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OPEP+ mantém meta de aumento da oferta e petróleo dispara para máximos de março

No ano passado, o corte de oferta da OPEP+ atingiu um recorde de 9,7 milhões de barris por dia, devido à forte queda da procura na sequência dos confinamentos derivados da pandemia. Em julho deste ano, o esforço de retirada de petróleo do mercado por parte da OPEP e seus aliados terá diminuído para 5,8 milhões de barris diários, à conta do aumento gradual da produção que tem vindo a ser definido pelos membros deste grupo.

01 de Junho de 2021 às 17:10
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Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) decidiram, na reunião ministerial de hoje, não se pronunciar sobre as quotas de produção de agosto, à espera de desenvolvimentos em torno das conversações entre o Irão e os EUA para um eventual levantamento das sanções de que Teerão é alvo devido ao seu programa nuclear.

 

O grupo reiterou a meta já delineada em abril para o aumento da oferta em junho e julho e, ainda assim, os preços do crude estão a subir. Porquê? Devido às estimativas por parte de analistas e organizações, como a OPEP e a Agência Internacional de Energia (AIE), de que o consumo de combustíveis aumentará significativamente no segundo semestre deste ano, por conta do avanço das vacinações contra a covid, pelo que se espera um défice da oferta – mesmo com a abertura de torneiras dos membros da OPEP+. E até uma entrada adicional de petróleo iraniano poderá ser facilmente absorvida pelos mercados, segundo as expectativas.

 

Em abril, o grupo delineou que no mês de maio aumentaria a oferta em 350.000 barris por dia, que em junho faria chegar ao mercado mais 350.000 barris diários e em julho mais 441.000. Uma vez que, no mesmo período, a Arábia Saudita estará a fazer reentrar no mercado o milhão de barris adicionais que se propôs cortar no início do ano, isto significa que entre maio e julho a oferta será de mais 2,1 milhões de barris por dia.

 

"Tendo em conta que o mercado petrolífero está atualmente com um défice de oferta e que prevemos que a procura por crude aumente entre cinco a seis milhões de barris por dia até ao final do ano – e atendendo a que a oferta mundial (contabilizando o que a OPEP+ decidiu acrescentar nos próximos dois meses, bem como a exportação prevista pelos produtores não pertencentes a este grupo) deverá crescer em 3,5 a 4 milhões de barris/dia –, a nossa expectativa é a de que a OPEP+ decida colocar mais barris no mercado durante o segundo semestre. E estamos convictos de que o mercado está apto a absorver este crude adicional na segunda metade do ano", salientou Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, ao Negócios.

 

A produção dos países não-OPEP+ deverá aumentar em torno de 620.000 barris por dia este ano, uma quantidade muito inferior à queda de 1,3 milhões por dia em 2020.

 

Perante este cenário, os preços do "ouro negro" seguem a negociar em terreno positivo.

 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em julho segue a disparar 3,44% para 68,60 dólares por barril. Já o contrato de julho do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 2,63% para 71,14 dólares, em máximos de 8 de março.

 

A OPEP+ prevê um aumento de seis milhões de barris por dia da procura por petróleo em 2021, o que equivale a 6% do consumo mundial.

 

No ano passado, o corte de oferta da OPEP+ atingiu um recorde de 9,7 milhões de barris por dia, devido à forte queda da procura na sequência dos confinamentos derivados da pandemia. Em julho deste ano, o esforço de retirada de petróleo do mercado por parte da OPEP e seus aliados terá diminuído para 5,8 milhões de barris diários, à conta do aumento gradual da produção que tem vindo a ser definido pelos membros deste grupo.

 

A OPEP+, recorde-se, é composta pelos 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e pelos seus 10 aliados. Mas, dos 13 membros da OPEP, há três que estão isentos do esforço de redução da produção: Irão (por via das sanções internacionais de que é alvo), Líbia e Venezuela (devido aos apuros com que as suas economias se deparam). Assim, o acordo OPEP+ vigora entre 20 países.

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