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Equador sai da OPEP dentro de três meses

A 1 de janeiro do próximo ano o Equador deixará de ser membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), passando o cartel a contar com apenas 13 membros.

Ramzi Boudina/Reuters
01 de Outubro de 2019 às 19:09
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Depois de o Qatar ter abandonado no início deste ano a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a 1 de janeiro de 2020 será a vez de o Equador fazer o mesmo. Assim, segundo o ministro dos Assuntos Energéticos daquele país, Saad Al-Kaabi, citado pela Bloomberg, de hoje a três meses será o dia da saída.

 

Esta não é a primeira vez que o Equador deixa de ser membro do cartel petrolífero. Tinha entrado em 1973, saiu em 1992 e reentrou depois em 2007, aquando da entrada de Angola.

 

Por seu lado, o Gabão fez parte da OPEP a partir de 1975, deixando depois o cartel em 1995 e regressando em Julho de 2016. Entretanto, a Indonésia saiu em Janeiro de 2009, regressou em Janeiro de 2016 e no final desse ano voltou a suspender a sua participação. Já o Qatar saiu a 1 de janeiro deste ano.

 

Com estas entradas e saídas, actualmente a OPEP é constituída por 14 membros: Arábia Saudita, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Irão, Koweit, Líbia, Nigéria, Venezuela, Equador, Angola, Gabão, Guiné Equatorial (aderiu em 2017) e Congo (entrou em 2018). A 1 de janeiro do próximo ano, passará a contar com apenas 13.

 

Uma história com quase 59 anos

 

A 14 de Setembro de 1960, cinco grandes produtores de crude – Arábia Saudita, Irão, Iraque, Koweit e Venezuela – criavam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo ao fim de quatro dias de intensas reuniões. Este grupo foi constituído em reacção ao cartel das grandes petrolíferas ocidentais, as chamadas "Sete Irmãs", composto pela Standard Oil de Nova Jérsia (mais tarde Exxon e actual ExxonMobil), Standard Oil de Nova Iorque (mais tarde Mobil e actual ExxonMobil), Standard Oil da Califórnia (actual Chevron), Royal Dutch Shell, Gulf Oil, Texaco e Anglo Persian Oil Company (actual BP).

A organização tem-se regido por três grandes objectivos: o aumento das receitas dos países-membros, o incremento gradual do controlo sobre a produção de petróleo e a uniformização das políticas de produção, segundo a Carta da OPEP adoptada em 1961.

 

O cartel desempenhou um papel de grande peso nas décadas de 70 e 80, ditando a tendência dos preços, muito especialmente durante os dois choques petrolíferos: em 1973-74 e em 1979-80. Actualmente está longe da sua idade de ouro, mas continua a ser uma das principais referências do mercado, até porque é responsável pelo fornecimento de cerca de 40% do petróleo mundial e controla perto de dois terços das reservas mundiais de "ouro negro".

Numa tentativa de sustentar os preços, foi firmado pela OPEP e aliados (o chamado grupo OPEP+) um corte de produção em novembro de 2016 que vigora desde janeiro de 2017 – sendo revisto periodicamente.

 

Os produtores de crude que não fazem parte da OPEP mas que se aliaram ao cartel nos esforços conjuntos de concertação da oferta mundial são 10: Rússia, Azerbeijão, Bahrein, Brunei, Cazaquistão, Malásia, México, Omã, Sudão e Sudão do Sul. Começaram por ser 11, mas a Guiné Equatorial entretanto passou a fazer parte da OPEP.

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