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Poupar para os filhos

Para constituir uma poupança para o futuro de um filho, há que saber aproveitar a solução com maior potencial. Isso nem sempre se encontra nos produtos “júnior” dos bancos. O mais adequado é fazer um plano pessoal.

21 de Janeiro de 2008 às 12:03
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Assegurar o melhor futuro possível aos filhos será o objectivo de vida comum a qualquer pai ou mãe. Mesmo que a disponibilidade financeira da família não seja das mais altas, qual é o pai que nunca lançou um olhar atento aos produtos destinados às crianças que o seu banco publicita? Muito poucos, certamente.

Confrontados pela facilidade da abertura de uma conta “júnior” e atraídos pelas coloridas campanhas publicitárias, muitas das quais com figuras animadas bem conhecidas pelos mais novos, a maioria dos pais acabam por constituir uma poupança de acordo com aquilo que o banco propõe. No entanto, a oferta da banca portuguesa está longe do que um pai ambiciona para um filho. Por isto, há que saber tirar vantagem dos muitos anos que faltam até a criança atingir a maioridade. Criar um plano de poupança em fundos  de investimento ajustado à sua capacidade financeira, que tire partido dos benefícios que os mercados de acções oferecem e da gestão activa dos fundos, poderá ser uma opção acertada. Está provado, historicamente, que as acções são o activo mais rentável a longo prazo.

Depósitos com juros anuais que nem chegam a 1% dominam a oferta dos maiores bancos nacionais. Alguns disponibilizam também produtos mais especializados em investimento de baixo risco, como os seguros de capitalização, com e sem garantia de capital. Contudo, até o retorno do melhor produto da banca - o Aforro Júnior do BPI - fica aquém da rentabilidade histórica das acções, segundo uma simulação do Jornal de Negócios feita com base numa poupança mensal de 50 euros desde o nascimento do filho e tendo como referência o retorno de 3,6% do seguro de capitalização do BPI desde o lançamento (Março de 1997) e a rentabilidade média de 6% dos mercados de acções em 20 anos.

As contas do Jornal de Negócios mostram que um pai que tenha aplicado todos os meses 50 euros no mercado accionista, poderá chegar à maioridade do seu filho com um bolo total de 19.656 euros. O suficiente para pagar as propinas da universidade, viajar ou comprar um carro. Ao invés, quem tiver feito o mesmo na melhor solução “júnior” da banca portuguesa, terá amealhado 15.368 euros no final de 18 anos. Ainda assim, o seguro do BPI, que não tem garantia de capital, é o melhor exemplo existente na oferta bancária. Se a opção escolhida incidisse sobre um depósito a prazo da Caixa Geral de Depósitos, o CaixaCrescer, que tem um juro anual de 0,50%, a poupança total seria de 11.327,83 euros. Ou seja, apenas mais 527,83 euros do que se tivesse posto todos os meses os mesmos 50 euros debaixo do colchão. Estes 527,83 não são suficientes para pagar um ano de propinas numa universidade pública portuguesa.

A diferença entre criar uma poupança própria ou subscrever uma das soluções bancárias reside, fundamentalmente, em ter de assumir um risco mais elevado. Contudo, esse maior risco dissipa-se no tempo. O grau de exposição terá de ser uma escolha pessoal, tendo em conta o aconselhamento financeiro profissionalizado. E, aqui, as opiniões divergem. Se, para o ActivoBank7, faz mais sentido investir apenas no mercado de acções, pois 18 anos são suficientes para recuperar de conjunturas adversas, já para o Banco Best uma carteira de investimentos a 18 anos terá de ter uma gestão dinâmica, ajustando sempre o risco assumido aos anos que faltam para atingir a data prevista para o final da poupança. O que implica baixar a exposição às acções e reforçar em obrigações, quando o seu filho estiver mais próximo dos 18 anos. A liberdade de escolha será sempre do investidor.

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