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Cobre em máximos de 2013 com queda de stocks. Goldman fala em superciclo das matérias-primas
O metal de base está a ser sustentado pelo robusto consumo da China, a diminuição dos inventários e as notas otimistas do Goldman Sachs e do BlackRock para as "commodities".
Os preços do cobre para entrega a três meses seguem a subir 1,4% para 8.028 dólares por tonelada, no mercado londrino de metais (LME). Trata-se do valor mais alto desde fevereiro de 2013, ou seja, em quase oito sete anos.
A contribuir para a escalada deste metal industrial está o robusto consumo da China, a diminuição dos inventários e as notas otimistas do Goldman Sachs e BlackRock para as "commodities".
O mercado está a assistir à mais forte escalada em mais de uma década das cotações deste metal não ferroso, com o apetite da China a levar a uma valorização de mais de 80% do cobre desde os mínimos de março – em plena pandemia de covid-19.
Além disso, os stocks de cobre nos armazéns registados nas principais bolsas – o LME, a bolsa de futuros de Xangai e o Comex [bolsa de mercadorias) nos EUA – estão em queda, o que sustenta ainda mais os preços.
Assim, as expectativas de um défice da oferta, a depreciação do dólar – que torna mais atrativos os ativos denominados nesta moeda, como é o caso do cobre – e o seu papel nas tecnologias verdes estão a alimentar os recentes ganhos, sublinha a Reuters.
O cobre, recorde-se, segue a caminho da sua sétima semana consecutiva de ganhos.
Alguns bancos e investidores estão já a fazer comparações com a escalada de inícios de 2000, quando o forte aumento das encomendas por parte da China conduziu a um superciclo das matérias-primas.
"Temos todos os sinais indicadores de um superciclo", comentou à Bloomberg TV o diretor do departamento de análise de "commodities" do Goldman Sachs, Jeff Currie, aludindo aos máximos de vários anos dos metais, ao dólar fraco, ao petróleo no patamar dos 50 dólares por barril e ao aumento global da liquidez.
Numa nota de research de 17 de dezembro, o Goldman apontava já para o início de um circuito de retorno positivo entre as matérias-primas, o dólar e o crescimento dos mercados emergentes – que também já levou, no passado, a um "bull" [movimento de subida] estrutural nos mercados.
Já o BlackRock estima que o cobre atinja máximos históricos no auge deste novo ciclo de subidas, declarou à Bloomberg chefe do departamento de investimento temático do fundo norte-americano, Evy Hambro.
As reservas de cobre nos armazéns do LME, ShFE e Comex estão em mínimos de Dezembro de 2014, nas 281.648 toneladas, segundo os dados da Refinitiv.
(notícia atualizada às 15:51)