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Pergunta para um milhão de euros: A baixa volatilidade está para ficar?

O mercado atravessa um período de acalmia. Francesco Sandrini, responsável de soluções multi-activos da Pioneer Investments, antevê que à medida que o apoio monetário for sendo retirado começarão a surgir os primeiros sinais de volatilidade.

15 de Maio de 2017 às 10:56
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Francesco Sandrini

Responsável de soluções multi-activos da Pioneer Investments

Os mercados atravessam por um período de acalmia. Índices de volatilidade como o VIX, que mede o medo dos investidores, têm batido mínimos . Apesar disto, o mercado vive algumas incertezas, sejam as tensões geopolíticas na Coreia do Norte, a imprevisibilidade do presidente americano ou as dúvidas sobre as consequências da retirada dos estímulos por parte dos bancos centrais. O que explica esta acalmia?

Francesco Sandrini considera que a baixa volatilidade é causada exactamente pela liquidez que foi injectada nos mercados. O responsável de soluções multi-activos da Pioneer Investments refere que "o actual nível baixo de volatilidade pode ser explicado pela elevada quantidade de estímulos monetários que ainda inundam os mercados financeiros". Acrescenta que "estes estímulos monetários poderosos", em combinação com a redução de desequilíbrios orçamentais nos últimos anos "criaram as condições para um ciclo de recuperação macroeconómica que se espalhou aos lucros das empresas e à descida das taxas de incumprimento".

Mas Francesco Sandrini acredita que os mercados estão numa fase de transição, passando "da reflação dos activos para um regime de final de ciclo em que o crescimento cíclico deverá progressivamente aliviar para uma normalização da massa monetária". E refere que nesta "transição veremos os primeiros focos de volatilidade a aparecer".

O responsável da Pioneer Investments nota que "existe alguma complacência por parte dos investidores". Acrescenta que "os riscos e os desequilíbrios estão latentes". Esses riscos, especialmente de crédito e de liquidez, continuarão contidos "até as taxas de juro reais subirem após a expansão monetária ter atingido o pico". Mas adverte que perceber esse "timing é impossível", sendo que os "investidores que procuram retorno enfrentam o dilema de escolher entre activos com avaliações caras [como crédito de empresas] ou a escassa rendibilidade de activos tradicionais, como obrigações soberanas".


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