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México ameaça acordo da OPEP+ para cortar produção

Os membros da OPEP+ acordaram novos cortes de produção para controlar os preços do petróleo. À exceção de um: o México. E segundo o cartel, o acordo é "condicional" à aceitação daquele país.

Reuters
10 de Abril de 2020 às 10:00
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O acordo multilateral para cortar a produção de petróleo e controlar os preços, alcançado ontem pelos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+), está em risco de não se concretizar.

Isto porque, segundo o comunicado do cartel, divulgado depois de mais de nove horas de reunião por videoconferência, a implementação de novos cortes na produção foi acordada por todos os membros da OPEP e não-membros, à exceção do México, e o acordo é "condicional" à sua aceitação.

Os novos cortes foram acordados "por todos os países produtores de petróleo da OPEP e outros países participantes da Declaração de Cooperação, com exceção do México, e, como resultado, o acordo depende do consentimento do México", lê-se no comunicado publicado no site desta organização.

A informação divulgada pelo cartel esclarece que, na reunião, a OPEP+ acordou "reafirmar o Quadro da Declaração de Cooperação, assinada a 10 de dezembro de 2016 e endossada em reuniões subsequentes; bem como a Carta de Cooperação, assinada a 2 de julho de 2019" e reduzir a produção de petróleo do grupo até abril de 2022.

Segundo explica o comunicado, o acordo prevê um corte de 10 milhões de barris por dia entre 1 de maio e 30 de junho deste ano, e de 8 milhões de barris por dia nos seis meses seguintes, até 31 de dezembro de 2020.

Depois disto, e durante 16 meses (de 1 de janeiro de 2021 a 30 de abril de 2022), haverá uma redução de 6 milhões de barris por dia.

A referência para o cálculo dos ajustes é a produção de petróleo de outubro de 2018, exceto para a Arábia Saudita e para a Rússia, cujos cortes serão calculados a partir de uma produção de 11 milhões de barris por dia.

O grupo diz ainda que o acordo é válido até 30 de abril de 2022, mas que a sua extensão será revista em dezembro de 2021.

Logo após a reunião, a ministra da Energia do México, Rocio Nahle Garciato, escreveu no Twitter que o seu país está disponível para cortar a produção em 100 mil barris por dia, muito abaixo dos 400 mil propostos pelo grupo de produtores.

Perante esta recusa, ainda não é claro de que forma poderá o acordo avançar, mas o cartel não pretende voltar a reunir-se esta sexta-feira, segundo um delegado referido pela Bloomberg. Em vez disso, as atenções voltam-se agora para o encontro dos responsáveis da Energia do G-20 agendado para hoje, que incluirá os Estados Unidos e o Canadá, e que poderá resultar num entendimento para um corte adicional de 5 milhões de barris por dia.

Entretanto, cresce a pressão para que o México ceda e aceite o acordo, visto como fundamental para controlar as cotações da matéria-prima.

"O México pode e deve juntar-se à comunidade internacional na estabilização do mercado de petróleo", disse Aldo Flores Quiroga, antigo vice-ministro do petróleo do México que negociou os acordos da OPEP + de 2016 a 2018. "O corte de produção é necessário e possível. É o mais responsável a fazer no país e internacionalmente".

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