Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Primeiro aniversário celebrado com perdas

Os supermercados de fundos foram atacados em todas as frentes durante o último mês: as acções perderam com receios do aumento da dívida pública, grande parte das obrigações foi arrastada, as mercadorias (incluindo o ouro) não se aguentaram e a queda do dólar eliminou os poucos ganhos possíveis. Todavia, as carteiras recomendadas mantiveram as rendibilidades anuais positivas entre 3,19% e 12,31%.

29 de Julho de 2010 às 09:00
  • ...





























Conheça a evolução das oito carteiras de fundos


As carteiras prudentes foram construídas para um prazo de investimento de três anos e são destinadas a aforradores conservadores que não aceitam perdas anuais superiores a 4%.

As carteiras agressivas estão desenhadas para um prazo de investimento mínimo de cinco anos e com um limite de perdas anuais até 10%.


ActivoBank
Carteira agressiva arrastada pelo ouro

Os portefólios construídos pelo ActivoBank não se isentaram à razia nos mercados financeiros. Todos os fundos da carteira mais agressiva desmoronaram desde a última edição das recomendações dos supermercados de fundos, no mês passado. O produto que mais desvalorizou foi o DWS Invest Gold and Precious Metals Equities. O preço do ouro, o principal produto das sociedades em que investe o fundo gerido por Manuel Tenekedshijew, deslizou alguns dólares nos mercados internacionais, mas a variação do euro-dólar acelerou a perda nos portefólios denominados em euros. Na segunda posição das maiores quedas entre os fundos aconselhados pelo ActivoBank ficou o Skandia Technology. Nem o facto do fundo ter como maior aposta as acções da norte-americana Apple, que apresenta um retorno de 12 meses superior a 60 por cento, impediu o deslize.

Os especialistas do ActivoBank estão atentos à divulgação dos resultados do segundo trimestre pelas empresas cotadas. Em particular, aguardam com expectativa "se os indicadores económicos menos positivos recentemente divulgados terão reflexo nas contas das empresas", diz Gonçalo Gomes, da direcção de "marketing" do banco. Da mesma forma, os responsáveis acreditam que os resultado dos testes de "stress" aplicados à banca europeia possam ter impacto nos mercados financeiros. Contudo, essas novidades não são suficientes para mexerem nas suas recomendações, por isso as carteiras de fundos permanecem iguais.







Banco Best
Acerto na aposta em mercadorias

O HSBC GIF New World Income foi o fundo que mais desvalorizou desde a última revisão de carteiras nos dois portefólios desenhados pela direcção de investimentos do Banco Best. Contudo, a perda registada pela estratégia de Denise Simon, a gestora ao leme do fundo desde Junho de 2007, deveu-se praticamente à variação cambial. Este produto, que investe em obrigações emitidas em mercados emergentes, está cotado em dólares norte-americanos. Entre as maiores aplicações de Denise Simon está dívida pública da Argentina, do Iraque, do México, do Senegal, da Turquia e do Brasil.

O segundo fundo que mais perdeu entre os instrumentos recomendados pelo Banco Best foi o JPMorgan Africa Equity, um fundo que aposta no capital de firmas africanas. Como seria de esperar, uma grande fatia dos investimentos dos gestores deste fundo está na África do Sul, em sociedades como o Standard Bank, a MTN, o Absa Bank e a Sasol. O impacte da queda do JPMorgan Africa Equity foi, no entanto, limitado, já que representa apenas 5 por cento da carteira agressiva.

A equipa do Banco Best optou por fazer uma alteração simultânea nas duas carteiras recomendadas: substituíram o DWS Invest Commodity Euro pelo Pimco Commodities Plus Strategy. " Ambos investem em "commodities", não se alterando assim a lógica da alocação das carteiras. Dada a estratégia de gestão, preferimos agora a introdução do fundo Pimco Commodities Plus Strategy", explicam os responsáveis do banco.







Banco BIG
Reforço na posição em dólares

A fraqueza do dólar frente ao euro penalizou muitos dos fundos seleccionados por Rui Broega, director de gestão de activos do Banco Big, para as carteiras prudente e agressiva. O BlackRock Global Allocation, na sua versão em dólares, foi o que mais desvalorizou. Todavia, este produto é agora substituído pelo BlackRock Flexible Multi-Asset, que investe em acções e obrigações a nível mundial. No entanto, nem tudo foi perdas: o Pictet Emerging Local Currency Debt, na versão com cobertura cambial, conseguiu avançar mais de dois por cento no último mês. Embora o dólar tenha castigado, o director de gestão de activos continua a acreditar que a situação se irá inverter. "[Aumentamos] a exposição ao câmbio do dólar aproveitando o recente movimento que julgamos exagerado em face dos fundamentais do bloco europeu", explica.

Assim, no portefólio mais conservador, a série em euros do Pictet Emerging Local Currency Debt é trocada pela em dólares. Na carteira mais arriscada, além do fundo da Pictet, o JPMorgan Global Convertibles é também transferido para a versão em dólares. A incerteza que continua nos mercados afasta as recomendações do mercado accionista. "A ainda elevada aversão ao risco, o agravamento das políticas fiscais de cada país, as continuadas dificuldades no segmento de dívida pública e a solidez dos rácios fundamentais no sector financeiro são factores que contribuem para infra-ponderarmos a exposição a acções nas duas carteiras", explica Rui Broega.







Deutsche Bank
Penalizado pela América

O fundo DWS Invest US Equities foi o que mais desceu entre os produtos aconselhados pelos especialistas da sucursal portuguesa do Deutsche Bank. Isso teve um efeito dramático nos portefólios recomendados, porque esse fundo de acções norte-americanas, é o mais importante da carteira agressiva (representa 41 por cento das aplicações) e o segundo mais relevante da prudente (16 por cento do total). Assim, o cabaz mais arriscado foi o que mais deslizou no último mês entre os oito acompanhados mensalmente pelo Negócios. Contudo, na análise desde o início das recomendações, é o melhor: ganhou 12,31 por cento nos primeiros 12 meses. Não é pela queda do último mês que o Deutsche Bank desiste das acções. "Tendo em conta o 'outlook' positivo para os resultados empresariais e agregados macroeconómicos, as valorizações atractivas e o ambiente de baixas taxas de juro, há boas oportunidades de entrada mesmo apesar dos elevados níveis de dívida pública", explicam. Na opinião dos especialistas é preciso mais cuidado no investimento nas obrigações soberanas. "O 'rally' recente nas obrigações do tesouro norte-americanas e alemãs foi uma consequência do aumento dos receios quanto ao futuro da Zona Euro. No entanto, as actuais 'yields' não são consistentes com o 'outlook' positivo para os mercados, pelo que continuamos negativos para esta classe de activos." Apesar de tudo isto, o Deutsche Bank mantém intactos os fundos escolhidos para as carteiras.









Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio