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31 países da Agência Internacional de Energia vão libertar stocks de petróleo. Portugal incluído

Os pormenores sobre esta libertação de crude das reservas de emergência serão divulgados na próxima semana.

Reuters
01 de Abril de 2022 às 17:22
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Os 31 países membros da Agência Internacional de Energia (AIE), que hoje estiveram reunidos, chegaram a acordo para a libertação de crude das suas reservas de emergência, em resposta à perturbação no mercado petrolífero decorrente da invasão da Ucrânia pela Rússia.

 

O acordo foi alcançado numa reunião extraordinária do conselho de governadores da AIE, presidida pela secretária norte-americana da Energia, Jennifer Granholm.

 

Os pormenores sobre esta nova libertação de petróleo das reservas de emergência serão divulgados na próxima semana.

Portugal, que faz parte dos 31 países membros da AIE, vai assim também recorrer às suas reservas de emergência.

 

Os restantes países são a Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, Estados Unidos, Eslováquia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Lituânia, Luxemburgo, México, Nova Zelândia, Noruega, Países Baixos, Polónia, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e Turquia.

 

Este acordo sucede-se a uma ação prévia levada a cabo pelos membros da AIE, anunciada no mês passado, em que se comprometeram a libertar 62,7 milhões de barris dos seus stocks.

Os membros da AIE detêm stocks de emergência de 1,5 mil milhões de barris.

 

Com o acordo de hoje, será a quinta vez que a Agência liberta reservas de emergência. As anteriores ações coletivas foram decididas em 1991, 2005, 2011 e 1 de março de 2022.

 

Os ministros da AIE reiteraram a sua preocupação quanto ao impacto – sobre a segurança energética – das "graves ações militares da Rússia" e manifestaram o seu apoio às sanções impostas pela comunidade internacional em resposta a essa agressão.

 

Expressaram também a sua solidariedade para com o povo da Ucrânia e o seu governo democraticamente eleito, perante a "chocante e injustificada violação da soberania e integridade territorial da Ucrânia".

 

O conselho de governadores da Agência incentivou também os seus países membros a apoiarem a Ucrânia através do fornecimento de produtos petrolíferos.

 

Ontem, o presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou que os Estados Unidos iriam recorrer uma vez mais às suas reservas estratégicas de petróleo e libertar um milhão de barris por dia durante seis meses, num novo esforço para conter a subida dos preços do "ouro negro".

 

Os preços dos combustíveis têm estado sob forte pressão também do outro lado do Atlântico, com impacto material na inflação, e este recurso às reservas estratégicas permitirá algum alívio – os EUA consomem cerca de 20 milhões de barris por dia, o que representa um quinto da procura mundial.

 

Os EUA vão assim libertar um total de 180 milhões de barris em seis meses.

A AIE e as ações concertadas de uso das reservas de emergência

A AIE, que foi fundada em 1974, em resposta ao choque petrolífero de 1973, visa ajudar a coordenar respostas coletivas a grandes perturbações na oferta de crude.

Até agora, já houve vários casos de libertação de emergência das reservas estratégicas, em coordenação com a AIE – a ação concertada entre os EUA e mais cinco países (China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido) em novembro passado não foi uma delas, pois tinha como principal intuito travar a subida dos preços, o que normalmente não contempla os esforços da Agência Internacional de Energia.

 

Antes da ação concertada do mês passado e a que foi hoje anunciada, houve mais três grandes medidas neste mesmo sentido.

 

A primeira foi em 1991, quando se recorreu a 17,3 milhões de barris de crude norte-americano para minimizar as disrupções no mercado durante a Guerra do Golfo, depois de o Iraque ter invadido o Koweit.

 

A segunda sucedeu em 2005, quando foram libertados 60 milhões de barris, 20,8 milhões dos quais dos EUA, devido à perturbação da oferta provocada pelo furacão Katrina.

 

Em 2011, voltaram a retirar-se 60 milhões de barris, sendo que 30 milhões pertenciam aos EUA – e as motivações prenderam-se com a menor oferta devido às disrupções na Líbia e noutros países.


(notícia atualizada pela última vez às 17:56)

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