Notícia
Dividendos - Retorno estável para fugir à queda das acções
Apostar na rendibilidade dos dividendos é uma forma de amortizar a queda das cotações, para quem tiver uma dose de gosto pelo risco. Existem em Portugal cerca de duas dezenas de fundos com uma abordagem de investimento focalizada no pagamento de dividendos, geridos por sociedades estrangeiras mas distribuídos na banca "on-line".
13 de Janeiro de 2009 às 11:17
Comprar acções deve ser, actualmente, a última coisa que muitos portugueses deverão querer fazer. É forte a memória das quedas de mais de 50% das bolsas, incluindo a nacional, no ano passado, que encheram páginas de jornais e fizeram aberturas de telejornais. Ainda para mais quando o abrandamento das economias deixa promessas de "mão pesada" nas contas das empresas.
No entanto, para quem não quiser perder a oportunidade proporcionada pelos preços baixos das acções, e tiver uma dose necessária de tolerância ao risco, optar por empresas com políticas de remuneração dos accionistas generosas, escolhidas por profissionais, poderá ser uma forma de amortecer a queda das cotações. Sobretudo, agora, que a rendibilidade dos dividendos está em níveis máximos.
"Os dividendos estão a tornar-se cada vez mais importantes no que diz respeito ao retorno esperado em investimento em acções. Ainda mais, actualmente, quando assistimos em alguns países à taxa de rendimento dos dividendos a níveis superiores à taxa de rendimento das obrigações governamentais", sublinha o banco holandês ING, na nota de perspectivas de investimento para 2009.
Já o gestor do Cazenove Capital Management, Robin Griffiths, sublinha, em declarações à agência Bloomberg, na sexta-feira, que as acções com dividendos mais rentáveis vão ser as vencedoras, à medida que a recessão económica impeça a recuperação das cotações.
O ING relembra ainda uma lição do passado: "A história ensina-nos que uma política de investimentos baseada em empresas que pagam dividendos altos, tende a ter um retorno muito aceitável durante períodos de recessão." Daí que considere que "empresas com taxas de rendimento dos dividendos altas e sustentáveis deverão ser um bom investimento nos próximos anos, uma vez que providenciarão uma fonte de rendimento estável e terão um melhor desempenho do que os índices globais". Mas, desde que os dividendos "não sejam reduzidos drasticamente".
Este é, aliás, o principal risco para quem optar por diversificar as poupanças por esta via. É expectável que as empresas mundiais venham a cortar o pagamento de dividendos, tendo em conta a previsão de redução dos lucros resultante da deterioração da conjuntura económica. Em particular, no sector financeiro, onde os processos de recapitalização da banca mundial poderão obrigar a cortes de 40% nos dividendos ou ao seu cancelamento, alerta o ING.
Mas a evolução das políticas de remuneração aos accionistas irá variar consoante os sectores de actividade. Os mais defensivos deverão manter os seus rácios de pagamento, o que reforça as vantagens de preferir a gestão profissional dos fundos de investimentos. Além de mais barata e acessível aos investidores particulares, é também uma solução que beneficia do conhecimento especializado de gestores que conhecem as tendências dos mercados.
Existem em Portugal cerca de duas dezenas de fundos com uma abordagem de investimento focalizada no pagamento de dividendos, geridos por sociedades estrangeiras mas distribuídos na banca "on-line". De todos, o fundo do BNP Paribas, o "Parvest Europe Dividend Privilege", é o único a ter a classificação máxima atribuída pela Morningstar (cinco estrelas), resultante da melhor relação entre risco e retorno nos últimos três anos. Período em que, porém, o desempenho acumulado não foi imune à turbulência das bolsas. Este produto, que investe apenas em empresas europeias, tem um retorno negativo de 8,2% em três anos, segundo dados da Morningstar. É, no entanto, a perda mais baixa da classe.
Com boa nota estão ainda o fundo de dividendos europeus da alemã DWS Investments e o de dividendos norte-americanos do ING Investment. Ambos classificados com quatro estrelas e com perdas na ordem dos 12% nos últimos três anos.
No entanto, para quem não quiser perder a oportunidade proporcionada pelos preços baixos das acções, e tiver uma dose necessária de tolerância ao risco, optar por empresas com políticas de remuneração dos accionistas generosas, escolhidas por profissionais, poderá ser uma forma de amortecer a queda das cotações. Sobretudo, agora, que a rendibilidade dos dividendos está em níveis máximos.
Já o gestor do Cazenove Capital Management, Robin Griffiths, sublinha, em declarações à agência Bloomberg, na sexta-feira, que as acções com dividendos mais rentáveis vão ser as vencedoras, à medida que a recessão económica impeça a recuperação das cotações.
O ING relembra ainda uma lição do passado: "A história ensina-nos que uma política de investimentos baseada em empresas que pagam dividendos altos, tende a ter um retorno muito aceitável durante períodos de recessão." Daí que considere que "empresas com taxas de rendimento dos dividendos altas e sustentáveis deverão ser um bom investimento nos próximos anos, uma vez que providenciarão uma fonte de rendimento estável e terão um melhor desempenho do que os índices globais". Mas, desde que os dividendos "não sejam reduzidos drasticamente".
Este é, aliás, o principal risco para quem optar por diversificar as poupanças por esta via. É expectável que as empresas mundiais venham a cortar o pagamento de dividendos, tendo em conta a previsão de redução dos lucros resultante da deterioração da conjuntura económica. Em particular, no sector financeiro, onde os processos de recapitalização da banca mundial poderão obrigar a cortes de 40% nos dividendos ou ao seu cancelamento, alerta o ING.
Mas a evolução das políticas de remuneração aos accionistas irá variar consoante os sectores de actividade. Os mais defensivos deverão manter os seus rácios de pagamento, o que reforça as vantagens de preferir a gestão profissional dos fundos de investimentos. Além de mais barata e acessível aos investidores particulares, é também uma solução que beneficia do conhecimento especializado de gestores que conhecem as tendências dos mercados.
Existem em Portugal cerca de duas dezenas de fundos com uma abordagem de investimento focalizada no pagamento de dividendos, geridos por sociedades estrangeiras mas distribuídos na banca "on-line". De todos, o fundo do BNP Paribas, o "Parvest Europe Dividend Privilege", é o único a ter a classificação máxima atribuída pela Morningstar (cinco estrelas), resultante da melhor relação entre risco e retorno nos últimos três anos. Período em que, porém, o desempenho acumulado não foi imune à turbulência das bolsas. Este produto, que investe apenas em empresas europeias, tem um retorno negativo de 8,2% em três anos, segundo dados da Morningstar. É, no entanto, a perda mais baixa da classe.
Com boa nota estão ainda o fundo de dividendos europeus da alemã DWS Investments e o de dividendos norte-americanos do ING Investment. Ambos classificados com quatro estrelas e com perdas na ordem dos 12% nos últimos três anos.
Vantagens | Desvantagens |
Empresas que pagam dividendos têm melhores desempenhos nas recessões económicas e correcções dos mercados. A regularidade dos dividendos é tida como um indicador da capacidade de gestão das empresas. | A actual conjuntura económica de recessão poderá levar a fortes cortes no pagamento de dividendos, devido à dimensão da queda dos resultados. O sector financeiro será o mais afectado, podendo haver a suspensão dos dividendos. |
3 opções para seguir uma estratégia de dividendos