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OPEP aprova estratégia de longo prazo para o petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo aprovou esta segunda-feira um documento que estipula a estratégia de longo prazo deste grupo exportador, num sinal de que os seus membros estão a conseguir colmatar diferenças em matéria de gestão dos níveis de produção, avança a Reuters.

Bloomberg
31 de Outubro de 2016 às 20:04
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A OPEP aprovou um documento que delineia a estratégia de longo prazo do cartel para o petróleo – isto depois dos repetidos adiamentos, sobretudo devido às diferenças de opinião entre a Arábia Saudita e o Irão. 

Quatro fontes da OPEP disseram à Reuters que o conselho de governadores da organização, que tem estado a debater desde 2015 uma actualização da estratégia de longo prazo do cartel, esteve reunido esta segunda-feira em Viena e aprovou a mais recente versão. "Está aprovada", afirmou uma das fontes, acrescentando que o encontro tinha corrido bem.

Os países membros que dependem fortemente desta matéria-prima como fonte de receita, como é o caso da Argélia e do Irão, têm tentado que a organização reduza as suas exportações, de modo a que os preços subam.

 

No entanto, a Arábia Saudita tem feito finca-pé, já que a queda das cotações também provoca dificuldades a produtores como os EUA – que assentam grandemente a sua prospecção no xisto betuminoso, cuja exploração é muito mais dispendiosa.

 

No passado dia 28 de Setembro, contra a generalidade das expectativas, os membros da OPEP chegaram a acordo para limitar a produção, algo que não acontecia há oito anos. O tecto ficou estabelecido em 32,5 milhões de barris por dia, estando por definir alocações especiais para o Irão, Líbia e Nigéria.

O Irão, depois de anos de sanções, regressou recentemente ao mercado e disse não querer abrir mão do processo de recuperação dos seus níveis anteriores de produção. Além disso, o mercado está também a receber mais crude por parte da Líbia e da Nigéria, cujas exportações foram reduzidas devido a conflitos internos e que estão agora a retomar – o que agrava ainda mais o desequilíbrio entre a oferta e a procura mundial.

  

Concretamente, o que se alterou foi o facto de haver novamente uma quota de produção total definida para a OPEP - responsável por cerca de 40% do petróleo produzido a nível mundial. A organização tinha o seu plafond estabelecido desde há dois anos nos 30 milhões de barris por dia e nas últimas reuniões preferiu sempre não se pronunciar quanto a um novo tecto. O problema é que este limite não era respeitado, sendo constantemente superado. Assim, ao estabelecer a quota nos 32,5 milhões, o cartel comprometeu-se, oficialmente, a reduzir os seus excessos.

 

Os mercados reagiram euforicamente no dia desse anúncio. Mas o sol foi de pouca dura, já que começou a crescer a especulação de que os produtores de petróleo não irão conseguir implementar o acordo para reduzir a oferta de crude no mercado.

 

A "ajudar" está o facto, conforme sublinha o The Wall Street Journal, de a Rússia, Azerbeijão, Brasil, Cazaquistão, México e Omã – que não pertencem à OPEP – já terem vindo dizer que não se comprometem a reduzir ou congelar as suas produções enquanto não houver um acordo concreto por parte do cartel.

Agora, a cerca de um mês da reunião da organização, as atenções estão de novo concentradas nos seus membros, com os mercados à espera de saber se finalmente a via da redução é mesmo concretizada.

 

Segundo avançava hoje a Reuters, com o documento aprovado esta segunda-feira a Arábia Saudita dá mostras de estar agora mais disposta a ponderar cortes na produção.

 

Enquanto o cenário não se efectiva, as cotações continuam a cair, tendo hoje descido para mínimos de cinco semanas nos mercados internacionais - arrastando as bolsas -, depois de no fim-de-semana não se terem registado progressos nas negociações.

 

O Brent do Mar do Norte [negociado em Londres] para entrega em Dezembro encerrou a cair 2,8% para 48,30 dólares por barril. Já o contrato de Dezembro da referência dos EUA, que é o West Texas Intermediate (WTI), fechou a ceder 3,8% para 46,86 dólares, seguindo agora na negociação fora de horas a afundar 4,13% para 46,69 dólares.



(notícia actualizada às 21:14)

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