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A volatilidade e a repetida venda generalizada das últimas semanas e meses fizeram aumentar, de forma justificada, a aversão ao risco e levaram muitos investidores a questionarem a distribuição por tipo de activos dos seus investimentos. É profundamente d

17 de Março de 2008 às 12:30
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A incerteza e a aversão ao risco estão a fazer com que cada vez mais investidores procurem o porto relativamente seguro da liquidez, ou de investimentos semelhantes a liquidez. A edição de Fevereiro da Merrill Lynch Global Fund Managers Survey, por exemplo, mostrava que 41% dos gestores globais de fundos favorecem actualmente maiores ponderações em liquidez, a proporção mais elevada na história do inquérito. Por conseguinte, é discutível que a questão sobre onde investir em acções tenha maior importância do que há seis meses.

Observando a área do euro, Reino Unido, EUA e Japão, à primeira vista, as perspectivas imediatas parecem sombrias. Contudo, as recentes vendas generalizadas nos mercados accionistas fazem com que para o investidor paciente e com discernimento, existam muitas oportunidades de investimento a médio e a longo prazo.

Na Europa, os receios quanto a um fraco compromisso crescimento-inflação colocaram tanto o Banco Central Europeu (BCE) como o Banco de Inglaterra num dilema, com as duas economias a enfrentarem a pressão dos riscos colocados por uma inflação alta, ao mesmo tempo que sofrem um abrandamento no crescimento. Em termos de crescimento, contudo, os mais recentes dados do Índice de Gestores de Compras (PMI) foram melhores que os esperados para a área do euro, sugerindo que o abrandamento do crescimento na região poderá ocorrer mais gradualmente do que o temido por alguns investidores.

Outro factor positivo para a área do euro é o de que os benefícios das reformas estruturais e as medidas para aumentar a eficiência e a redução de custos, já introduzidas por algumas empresas, particularmente na Alemanha, deverão prolongar-se no futuro. Assumindo uma visão dos acontecimentos pela perspectiva do copo meio cheio, é mesmo possível que, apesar de um abrandamento económico a curto prazo, as margens de lucros não aumentem, mas que se mantenham em níveis elevados.

Uma dificuldade para as acções europeias em comparação com as norte-americanas é a relutância dos bancos centrais e dos governos europeus providenciarem estímulo económico face ao abrandamento do crescimento económico. Contudo, à medida que o ciclo de actividade avança isto pode mudar. Nos EUA, o governo anunciou já um pacote de estímulos económicos que irá injectar 168 mil milhões de dólares na economia.

Não há dúvida de que a economia dos EUA está caminhar à beira da recessão. A recente retórica de alguns dos mais importantes membros do Federal Open Market Committee (FOMC) sugere que estes esperam que as taxas se mantenham baixas durante mais tempo que o anteriormente previsto. O mais preocupante é o facto de que o agonizante mercado imobiliário, que desencadeou a turbulência das hipotecas “subprime”, não mostre sinais de recuperação. De facto, a medida Case-Shiller quanto aos preços das casas nos EUA continuou a cair pronunciadamente em Janeiro.

O aspecto mais positivo do estado actual da economia dos EUA é o seu mercado de exportações. As exportações tiveram um bom desempenho nos últimos meses, em parte devido à fraqueza do dólar norte-americano, e isto deverá ajudar a compensar o efeito de arrasto do mercado imobiliário. Além disso, o volume de importações dos EUA para os 12 meses terminados em Dezembro de 2007 caiu, excepto no que se refere ao sector dos bens de capital, o que sugere que as empresas continuaram a investir na produção.

As acções de grande capitalização dos EUA deverão, portanto, continuar a ter um desempenho ligeiramente superior, uma vez que são mais líquidas e estão menos expostas à economia interna. Muitas têm, também, robustos balanços financeiros e estão a ser transaccionadas a preços favoráveis após um período em que estiveram fora de moda.

Tendo em consideração os factores delineados anteriormente, as perspectivas para as empresas de grande capitalização dos EUA e para as acções da Europa parecem mais favoráveis que as do Japão a médio prazo. No futuro, contudo, isto pode mudar, dependendo do resultado da economia dos EUA e da profundidade do abrandamento europeu.

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