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Combustíveis com maior aumento desde 2016 apesar de menor carga fiscal

O preço do gasóleo e da gasolina registaram aumentos inferiores a 10% este ano, mais do que anulando as descidas sentidas em 2018. Ainda assim o peso dos impostos no preço final até desceu.

Bloomberg
31 de Dezembro de 2019 às 11:00
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Encher o depósito do automóvel ficou mais caro em 2019. Os preços dos combustíveis aumentaram ao longo do ano, sendo que a subida acumulada desde janeiro foi a mais acentuada desde 2016.

Tendo em conta os preços praticados esta semana (a próxima atualização só acontecerá em 2020), a gasolina simples aumentou cerca de 7% desde o final de 2018, estando a ser vendida nos postos de abastecimento a um preço médio que ronda os 1,50 euros por litro.

O aumento percentual registado em 2019 é o mais elevado em três anos e mais do que anula a descida sentida em 2018, ano em que o preço da gasolina simples ficou cerca de 5% mais barata.

No caso do gasóleo simples a tendência foi semelhante, embora a subida dos preços tenha sido mais acentuada. Este combustível está a ser vendido em Portugal a um preço médio em redor de 1,39 euros por litro, o que representa um agravamento de mais de 9% face ao registado no final de 2018.

Este aumento acumulado em 2019 no gasóleo simples também é o mais elevado desde 2016 em termos anuais, mas segue-se a um ano de descida bem menos intensa. Em 2018 o preço do gasóleo simples tinha ficado apenas 1,2% mais barato.

 

Fazendo as contas à década que agora termina, os aumentos são bem mais acentuados. O preço da gasolina simples aumentou cerca de 17% face ao final de 2009 e a gasolina simples ficou 32% mais cara no espaço de dez anos.  

Apesar de 2019 ter sido mais um ano de aumentos de preços, estes até estão atualmente algo distantes dos máximos anuais. A gasolina atingiu o máximo do ano nos 1,581 euros por litro no final de maio, na mesma altura em que o gasóleo atingiu o preço mais alto de 2019 nos 1,396 euros.

Ambos os combustíveis foram vendidos ao preço mais baixo do ano logo no início de 2019.

 

Impostos pesam (um pouco) menos

A justificar a fatura mais pesada que os portugueses suportaram com os combustíveis este ano está sobretudo a valorização da matéria-prima nos mercados internacionais, mas também a queda do euro face ao dólar, uma variação cambial que é penalizadora para os europeus.

A subida das cotações do petróleo arrastou os preços do gasóleo e da gasolina nos mercados internacionais, o que foi determinante para agravar o custo dos portugueses com os combustíveis.

Os impostos e taxas continuam a ter um peso determinante no preço final que os portugueses pagam nos postos de abastecimento (bem acima de 50%), mas a carga fiscal até baixou em 2019.

Segundo os dados da Direção Geral de Energia e Geologia, tendo em conta o atual preço de venda ao público (PVP) de 1,49 euros no litro de gasolina, 0,568 euros correspondem ao preço sem taxas (PST). Por cada litro deste combustível os portugueses pagam 0,279 euros em IVA e 0,643 euros em ISP e outras taxas. Os impostos têm assim um peso de 62% no preço final, mas a carga fiscal era maior no final de 2018: representam 66% do PVP. A esta descida de quatro pontos percentuais estará relacionado sobretudo o fim do adicional do ISP, que entrou em vigor no início do ano.

No caso do gasóleo a carga fiscal também desceu, mas com menor intensidade. Passou de 56% no final de 2018 para 54% atualmente.    

Tendo em conta os preços no final de cada ano, o peso dos impostos e taxas no PVP da gasolina está agora no nível mais baixo desde 2013. No gasóleo a carga fiscal é a mais baixa desde 2014.

Contudo, como escreveu o Negócios na segunda-feira, no início de 2020 deverá ocorrer um novo agravamento da fiscalidade, pelo que esta tendência de descida da carga fiscal poderá inverter-se.

 

 
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