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Unidas pelos dividendos

A Portugal Telecom (PT) tem na espanhola Telefónica a sua principal comparável no sector das telecomunicações europeu. Apesar de algumas semelhanças, as operadoras apresentam também diferenças. A Vivo, empresa brasileira detida pelas companhias, em...

Unidas pelos dividendos
20 de Outubro de 2009 às 09:45
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O sector das telecomunicações é visto como um dos mais atractivos pelos analistas por acumular um ganho inferior aos restantes sectores na escalada dos últimos sete meses.

A Portugal Telecom (PT) tem na espanhola Telefónica a sua principal comparável no sector das telecomunicações europeu. Apesar de algumas semelhanças, as operadoras apresentam também diferenças. A Vivo, empresa brasileira detida pelas companhias, em partes iguais, é o principal ponto em comum entre as maiores operadoras da Península Ibérica.

As empresas fazem parte de um dos sectores que menos se valorizou na escalada das acções mundiais iniciada em Março. O europeu DJ Stoxx 600 soma perto de 56% num período em que o índice DJ Stoxx para as telecomunicações avança 24%. A grande maioria dos analistas acredita que, nos próximos meses, os investidores vão voltar as suas atenções para os sectores mais defensivos, em detrimento dos cíclicos, sendo este sector um dos mais beneficiados.

A juntar a isso, a empresa nacional tem sido alvo, nas últimas semanas, de notas de investimento positivas. O Espírito Santo Equity Research (ESER) aponta a PT como a sua favorita, em detrimento da Telefónica. Para justificar esta posição, o banco de investimento aponta as perspectivas de crescimento mais elevadas, as tendências domésticas mais fortes e uma exposição semelhante à América Latina.

"A Telefónica está a perder o brilho do crescimento pois as operações domésticas encontram-se sob pressão, enquanto o crescimento na América Latina é sobretudo conduzido pela inflação", refere o ING.

Contudo, este banco aponta dois pontos cativantes da empresa espanhola. "Acreditamos que o sector parece atractivo, e tendo um elevado peso no índice, a Telefónica beneficia de qualquer rotação para as telecomunicações", defende. Por outro lado, estes especialistas sublinham o dividendo a pagar pela companhia no próximo ano, que lhe confere um "dividend yield" de 7,4%.

Um dos pontos em comum entre estas duas empresas é, aliás, a atractividade da remuneração aos accionistas. Recentemente, a Telefónica anunciou, no seu "Dia do Investidor", que pretende aumentar o dividendo em 22% para os 1,40 euros por acção. Generosidade na hora de remunerar os accionistas não é atributo único da Telefónica. O retorno médio do dividendo a distribuir pela PT nos próximos três anos é de 7,8%, frisa o banco.

Além disso, olhando para a companhia portuguesa, o ING destaca que a exposição da empresa à América Latina é de 100% ao segmento móvel e 100% ao Brasil, pelo que "o crescimento é real". Frisa que "Angola é, também, um activo de crescimento genuinamente rápido". No que toca às operações domésticas, enquanto a par espanhola não é alvo de recuperação, a PT é o único operador com crescimento nas receitas do fixo, ao passo que também o segmento móvel avança. A alavancagem é, contudo, o tema que mais preocupa os analistas do ING que, ainda assim, lembram a recente venda da Medi Telecom que reduziu a dívida líquida da companhia.

Um dos principais catalisadores para as acções da empresa liderada por Zeinal Bava, no curto prazo, é a apresentação de resultados do terceiro trimestre deste ano (a 17 de Novembro). Os analistas do ING, estimam que a companhia reporte números "sólidos". Mathieu Robilliard, analista do BNP Paribas, acredita que a "PT oferece uma combinação única de exposição a mercados emergentes atractivos e uma reviravolta estrutural na rede fixa doméstica".

A presença no Brasil, através da Vivo, é o ponto que mais aproxima as empresas. Apesar das múltiplas especulações dos últimos meses, não se espera que nenhuma das companhias abdique da sua posição na líder do mercado móvel brasileiro.



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