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O que pode poupar numa casa verde

As preocupações ambientais são cada vez mais tidas em conta pelas famílias. Ficarão ainda mais motivadas ao perceberem que estas podem resultar em poupanças nos consumos.

17 de Março de 2008 às 13:05
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Com o preço das energias fósseis em alta e as previsões de aumento continuado, as energias renováveis são uma opção a ter em conta. Sobretudo para quem está a planear a construção de uma casa. Se procurar no mercado, vai encontrar várias alternativas que exigem sempre um investimento inicial mais elevado que o necessário para um tradicional sistema alimentado a gasóleo ou a gás natural, mas com valores muito interessantes ao nível das poupanças anuais e, mesmo, do prazo de amortização desses investimentos.

Analisámos dois cenários (ver pág. X) que, embora exigentes em termos de despesa inicial, apresentam dos melhores níveis de retorno do mercado, quando o objectivo é aquecer o ambiente e águas sanitárias, aquelas necessidades que também um sistema tradicional alimentado a energias fósseis satisfaz.

Limitada aos caprichos do sol, a energia solar deve ser compensada com a utilização de outra energia limpa para permitir maiores benefícios, principalmente se também procura reduzir a dependência da EDP. Uma das opções disponíveis no mercado passa pela compensação das quebras da energia solar com um sistema alimentado a biomassa (“pellets” - madeira), uma opção que permitirá eliminar a emissão de cerca de quatro toneladas anuais de dióxido de carbono para a atmosfera e satisfazer a grande parte das necessidades energéticas da família. Para tirar maior partido desta combinação, o mais eficaz será a utilização de piso radiante, garantindo uma combinação em que 45,6% das necessidades energéticas são garantidas por energia solar e o restante pela Biomassa. 

O investimento numa solução deste tipo pode custar mais do dobro de uma solução suportada em gás natural – uma diferença de 7,5 mil para 19 mil euros, se tiver intenção de garantir os mesmos níveis de conforto nesta combinação energética, que teria com uma solução tradicional –, mas com vantagens muito significativas ao nível dos custos anuais.

Enquanto a utilização combinada da biomassa com a energia solar supõe custos anuais médios de 650 euros, um sistema alimentado a gás natural impõe uma despesa anual a rondar os 1.400 euros para satisfazer as mesmas necessidades energéticas, um pouco menos que num sistema alimentado a gasóleo, a valores actuais de mercado.

Sol indirecto 

Outra opção está em fazer uso da temperatura constante da terra, aproveitada através da utilização de bombas de calor. Nesta categoria, pode optar pela geotermia ou aerotermia, com a segunda a apresentar--se claramente mais vantajosa numa relação entre custo e benefício.

A aerotermia busca energia no ar – ao contrário da geotermia que busca energia na terra –  e apoia-se num sistema de funcionamento semelhante ao de um frigorífico mas no sentido inverso, recolhendo o ar da rua e transformando-o em calor, mesmo quando as temperaturas exteriores são negativas ou muito baixas. A aerotermia suporta-se em equipamentos que podem ficar dentro (desde que numa divisão com ligação ao exterior) ou fora de casa, complementados com piso radiante, parede radiante ou ventiloconvertores. Esta última modalidade apresenta-se como uma solução, quer para quem está a construir, quer para quem pretenda reconverter uma instalação antiga suportada em energias fósseis.

Uma família padrão gastará cerca de 30 mil euros para instalar um sistema deste tipo, mas garante a satisfação de 70% das necessidades energéticas e vê reduzidos para pouco mais de 300 euros os gastos anuais com o aquecimento da casa e das águas sanitárias.

Fazer contas ao investimento

Ambos os sistemas implicam espaço de jardim generoso para acomodar os equipamentos que os fazem funcionar, o que torna praticamente impossível a sua utilização em apartamentos. Quem pode considerar este tipo de investimento deve, no entanto, ter em linha de conta alguns aspectos. Um deles é que o valor final da solução energética depende sempre da combinação de factores como as condições climatéricas da zona onde está inserida a habitação, qualidade térmica do edifício, número de habitantes, área do edifício e se tem, ou não, piscina. Se tiver piscina vai aumentar ligeiramente o investimento inicial mas, em compensação, acelera o retorno.

Antes de optar por uma energia alternativa, deve, também, verificar as credenciais da empresa que lhe apresenta uma solução e comparar preços. Mesmo tendo em conta que a manutenção das soluções apresentadas é mais barata que a de sistemas utilizadores de energias fósseis, deve verificar os custos associados a estas operações e confirmar a qualidade e garantias dos equipamentos que lhe são propostos, assegurando que, no futuro, poderá tirar todo o partido do seu investimento “verde”.

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