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Dubai torna-se o novo centro do comércio petrolífero russo

Com a invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022, os países ocidentais adotaram um embargo às exportações petrolíferas da Rússia, com o objetivo de diminuir a capacidade de o Presidente Vladimir Putin financiar a invasão da Ucrânia.

Reuters
21 de Novembro de 2023 às 21:41
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O Dubai substituiu Genebra como novo centro de comércio do petróleo russo, face às sanções impostas pela União Europeia à Rússia, informou esta terça-feira a organização suíça Public Eye.

Com a invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022, os países ocidentais adotaram um embargo às exportações petrolíferas da Rússia, com o objetivo de diminuir a capacidade de o Presidente Vladimir Putin financiar a invasão da Ucrânia.

Até fevereiro de 2022, 50% a 60% do petróleo bruto russo era comercializado a partir da Suíça, essencialmente em Genebra, informou hoje a organização não-governamental suíça, Public Eye, em comunicado.

Desde a invasão da Ucrânia, dezenas de empresas que operavam a partir de Genebra reforçaram a sua presença na capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU), que não adotaram as sanções ocidentais contra o petróleo russo, em dezembro de 2022.

O Dubai registou recentemente um aumento da presença de pequenas empresas, que estão agora entre os principais compradores de petróleo bruto russo, substituindo Genebra.

"As empresas neste paraíso fiscal compraram mais de metade dos volumes de exportação dos quatro principais portos russos, com um valor de pelo menos 14 mil milhões de dólares americanos", informou o comunicado.

À exceção da Litasco, que continuou a vender petróleo da sua empresa-mãe, a Lukoil, estão agora praticamente ausentes neste mercado sensível os gigantes comerciais suíços Trafigura, Vitol e Gunvor, antigos parceiros-chave do Kremlin.

"Com o aumento da atratividade do Dubai, tem vindo a crescer o risco dos comerciantes sediados na Suíça utilizarem este novo centro para negócios proibidos em Genebra, visto que a legislação suíça não define explicitamente o âmbito territorial das sanções, ao contrário da UE", adiantou a organização.

O caso da empresa petrolífera, Paramount Energy & Commodities SA, com sede em Genebra e que apareceu no mercado após a invasão da Ucrânia, ilustra os riscos para a Suíça, com sanções impostas pelo Reino Unido à sua sede no Dubai, no dia 08 de novembro.

De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, a entidade é "conhecida por recorrer a estruturas de propriedade opacas e tem sido utilizada pela Rússia para atenuar o impacto das sanções ao petróleo".

Em 2022, a Public Eye apelou ao Governo suíço para deixar de funcionar como um "refúgio seguro" para os oligarcas russos e como centro para o comércio de petróleo, cereais e carvão russos.

O primeiro embargo ao petróleo russo foi acordado em junho de 2022, no sexto pacote de medidas restritivas, e o segundo em dezembro do mesmo ano, tendo os produtos petrolíferos sido banidos em fevereiro de 2023.
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