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Navios norte-americanos atravessam o Atlântico e preço do gás alivia mais de 20%

Os preços do gás caíram mais de 20% esta quinta-feira, numa altura em que vários navios norte-americanos estão a cruzar o Atlântico, para entregar mais stocks ao velho continente.

Os preços do gás natural vão subir em outubro para os consumidores domésticos.
Andy Ryan/EPA
23 de Dezembro de 2021 às 13:30
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O preço dos contratos futuros sobre o gás holandês (TTF - Title Transfer Facility), referência para o mercado europeu, estava a desvalorizar 22% para 135,03 euros, apagando assim os ganhos desta semana. Este movimento na cotação desta matéria-prima surge numa altura em que 20 navios norte-americanos cruzam o oceano Atlântico para entregar novos stocks de gás ao bloco europeu, de forma a compensar as faltas das companhias russas.

O preço do gás holandês aumentou mais de seis vezes este ano, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg, à medida que várias empresas russas não cumprem as metas a que se propuseram para fornecimento no velho continente.

O alívio no preço do gás fez cair a cotação do preço da eletricidade nos mercados grossistas de várias potências europeias: a Alemanha registou uma queda de 15% para 277 euros por Megawatt/hora (MWh) nos contratos para o próximo ano, o maior tombo desde o dia 7 de outubro. Já no mercado fracês, o preço dos contratos de eletricidade para fevereiro está a cair 24% para os 775 euros por Megawatt/hora, depois de esta terça feira ter batido um novo recorde, ao ultrapassar o patamar do 1.000 euros.

Também o mercado grossista ibérico acompanhou esta tendência, com o preço médio para esta sexta-feira a recuar para 311,02 euros/MWh, depois de na véspera ter atingido os 383,67 euros/MWh, renovando máximos históricos, de acordo com os dados fornecidos pelo operador da plataforma de contratação diária do mercado ibérico de eletricidade (OMIE).

Os fluxos de gás enviados pelas empresas russas, através da Polónia, caíram acentuadamente esta semana, de acordo com fontes próximas do tema, contactadas pela Bloomberg. Esta quinta-feira, durante a habitual conferência de imprensa anual, o presidente russo, Vladimir Putin, reagiu esta notícia ao afirmar que "os carregamentos de combustível diminuíram porque os compradores europeus estão a a diminuir o número de pedidos".

Desde o início do mês, os preços do gás na Europa subiram cerca de 40%. Um dos motivos para a escalada prende-se com o aumento da tensão entre a Rússia e a Ucrânia, temendo-se uma invasão por parte do país governado por Vladimir Putin, o que poderia dificultar o abastecimento de gás à Europa e, consequentemente, provocar um aumento dos preços.

Segundo a imprensa internacional, a Rússia tem atualmente perto de 100 mil soldados prontos a intervir junto à fronteira com a Ucrânia. Uma situação que já levou a União Europeia a alertar a Rússia para a possibilidade de sanções económicas caso a ação militar prossiga.

Na passada quarta-feira, a Comissão Europeia apresentou um conjunto de propostas para "descarbonizar o mercado do gás do bloco", promovendo a transição para gases renováveis e com baixo teor de carbono.
Bruxelas abriu a porta às compras conjuntas de gás pelos países que assim entenderem.

Nos últimos dois meses, as importações europeias de gás russo diminuíram 25% em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, as reservas da russa Gazprom, que garante um terço das importações europeias, estão "significativamente menores" em relação ao ao passado, segundo os dados da Comissão Europeia.
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