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Pergunta para um milhão de euros: A baixa volatilidade está para ficar?
O mercado atravessa um período de acalmia. Francesco Sandrini, responsável de soluções multi-activos da Pioneer Investments, antevê que à medida que o apoio monetário for sendo retirado começarão a surgir os primeiros sinais de volatilidade.
Francesco Sandrini
Responsável de soluções multi-activos da Pioneer Investments
Os mercados atravessam por um período de acalmia. Índices de volatilidade como o VIX, que mede o medo dos investidores, têm batido mínimos . Apesar disto, o mercado vive algumas incertezas, sejam as tensões geopolíticas na Coreia do Norte, a imprevisibilidade do presidente americano ou as dúvidas sobre as consequências da retirada dos estímulos por parte dos bancos centrais. O que explica esta acalmia?
Mas Francesco Sandrini acredita que os mercados estão numa fase de transição, passando "da reflação dos activos para um regime de final de ciclo em que o crescimento cíclico deverá progressivamente aliviar para uma normalização da massa monetária". E refere que nesta "transição veremos os primeiros focos de volatilidade a aparecer".
O responsável da Pioneer Investments nota que "existe alguma complacência por parte dos investidores". Acrescenta que "os riscos e os desequilíbrios estão latentes". Esses riscos, especialmente de crédito e de liquidez, continuarão contidos "até as taxas de juro reais subirem após a expansão monetária ter atingido o pico". Mas adverte que perceber esse "timing é impossível", sendo que os "investidores que procuram retorno enfrentam o dilema de escolher entre activos com avaliações caras [como crédito de empresas] ou a escassa rendibilidade de activos tradicionais, como obrigações soberanas".