Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Exploração de lítio tem de garantir impacto ambiental reduzido, diz Elisa Ferreira

Elisa Ferreira distinguiu a exploração de lítio da descarbonização, explicando que a mudança do carvão para outras energias "tem um caráter de urgência" e, em algumas regiões da Europa, vai ter "impactos muito grandes de caráter social e de caráter económico", razão pela qual "é para essas regiões que este fundo se destina".

28 de Janeiro de 2020 às 23:44
  • 1
  • ...
A comissária europeia Elisa Ferreira referiu esta terça-feira que a exploração de lítio em Montalegre e Boticas tem de "garantir que o impacto ambiental é reduzido e compensado" para respeitar as regras europeias.

"Temos todas as condições, se o país quiser, de fazer essa exploração em conformidade ambiental", disse a comissária da Coesão e Reformas num jantar com jornalistas portugueses em Bruxelas.

"As regras europeias são claras: quem se responsabilizar por uma determinada exploração tem de garantir que o impacto ambiental é reduzido, compensado, e, portanto, há toda uma legislação europeia que enquadra essas explorações", acrescentou.

A comissária, que tutela o chamado Fundo de Transição Justa, um instrumento do novo Pacto Ecológico Europeu destinado a financiar a transição energética nas regiões muito dependentes de carbono, respondia a uma pergunta sobre se o investimento numa exploração de lítio, que é poluente, não contraria os objetivos desse fundo e da aposta ambiental da atual Comissão Europeia.

A concessão para a exploração de lítio em Montalegre e Boticas, que o Governo português defende ser essencial para a transição energética, é contestada por associações ambientalistas, câmaras municipais e população, pelas potenciais consequências ambientais.

Elisa Ferreira distinguiu a exploração de lítio da descarbonização, explicando que a mudança do carvão para outras energias "tem um caráter de urgência" e, em algumas regiões da Europa, vai ter "impactos muito grandes de caráter social e de caráter económico", razão pela qual "é para essas regiões que este fundo se destina".

"Fizemos aqui uma evolução relativamente às propostas iniciais. No início, este fundo só se destinava a alguns países, basicamente os países de Leste, agora todos os países têm acesso, na proposta da Comissão", afirmou.

"Era só destinado às zonas do carvão e nós estendemos a áreas, indústrias, que precisam de fazer uma transição e que são muito poluentes", acrescentou.

Segundo a proposta divulgada em 16 de janeiro pela Comissão Europeia, Portugal vai arrecadar 79,2 milhões de euros com o novo Fundo de Transição Justa, estando a meio da tabela dos países da União Europeia, que é liderada pela Polónia, Alemanha e Roménia.

Portugal terá 1,1% do montante total deste fundo destinado à descarbonização de regiões especialmente dependentes dos combustíveis fósseis, que é de 7,5 mil milhões de euros.

Em Portugal, as centrais termoelétricas a carvão de Sines e do Pego - cujo encerramento o Governo já anunciou para 2023 e 2021, respetivamente -, são casos elegíveis para estes futuros subsídios comunitários, tal como outras indústrias ou empresas com fortes emissões de dióxido de carbono.
Ver comentários
Saber mais Fundo de Transição Justa Elisa Ferreira Boticas Montalegre Comissão Europeia política lítio
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio