando que o UBS reitera a sua perspetiva positiva para os preços do petróleo.

 

As cotações do crude seguem em alta nos principais mercados internacionais, a reagir bem à decisão da OPEP+ de se manter alinhada ao atual plano e ainda a capitalizarem o entusiasmo de ontem, depois de a União Europeia estabelecer um prazo de seis meses para pôr fim às importações de petróleo russo.

 

Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 0,89% para 111,12 dólares por barril.

 

Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, ganha 0,53% para 108,38 dólares por barril.

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