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Indústria do ouro quer mudar definição de preço de referência
O actual processo de definição do preço de referência é feito com base em quatro bancos. O objectivo é que o preço passe a ser transaccionado em vez de uma referência, de modo a evitar possíveis manipulações da cotação.
O Conselho Mundial do Ouro (World Gold Council - WGC) convidou vários membros da indústria para um encontro a 7 de Julho, em Londres, com o objectivo de alterar o modo de definição do preço de referência da matéria-prima. Actualmente, este é estabelecido duas vez por dia, com base nos preços definidos por quatro bancos: Société Générale, Bank of Nova Scotia, HSBC Holdings e Barclays.
Este processo foi definido há 95 anos. Por isso, "não é surpreendente que tenha de ser alterado, de modo a corresponder com as actuais expectativas do mercado em relação a uma melhor regulação, transparência e tecnologia", afirma Natalie Dempster, directora geral de Bancos Centrais e Políticas Públicas do WGC, citada pela Bloomberg. "A modernização é imperativa, de modo a manter a confiança no seio da indústria", afirmou ainda Dempster, segundo a Bloomberg.
No comunicado citado pela agência de notícias, o Conselho defende que o preço definido tem de ser baseado nas negociações executadas, em vez de ser estabelecido pelos quatro bancos, e deve ser um preço transaccionado e não de referência. O WGC afirma ainda que os dados usados para a definição do preço deverão ser transparentes, publicados e sujeitos a auditoria.
Em causa está a tentativa de tornar este processo menos susceptível a possíveis manipulações. Em 2012, vários bancos foram acusados de manipulação da taxa Libor, cujo processo de definição é semelhante ao actual do ouro. Já em Maio passado, o Barclays foi multado pelo envolvimento no caso Libor e, um dia depois, foi condenado a pagar 26 milhões de libras (cerca de XX milhões de euros), devido a falhas no sistema de controlo interno que permitiram que um "trader" manipulasse os preços de referência do ouro.