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OPEP+ mantém corte de oferta de petróleo e preços disparam para máximos de 13 meses
Os preços do crude seguem a escalar mais de 5% em Londres e Nova Iorque, negociando em máximos de janeiro de 2020.
Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) decidiram hoje manter inalteradas as quotas de produção para abril.
O anúncio surpreendeu o mercado – já que cada vez mais os observadores consideravam que o cartel e os seus parceiros poderiam decidir aumentar a oferta em resposta à subida dos preços para níveis acima do período pré-pandémico.
Além disso, também a Arábia Saudita decidiu manter o corte adicional de um milhão de barris por dia da sua produção no próximo mês, o que animou ainda mais os investidores.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em abril avança 5,48% para 64,64 dólares.
Já o contrato de abril do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, ganha 5,63% para 67,68 dólares.
Os preços negoceiam em máximos de janeiro de 2020, ou seja, no valor mais alto dos últimos 13 meses.
No mês de janeiro, recorde-se, a oferta de petróleo da OPEP+ aumentou em 500.000 barris por dia Entretanto, na reunião de janeiro – os encontros para avaliação das quotas de produção passaram a ser mensais – os membros da OPEP+ chegaram a acordo para um ligeiro aumento da produção em fevereiro e março, a ser feito pela Rússia e pelo Cazaquistão. Ficou definido que entrariam em fevereiro mais 75.000 barris por dia no mercado, 10.000 à conta do Cazaquistão e os restantes por parte da Rússia.
No caso daqueles dois países foi também acertada nessa altura a quota de março, com um aumento na mesma proporção de fevereiro.
O cartel anunciou então que o volume de petróleo que iria retirar voluntariamente do mercado passaria dos 7,2 milhões de barris diários em janeiro para 7,125 milhões de barris por dia em fevereiro e depois para 7,05 milhões de barris por dia em março.
Mas Riade mais do que compensou o crude adicional no mercado com um corte unilateral. A Arábia Saudita anunciou que iria diminuir adicionalmente a sua oferta, em um milhão de barris por dia, ajudando assim a encaixar a maior entrada de ouro negro proveniente do Cazaquistão e da Rússia.
Hoje, os sauditas reiteram esse compromisso. E o ministro saudita da Energia, Abdulaziz bin Salman, declarou, citado pela Bloomberg, que não há pressa em recuperar o milhão de barris diários de corte adicional da sua quota de produção.
Recorde-se que foi em dezembro de 2016 que foi assinada a "declaração de cooperação" entre a OPEP e outros grandes produtores não membros do cartel para uma retirada concertada de crude do mercado a partir de janeiro de 2017 de modo a fazer subir os preços, cooperação que se mantém até hoje.